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Monster Harvest: Seja bem vindo à Planimália!

Monster Harvest é trazido pela Merge Games (responsável por Alex Kidd in Miracle World DX) e explora conceitos já conhecidos nos gêneros de simulação e monstrinhos colecionáveis a la Pokémon.

Para quem já jogou Stardew Valley e Harvest Moon, Monster Harvest soará bem familiar, em vários aspectos durante a sua jornada, principalmente no começo.

A história é praticamente a mesma que já vimos no gênero, você se muda para uma pacata cidade (chamada Planimália) onde recebe a tarefa de cuidar da fazenda do seu tio, já que ele está muito ocupado com pesquisas sobre o fenômeno que dá um twist inesperado ao gênero de simulação de fazendas: os planimais.

Os planimais são monstrinhos criados através das mutações de plantas com os slimes encontrados nas masmorras, contando o jogo com 75 variações de monstros e possuem o papel semelhante ao de um Pokémon, com direito a batalhas por turno e tudo o mais.

No entanto, até chegar ao verdadeiro brilho do jogo há um enfadonho pedágio a ser pago.

O começo de Monster Harvest pode espantar quem não tem muita paciência, tarefas mais básicas como limpar o terreno quebrando pedras e cortando madeira consomem exageradamente a energia do personagem a um nível que pode quebrar o ritmo de exploração em meio as atividades necessárias já que você é obrigado a dormir para recuperar a sua energia. Caso durma só até a noite, ela se recuperará um pouco, caso durma até o dia seguinte ela se regenera completamente. Comidas ajudam mas não estão muito disponíveis a você desde o começo.

Como é impossível fazer sua fazendo crescer sem remover pedras e galhos para apanhar matérias e, com apenas 9 sementes de plantio, o começo do jogo por vezes parecerá mais trabalho do que Happy Hour, até o jogo realmente engrenar.

É importante lembrar que os ciclos de dia e noite importam e os adoráveis gráficos pixelados ganham maior destaque devido ao cuidado aos detalhes na ambientação. Reflexos em tempo real nas águas, vagalumes à noite e três estações definidas (Estação seca, estação úmida e estação escura) dão um dinamismo muito bem-vindo e que demonstram a dedicação dos desenvolvedores no jogo.

As plantas necessitam de cuidado como a atividade de regá-las todos os dias, com exceção dos dias chuvosos, onde esse trabalho fica com a mãe natureza.

Os próprios planimais, precisam de todo um cuidado para a criação pois só será seguro leva-los consigo assim que estiverem totalmente crescidos e desenvolvidos.

O jogo brilha com o desenrolar dos dias (e conta com um calendário interno) e as visitas às masmorras, onde você encontrará slimes, materiais de decoração, materiais de crafting e desafios como as lutas entre Planimais ao melhor estilo Pokémon: Batalhas de turnos com ações para cada Planimal e sempre de 1 contra 1.

Até mesmo a primeira masmorra do game poder ser bem desafiadora, requerendo paciência e estratégia em relação a sua movimentação e seu arsenal de Planimais aliados mas no decorrer do jogo ele vai ficando mais amigável e consequente mais fácil.

A trilha sonora não deixa nada a desejar, e combina perfeitamente com o visual pixelado do jogo, uma harmonia bem vista até nas trocas de ambientes.

O jogo está localizado no Português do Brasil brilhantemente, inclusive na versão de Nintendo Switch, onde jogamos o game.

O visível elefante no meio da sala, no entanto, precisa ser mencionado: as referências aos seus títulos de inspiração as vezes chegam a ser parecidos até demais, levando a inevitáveis comparações com Stardew Valley e Pokémon e o problema maior é que, se comparado a tais franquias, ele não consegue se destacar com toda a maestria merecida.

Há um sistema de relacionamentos de relacionamentos com os moradores, mas o sistema é muito simplificado e raso, faltando, na maioria das vezes, a motivação para investir na amizade com outros personagens.

As batalhas entre planimais são bastante divertidas, mas os monstrinhos também possuem limitações rasas pra quem está acostumado com sistemas complexos de Pokémon.

Isso não faz com que o jogo deixe de ser divertido, é justamente a soma destas mecânicas tão diferentes que fazem o game brilhar do seu jeitinho carismático.

Há uma misteriosa e empolgante trama envolvendo uma corporação industrial que estaria utilizando slimes para algo maligno, os personagens são interessantes e tem histórias a contar, que inclusive envolvem o seu personagem, já que a cidade não lhe é estranha, afinal, parte da sua infância foi aqui.

Durante a minha jogatina experimentei alguns pequenos bugs que incluíam até o uso do teclado do jogo, que, infelizmente, não se aproveita dos recursos touchscreen do Nintendo Switch onde poderia brilhar ainda mais.

Veredito:

Monster Harvest é uma excelente escolha para quem gosta do gênero de simulação de fazenda com o fator diferente dos planimais, que podem mudar e complementar a experiência.

No entanto, o jogo não traz nada que não tenhamos visto antes, e peca um pouco quando isolamos as mecânicas que ficam mais simplificadas, devendo ser levado em conta a soma destas mecânicas para realmente brilhar, nada que torne o jogo menos divertido e viciante, mas que definitivamente não o torna para qualquer jogador.

Nota 3.5 (Prata)

O jogo foi lançado hoje, dia 31 de agosto, para as plataformas PC, Nintendo Switch, Xbox One e PS4 (Xbox Series e PS5 através de retrocompatibilidade) e foi nos gentilmente fornecido com antecedência pela Merge Games.

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Sobre o Autor

Luiz Cláudio Chaves Andrade

Advogado durante o horário comercial, gamer apaixonado nas demais horas do dia e invisível durante os finais de semana.

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