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Resenha | O Dia em que Troquei Meu Pai por Dois Peixinhos Dourados

Escrito por Gabriel Faria

Que criança ou adolescente (e muito adulto por aí que eu sei) nunca foi inconsequente? 

Texto de Gabriela Miyasato

Ora, seu melhor amigo tem dois peixinhos dourados incríveis, claro que eles vão te encher os olhos. Que tal trocá-los por figurinhas? Brinquedos? Nathan não aceita as ofertas… Então, que tal trocar os peixinhos pelo seu pai? Tudo o que ele faz é ler jornais mesmo…

Negócio fechado! Mas e quando sua mãe descobrir? Trocar o próprio pai? Que absurdo! Agora basta ir até a casa do Nathan e desfazer a troca, certo? Bem simples, o que poderia dar errado?

O Dia em que Troquei Meu Pai por Dois Peixinhos Dourados, publicado pela editora Rocco, nasceu no dia em que, revoltado, o filho de Neil Gaiman sugeriu que poderia trocá-lo por um peixe. Por que não podem as coisas serem simples assim? Um pai que te enche o saco, uma mãe muito sistemática, por que não trocá-los por peixinhos?

A cada página Neil Gaiman apresenta situações absurdas e cômicas, sendo que o resultado final é gracioso, muito devido ao charme único da arte do Dave McKean. Gaiman e McKean formam uma dupla da pesada, já que trabalham juntos deste sempre em obras sérias como Violent Cases, Sandman, Orquídea Negra e outras.

Um dos pontos fortes de Gaiman sempre foram as histórias infantis, como Coraline e Os Lobos Dentro das Paredes, e este livrinho não é diferente. Aparentemente, o público-alvo é o infantil, mas ele é tão divertido que pode alegrar a criança dentro de cada um facilmente. 

O livro brasileiro se assemelha muito ao original na questão do formato e da tipografia, o que é um mérito incrível visto que muitas vezes histórias que possuem peculiaridades nos textos são simplesmente alteradas para algo básico e feio. Aqui, a editora manteve-se fiel ao original em todos os quesitos, o que deixa tudo ainda mais bonito.

É difícil comentar um livro infantil tão curto sem entregar a resolução e como a história se desenvolve, então tudo que deve-se saber é: a história é bonita e divertida, passa uma mensagem positiva e educativa, e dá para comprar por um preço bem convidativo na internet (algo muito importante).

Publicado originalmente em 1997, a edição brasileira da editora Rocco foi publicada sob o selo Rocco Pequenos Leitores em abril de 2015, contendo 64 páginas e tradução de Viviane Diniz.

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Sobre o Autor

Gabriel Faria

Assistente Editorial, apaixonado por quadrinhos, redator da Torre de Vigilância, criador do blog 2000 AD Brasil e otaku mangazeiro nas horas vagas.