Quadrinhos

SDCC 2017 | Geoff Johns fala sobre sua carreira e Doomsday Clock

Anunciado há alguns meses, Doomsday Clock trará o primeiro encontro entre Superman e Doutor Manhattan. Durante seu painel na SDCC 2017, Geoff Johns falou sobre sua carreira, sobre quadrinhos e sobre o seu próximo projeto:

O painel começou com o co-editor Dan DiDio perguntando a Johns qual o seu interesse pessoal nos quadrinhos.

“Quando estávamos falando de Doomsday Clock, fui convencido de que a primeira edição tinha que sair na quinta-feira antes do feriado de Ação de Graças.” Respondeu Johns. Essa é uma data especial para ele, pois ele se lembra o quão estava animado quando criança para comprar novos quadrinhos e lê-los no feriado.

Johns disse que o primeiro quadrinho que o impactou foi uma edição de Batman e os Renegados quando a equipe descobre a identidade do Batman, e ficam tristes quando descobrem o trágico motivo de Bruce Wayne ter se tornado o Cruzado de Capa. DiDio perguntou qual foi o primeiro herói o qual ele se conectou.

“O Flash. A verdade é que eu o tinha visto no desenho dos Super Amigos e o achava legal.”

Johns disse à plateia que ele tende a gostar mais dos personagens moralmente inequívocos do espectro, tipo o Superman. DiDio perguntou o motivo de Johns nunca ter escrito uma fase pelo Batman.

“Eu quero escrever uma fase pelo Batman com certeza, porque eu amo o personagem.” – respondeu. Ele ainda não escreveu uma fase na revista do herói pois gosta de focar nos personagens que necessitam de uma pequena ajuda.

DiDio perguntou quando Johns percebeu que ele era um roteirista profissional.

“Provavelmente no dia que eu assinei um contrato com a DC. Eu gosto da Marvel, mas amo a DC. Eu gosto do Hulk. Se pudéssemos comprar os direitos do Hulk, seria legal. O dia que eu assinei um contrato com a DC Comics, me fez sentir segurança de saber que eu escreveria para a editora pelos próximos anos. Estarei escrevendo DC a todo tempo.”

Ao falar de Richard Donner, diretor de Superman: O Filme, Geoff Johns não poupou elogios:

“Ele continua sendo uma inspiração. É realmente inspirador que as pessoas lembraram pela sua bondade. Ele é um homem tão bom e trabalhando com ele, percebi que ele tem as peculiaridades que todos temos, mas é realmente um ser humano maravilhoso.” Johns revelou que ele e a diretora Patty Jenkins (Mulher-Maravilha) almoçaram com Donner.

Johns lembrou do conselho que lhe foi dado por Donner: “Se existe uma escolha entre a lógica e o coração, escolha o coração.”

Quando perguntado sobre suas influências para histórias em quadrinhos, John listou: Homem-Animal e Patrulha do Destino de Grant Morrison, Flash de Mark Waid, quase tudo que Marv Wolfman já fez, John Orstrander que de acordo com ele é um roteirista subestimado. “Ele escrevia os personagens que ninguém escreveria. Foi aí que percebi que não existem personagens ruins.”

Johns disse para DiDio que se ele não fosse exclusivo da DC, provavelmente continuaria a ser freelancer. “Neste ponto, Dan veio até mim e disse: “Todo mundo disse para mim e para Mike McKone, que vocês são idiotas por trabalhar com os Jovens Titãs e que irão falhar.” Dan disse: “Você está errado.”

DiDio acrescentou: “Só posso dizer que eles estavam errados porque vi seus lançamentos.  Eu lembro destas discussões até hoje.” perguntou se Geoff Johns faria algo diferente se estivesse escrevendo os Lanternas Verdes do Renascimento. Ele respondeu que não. “Você não quer apaziguar, você quer escrever a história na qual acredita.”

Johns revelou que não queria chamar a atual fase da DC de Renascimento. Essa palavra significava tanto para ele por ter escrito Lanterna Verde: Renascimento e Flash: Renascimento. “Quanto mais eu falava sobre o significado que a palavra Renascimento tinha para mim, mais eu percebi que cairia como uma luva. Eu queria escrever uma edição que trouxesse de volta o coração do Universo DC e fizesse as pessoas chorarem quando Wally West saltasse da Força de Aceleração.”

DiDio perguntou se o one-shot foi o quadrinho mais emocionante já escrito por Johns. “Foi, pois o quadrinho inteiro é sobre o quanto eu amo o Universo DC e como eu queria aqueles aspectos de volta. Houve muitas coisas boas durante os Novos 52, mas houve muitas coisas que foram perdidas.”

Falando em Universo DC: Renascimento, Johns disse: “Eu estava esperando por reações positivas e que as pessoas entendessem a história que eu estava tentando contar, mas eu estava tranquilo quanto às reações.”

Ele disse que enquanto as conexões com Watchmen fizeram as pessoas discutirem, ele queria que a verdadeira discussão fosse o centro emocional entre Barry Allen e Wally West.

“Eu queria que as pessoas testemunhassem o retorno do coração e da esperança, e vissem estes personagens como os mesmos personagens que elas conhecem e amam. Estou realmente feliz com o momento em que foi lançado. Wally West era o personagem que as pessoas estavam falando.”

Johns também falou sobre as últimas páginas do one-shot:

“Se tem alguém que pode mexer com o universo de um jeito tão drástico, este alguém é o Doutor Manhattan.”

Enfim, foram mostrados alguns painéis de Doomsday Clock, próximo projeto de Geoff Johns:

“É um sinal de: O fim está próximo. É o primeiro painel de Doomsday Clock.”

Quando questionado quem seria esta mulher loira, Geoff Johns respondeu: “Vamos apenas dizer que é uma nova personagem e ela está na prisão.”

“Talvez ela não esteja na prisão.”

“Desespero. Eu conheço a cena. Eu sei o contexto dela.”

Geoff Johns também teceu elogios ao desenhista Gary Frank: “Eu e meu parceiro do crime Gary Frank, ele adora contar histórias, é tudo sobre a emoção em contar histórias.”

Johns disse que Doomsday Clock é um trabalho arriscado para ambos. Diferentemente do que foi anunciado há alguns meses, o quadrinho terá 12 edições assim como Watchmen de Alan Moore e Dave Gibbons e se passará um ano após o Universo DC agora, quando a última edição for lançada, todos os personagens serão afetados de acordo com o roteirista. Ele deixou claro que Doomsday Clock se passa depois da próxima mega saga da editora: Dark Nights: Metal.

“Quando você faz algo grande como o Doutor Manhattan, você realmente quer contar a história. Eu quero abraçá-la de uma forma gigantesca.”

Mais dois painéis foram mostrados. Quando questionado sobre o raio-x da caveira, Geoff Johns respondeu: “É alguém que está doente.”

“Superman é a história.” Declarou.

O símbolo do Doutor Manhattan foi mostrado e logo depois, uma imagem da Liga da Justiça em Marte com a famosa frase: “Quem Vigia os Vigilantes?”

Em resposta aos leitores que acreditam que Watchmen não deve ser tocado, Johns disse: “Eu estou tentando contar a melhor história possível. Ele disse que a história celebra toda a história do Universo DC.”

O painel terminou com Geoff Johns dizendo: “Eu adoraria que o homem mais inteligente do mundo conhecesse o homem mais inteligente do outro. O homem mais inteligente do universo DC é Lex Luthor. E é tudo o que direi.” O “outro” a qual ele se refere provavelmente é Adrian Veidt, o Ozymandias de Watchmen. Johns disse que existem possibilidades dele falar sobre isso na próxima convenção em que ele participar. 

Doomsday Clock será lançado em novembro. O Renascimento já está sendo publicado no Brasil pela editora Panini. Para mais informações sobre o que acontece na Editora das Lendas, fique ligado na Torre de Vigilância

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Sobre o Autor

João Guilherme Fidelis

"Mas sabe de uma coisa ? Sentir raiva é fácil. Sentir ódio é fácil. Querer vingança e guardar rancor é fácil. Sorte sua, e minha que eu não gosto deste caminho. Eu simplesmente acredito que esse não é um caminho" - Superman (Action Comics #775)