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O Auge da Fórmula Bay em Esquadrão 6

Escrito por José Victor

Desde sempre Michael Bay faz seus filmes com os mesmos elementos, que envolvem explosões, uma fotografia colorida e super saturada, reflexos aleatórios na câmera, explosões sem sentido, câmera lenta, mais explosões e cenas de ação com a técnica que destruiu a beleza dos filme do gênero: a câmera trêmula. Em alguns casos, como na trilogia Transformers (digo trilogia pois os dois últimos não merecem existir) até chegam a funcionar, mas em outros… nem tanto. O grande problema é que a Fórmula Bay se tornou enjoativa por estar presente em todos os seus filmes e na real nunca foi algo bom, mas dava pra entreter – em Esquadrão 6, nem pro entretenimento serve.

Durante todo o longa, o diretor abusou da fórmula de uma forma que pode ser considerada escrachada e até mesmo cômica, como se tivesse satirizando o seu próprio jeito de dirigir um filme. Logo nos primeiros 10 minutos do longa, somos apresentados a uma perseguição de carro com todos os fatores citados acima de uma forma extremamente exagerada – como ocorre em todo o resto do filme, mas esses minutos iniciais nos preparam para o que está por vir (isso é, se você conseguir assistir até o final).

Pois bem, o que vemos aqui é o auge da Fórmula Bay.

A trama gira em torno do personagem de Ryan Reynolds, um bilionário que decide reunir um grupo de pessoas para derrubar forças ditatoriais ao redor do globo. Para isso, cada membro simula sua própria morte para fazer parte dessa missão. A proposta é até interessante porém se perde em um roteiro preguiçoso, uma direção porca e uma edição horrível repleta de cortes desnecessários onde até a trilha sonora sofre nisso. Sim, exatamente. Vamos por partes:

O roteiro é bem raso, ignora diversos aspectos importantes para a trama e se perde em meio a tanta cena de ação mal dirigida com os elementos no qual Bay é apaixonado desde sempre e em meio a frases clichês e sem nexo ditas pelos personagens a todo o momento (isso quando tem um dialógo, pois a maior parte do tempo são apenas explosões). As cenas de ação seriam melhores se não fizessem o uso da câmera tremida a todo o momento e a direção está uma preguiça, parece que Bay fez o filme apenas para ele ter prazer assistindo.

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A edição do filme é péssima, o longa é dividido entre flashbacks e momentos atuais onde o corte não colabora para você distinguir qual é qual. Além disso, o roteiro e a direção falham em desenvolver os personagens durante esse tempo. Em conjunto com a edição, apenas mostram cenas jogadas no ar para você saber a história e a motivação de cada um – como a edição é horrível, você continua sem saber. A trilha sonora sofre com a edição pelo fato de que a música começa e acaba em questão de segundos, junto com a cena. Inclusive, a trilha é marcada por rocks jogados aleatoriamente para fazer com que a ação pareça mais radical (como se a quantidade de sangue e explosões não fossem o suficiente para provar isso).

A fotografia é super colorida e saturada, característico de Bay. Realmente não tem muito o que falar sobre, chega a machucar os olhos de tanto reflexo branco forçado na câmera. Uma curiosidade é que o diretor reaproveitou algumas imagens de Transformers: A Era da Extinção durante o filme para mostrar takes das cidades, talvez ele tenha reaproveitado de outros filmes também, mas é, comprovando que esse é um filme preguiçoso feito para agradar somente o diretor. O elenco é mal aproveitado e nem Ryan Reynolds consegue se safar dessa, aqui ele interpreta ele mesmo mas seu carisma não salva o filme do fundo do poço. A atuação do resto é medíocre.

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Para ser sincero, não tem muito o que falar do filme. Ele é fruto das fantasias mais delirantes de Michael Bay e a culpa dele ser a bomba que é, é exclusivamente do diretor. Como eu disse acima, Esquadrão 6 é bombástico e nem Ryan Reynolds com todo o seu carisma consegue salvar esse filme do total fracasso. Opinião pessoal, eu só consegui terminar o filme pois precisava escrever essa crítica, se dependesse de mim eu largava na primeira meia hora. Mas se você é fã do diretor (o que eu acho difícil), boa sorte e bom filme!

Nota: 0/5

Liderados por um homem enigmático (Ryan Reynolds), seis bilionários forjam as suas próprias mortes e criam um grupo de elite para combater o crime e mudar o mundo, mesmo sem terem chances de ser identificados.

Esquadrão 6 já está disponível na Netflix.

 

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Sobre o Autor

José Victor

Estudante de Odontologia durante o dia, produtor de conteúdo durante a noite e redator por aqui nas horas vagas.