Super Mario Strikers estreou em 2005 no GameCube com a proposta de ser uma mistura de Futebol de Salão e Mario Kart com muita bagunça, uso de itens clássicos da série do encanador bigodudo e muita diversão.
O título ganhou uma sequência para Nintendo Wii denominada Mario Strikers Charged em 2007 e retorna na geração atual dos consoles de mesa para o Nintendo Swicth sendo um dos jogos mais aguardados do mês de Junho deste ano.
O jogo é totalmente localizado em português do Brasil e simplifica (ao mesmo tempo em que modifica) algumas regras do Futebol clássico para que até pessoas como eu, que não acompanham muito o esporte, conseguem entender muito bem o funcionamento de tudo.
As regras simplificadas do Futsal, no entanto, não tornam o jogo simplório. Há camadas acessíveis de complexidade que são ensinadas pelo competente tutorial do jogo:
Quando você der uma rasteira no jogador inimigo que não estiver com a bola você nãos será penalizado, mas, o time adversário vai receber da torcida uma caixa de item (que terá as cores do time inimigo) que só poderá ser aberta pelo time adversário deixando equilibrada a compensação já que não há o sistema de faltas no jogo. A esquiva na hora certa concede super velocidade ao jogador, incentivando ainda mais o domínio das fintas e ataques. O chute carregado no momento exato também pode render um “chute perfeito” com muito mais chances de acertar o gol que um chute comum, e até passes seguidos na hora certa dão este efeito à bola, que, inclusive, pode ter a sua rota modificada na finalidade enganar o time e o goleiro adversários.
Cada jogador conta com uma jogabilidade diferente, alguns com mais força, outros mais velocidade, outros com mais habilidade no drible e no chute, outros no passe e estas habilidades podem ser modificadas com o sistema de equipamentos do jogo, que podem ser comprados com a moeda do jogo obtida somente através de ganho de partidas rápidas, online e as copas garantem ainda mais moedas para customização do seu time.
Caixas holográficas de itens são jogadas esporadicamente no campo e podem ser adquiridas ao encostar nelas por qualquer membro do time. O time pode carregar até dois itens por vez e terá que usar os itens para conseguir pegar os demais eventuais itens que aparecerão e podem ser utilizados por qualquer jogador do time.
O cogumelo te deixa temporariamente mais rápido, o casco verde corre sem direção ao passo que o casco vermelho vai atrás de quem está atrás da bola.
A banana pode ser arremessada em inimigos próximos ou deixada no campo para alguém escorregar, a bomba pode causar um estrago em vários jogadores ao mesmo tempo e a estrela lhe garante invulnerabilidade por um espaço bem curto de tempo. O uso de todos os itens garante um fato de sorte e bom emprego da ocasião aumentando a variedade de possibilidades da partida, mas atenção, os seus itens também podem atingir você e jogadores do seu time então use-os com sabedoria!
Além do mais, eventualmente, em algum lugar aleatório do campo aparecerá uma esfera de energia garantindo, por um pequeno espaço de tempo, que os jogadores usem o Super Chutaço, que varia de acordo com cada personagem e tem sua própria animação, além de tudo o Super Chutaço quando efetivo garante dois pontos ao invés de somente um ao time que conseguir usá-lo pra atingir a rede rival.
Eu, honestamente, não achei que fosse possível me divertir tanto com um jogo de esporte, mas, a fórmula da Nintendo costuma surpreender em vários aspectos e torna Mario Strikers uma boa fonte de satisfação individual e gargalhadas com os amigos, sobretudo quando jogado de galera.
Após algumas horas de jogo, no entanto, uma falha grave do jogo vai ficando mais evidente: A escassez de conteúdo.
Com pouquíssimas opções de campos (que só afetam cosmeticamente o fundo do cenário e levemente a cor da grama do campo), poucas opções de times, apenas 8 personagens controláveis e um dos modos single player mais fracos já encontrados em jogos da Nintendo, Mario Strikers deixa um gosto agridoce na boca depois de um tempo de jogatina.
Há uma boa dose de emoção encontrada nos esportes, como a reação das torcidas e até mesmo as comemorações dos atletas após marcarem gol, com direito a câmera de replay em vários ângulos e animações variadas de celebração mesmo entre os mesmos personagens.
A limitação na customização dos próprios times que são restritos ao modo online é bem questionável e a incompreensível decisão de que os goleiros sempre serão controlados pela inteligência artificial, mesmo que você traga algum amigo pra jogar com você, dá uma certa frustração na paridade do jogo, já que a própria inteligência artificial dos goleiros é bem inconstante, em algumas partidas o goleiro apanhará a maioria dos chutes ao gol, ao passo que em outras deixará algumas passarem facilmente.
Os oito personagens, no entanto, podem ser controlados localmente por até 8 pessoas, podendo haver personagens repetidos no mesmo time e até escolher se prefere usar o personagem padrão ou com os equipamentos pré-selecionados no menu de equipamentos.
Como cada personagem tem um estatísticas e um Super Chutaço diferente, o uso do especial acaba tornando a partida ainda mais diversificada: Enquanto Mario faz um ciclone de fogo carregar sua bola, Peach faz curvas em forma de coração fazendo com que os inimigos fiquem temporariamente apaixonados, Luigi provoca um furacão que carrega inimigos e por aí vai.
A Nintendo já confirmou que mais conteúdo gratuito será lançado para o jogo, o problema é que, como de costume da grande Japonesa, não há especificação de qual conteúdo será este, e quando o mesmo será disponibilizado. Ao que parece, o certo é que as adições serão periódicas e também seguem sem previsão.
É importante lembrar que até mesmo o modo online ficou disponível somente vários dias após o lançamento do jogo, muito embora encontre-se estável durante as partidas.
Mario Strikers Battle League empolga na jogabilidade acertada, na diversão balanceada e na própria fórmula Nintendo de inserir os esportes no mundo do encanador mais famoso do mundo.
No entanto, peca na escassez de conteúdo, trazendo a impressão de que o jogo não está 100% pronto e sem sequer traz alguma previsão de que um dia o game estará completo para compensar o seu preço cheio e pesando no fator replay ao longo do tempo.
Nota: 3/5 (prata)
Mario Strikers Battle League está disponível para Nintendo Switch desde 10 de junho de 2022.