Depois do fim de ano agitado, comendo igual um porco e tendo que ouvir os parentes perguntando das namoradinhas, voltamos às nossas atividades normais com uma nova resenha de livrinho japonês (Light Novel, para os leigos). Se você ainda não acompanha a série, e está pensando se deve começar a fazê-lo, dá uma olhada na resenha (sem spoilers) do Livro 1. Se você já leu o livro 1, achou que japonês é um povo estranho, e está mais pra lá do que pra cá, esse post é pra você.
Assim como Subaru, retorno da morte para fazer outra postagem. Se achou que eu desistiria depois de apenas um volume, você está muito enganado. Fazer resenhas é o único motivo que me força a terminar de ler qualquer coisa, e como minha lista de espera está saindo de controle, é hora de seguir as sábias palavras de René Descartes: “Leio, logo resenho“, ou algo assim. De qualquer maneira, segundo volume de Re:Zero – Começando uma Vida em Outro Mundo, da Editora NewPOP.
Depois de vê-lo morrer umas três vezes para conseguir sobreviver seu primeiro dia no mundo alternativo, encontramos Subaru numa situação completamente diferente da inicial. Tirando-o de sua zona de conforto, e tendo que se virar num ambiente e com tarefas onde seu vasto (e apenas ocasionalmente utilizado) conhecimento não lhe é útil, voltamos a uma sensação boa de ter prazer em vê-lo se dando mal.
A primeira parte do volume (e, se me permitirem a audácia de tentar traçar padrões após apenas dois exemplares… De todos os volumes) foi uma leitura extremamente agradável. Subaru fez suas cagadas como sempre, mas a história estava fluindo e estávamos explorando novos acontecimentos, recebendo novos fatos, descobrindo novas informações. Re:Zero pode até não se esforçar para, mas acaba construindo um universo interessante e que tem gostinho de quero mais. Por isso, a “primeira volta” é sempre fenomenal e o melhor excerto do(s) volume(s).

Porém, como diz o ditado, “O mundo gira e vacilão roda“. Nesse caso, quem roda é você, leitor, ao ter que experienciar os mesmos dias, os mesmos fatos, várias e várias vezes. Tá certo que a cada volta de Subaru, novas coisas acontecem, mas… É frustrante, caras.
O autor retrata, em diversos momentos, a frustração do protagonista, por ter que reviver diversos dias, diversas vezes. Mas em momento nenhum ele pára para pensar na frustração… do leitor. Como já discutido anteriormente, e acredito ser unanimidade, ninguém lê essa light novel por causa de seu protagonista cativante. O que nos prende é o cenário interessante e as personagens que cercam o poço de ruindade. Daí o senhor Nagatsuki vem e nos força a ter apenas um terço do livro para essas coisas legais, e todo o resto é exclusivamente um desafio de tentar escalar o poço de ruindade previamente mencionado.
Juro pra vocês que, quando cheguei na segunda volta, fiquei tão frustrado pela interrupção abrupta do meu livrinho japonês, que larguei mão de ler e só voltei uma semana depois. E infelizmente, deve ser um comportamento que se repetirá, afinal… A única coisa que o cara faz direito é morrer.
De qualquer maneira, deixando a causa da discórdia de lado, o segundo volume introduziu diversos novos personagens na história, todos muito importantes para o decorrer da obra a longo prazo. As empregadas gêmeas são literalmente fábricas de memes ambulantes; o nobre é literalmente um bobo da corte; e a bibliotecária é literalmente… Hm… literalmente uma bibliotecária? Não sei, “literalmente” é uma palavra muito forte.
O importante é que todas essas personagens tiveram sua primeira aparição neste segundo volume, e tivemos um terço dele para conhecê-las melhor. Todas intrigantes (cada uma em seu estilo), mas nenhuma chega aos pés de Reinhard van Astrea, o santíssimo espadachim, cavaleiro entre os cavaleiros, cara mais boa pinta do reino e que injustamente não teve sequer uma aparição neste segundo volume (opinião pode ou não ser levemente tendenciosa).

A edição física da NewPOP, dessa vez com uma única capa, manteve o seu nível altíssimo de acabamento, lombada, papel, ilustração, etc. Aquela coisa toda que vocês adoram. Vai ficar bonito pra caramba na estante e vai dar gosto de pegar nele pra mostrar pro seu amigo que veio te visitar, folhear por cinco minutos e depois guardar de novo.
Porém, algo que não se manteve foi… Ela mesma, aquela, o fantasma que não larga o osso e continua a assombrar a editora de Júnior Fonseca obra após obra: A revisão. A impressão que tive foi que o revisor estava fazendo seu trabalho tranquila e atentamente, até que foi avisado que o seu prazo de entrega era amanhã de manhã. Há muito mais erros no último capítulo do volume sozinho, do que no resto das obras publicadas em 2017 pela editora. Não tem como ter outra ideia além de que ele foi apressado por conta de prazos, e não pôde fazer o seu trabalho como gostaria. Um ponto negativo para o volume.
Se vale continuar lendo? Estamos meio que obrigados moralmente a comprar pelo menos até o volume três, afinal… Precisamos saber o desfecho desse arco. Não te contaram? Esse volume termina em aberto, e o arco da mansão só será concluído no próximo volume… Que sai daqui há dois meses… E eu fiquei bem bolado de só descobrir isso ao virar a página e ver que não tinha mais páginas para virar.
Você pode comprar o segundo volume de Re:Zero na loja online da NewPOP ou na Amazon.