Vitrola

You’ll remember me somehow | 12 anos sem o Rei do Pop, mas seu legado permanece vivo

Escrito por Tassio Luan

Ícone. Mito. Rei do Pop. Lenda. Visionário. Humanitário. Influenciador.

São tantas alcunhas para serem pronunciadas quando o assunto é Michael Joseph Jackson. A mente se transborda e faz uma longa viagem no tempo. Viagem esta que teve início em 1964 com a formação do Jackson Five junto com seus irmãos Jackie, Tito, Jermaine, Marlon e Randy. De forma imediata, conseguiram entrar no topo das paradas norte-americanas com os singles I Want You Back, ABC, The Love You Save e I’ll Be There. O talento precoce combinado com performances foram o tempero para a fórmula de sucesso.

Foram 18 álbuns e 3 gravadoras na carreira dos Five. Sendo a Motown como a mais notória e catalisadora do enorme sucesso que fizeram. E contou com a ajuda de Diana Ross em apresentá-los ao público. Vale a pena relembrar também de outros sucessos como Lookin’ Through the Windows, Who’s Loving You e Dancing Machine. Já na Epic, veio Show You The Way To Go, Blame It on the Boogie, Shake Your Body (Down to the Ground) e Can You Feel It. Canções variadas entre baladinhas e dançantes foram os diferenciais para conquistar uma legião de fãs, comprovando a boa versatilidade dos irmãos.

Michael Jackson, ainda na infância, deu início em sua carreira solo na Motown e rendeu Got to Be There, Ben, Music & Me e Forever, Michael como álbuns.

A trajetória solo em sua fase adulta teve início com o álbum Off the Wall com a produção de seu grande amigo, Quincy Jones. Tendo singles como Don’t Stop ‘Till You Get Enough, Rock With You e She’s Out Of My Life, ganhou toda a atenção da mídia e crítica pela composição de estilos como baladas de funk, soul, jazz e pop. Os temas infantis não faziam mais parte de suas composições. Michael estava amadurecendo e suas músicas deveriam seguir o mesmo caminho. E assim, foi dada a largada para aquilo que não mudaria apenas a visão musical da época, como também os conceitos de moda e dança. Vocês sabem de qual álbum estou falando.

O ano era 1982. O mundo continuava a sentir o sucesso da disco music e começava a viver a então fase pós-disco. O dia era 30 de novembro. Minha geração nem ousava ser um projeto de vida, então tudo que sabemos do frenesi envolvendo o lançamento de Thriller ouvimos de nossos avós, pais e tios. Lembro-me de minha tia falando como eu fiquei assustado quando assisti o clipe pela primeira vez. 14 minutos. Esse foi o tempo suficiente para transformar incrivelmente a carreira do cantor. O que era ótimo, ficou melhor ainda. O lado perfeccionista dele era notório. Não queria ser apenas um, e sim vários. Tudo era único e de encher os olhos. Cantava, dançava, era vocal e backing vocal.

O álbum garantiu a categoria de álbum mais vendido da história e venceu um recorde no Grammy Awards (foram oito no total). Era o álbum do ano. O maior e melhor da história, dizem as boas línguas. Os sete singles carimbaram entre as 10 melhores posições nos EUA. A luta contra a discriminação racial na indústria musical também marcou o álbum e a conquista veio com Michael sendo o primeiro artista negro no ar pela MTV, garantindo um grande destaque para a emissora na época.

Quando aproveitaram o aniversário de 25 anos da Motown para divulgar este icônico álbum, ninguém sabia que naquela noite especial, MJ alcançaria as estrelas. Foi com a maravilhosa Billie Jean que ele imortalizou o passo do dançarino Bill Bailey chamado Moonwalk. E assim, ele foi consagrado como o Rei do Pop.

Durante sua carreira, seus clipes sempre contavam com participações especiais como o ex-Beatle Paul McCartney, Slash, Eddie Murphy, Eddie Van Halen e etc. Tendo Liberian Girl com o recorde destas participações. O grande esforço veio com We Are The World reunindo nomes como Lionel Richie, Stevie Wonder, Ray Charles, Cyndi Lauper, Diana Ross e mais celebridades. O objetivo era arrecadar fundos para combater a mortalidade causada pela fome na África. A campanha era USA for Africa.

O lado humanitário dele veio à tona em outras músicas como Man in the Mirror, Heal the World, Gone Too Soon e Earth Song com reflexões sobre o meio ambiente e questões humanas.

Os álbuns seguintes continuaram lançando várias músicas de sucesso como, por exemplo, Bad e Smooth Criminal (Bad), Remember the Time, Black or White e In the Closet (Dangerous), Blood on the Dance Floor (HIStory) e You Rock My World (Invincible).

 

Como todo astro com enorme visibilidade mundial, MJ se viu em meio de grandes polêmicas e rotina excêntrica. Traumas de infância, vitiligo e seu complexo de Peter Pan eram as principais pautas discutidas na mídia com o próprio dando detalhes de sua vida. A vida pessoal sendo mostrada de forma constante trouxe desgaste na carreira do Rei do Pop.

This is It seria a empreitada ousada com a apresentação de 50 concertos que começaria no dia 13 de julho de 2009. Infelizmente, o projeto não foi além dos ensaios. Em 25 de junho daquele mesmo ano, Michael Joseph Jackson estava dando adeus ao mundo por conta de uma parada cardíaca.

Justin Timberlake, Britney Spears, Beyoncé, Usher, Justin Bieber, Chris Brown, Bruno Mars e Madonna sentiram o impacto que Michael causou, usando-o como referência e incentivo em suas carreiras. Thriller continua sendo tratado com tamanho impacto cultural, histórico, musical, visual e comercial. Suas músicas e clipes marcantes continuam sendo cultuados pelo mundo todo. Isso é o legado. Michael Jackson se foi há 12 anos e estaria fazendo 63 anos hoje (29), mas o seu legado continua forte na sociedade. Continua vivo.

Comentários
Compartilhar

Sobre o Autor

Tassio Luan

Biólogo. Explorador do horror cósmico e de universos desconhecidos.