”Emoção é uma reação a um estímulo ambiental que produz tanto experiências subjetivas, quanto alterações neurobiológicas significativas. Está associada ao temperamento, personalidade e motivação. A palavra deriva do termo latino emovere, onde ‘e’ significa ‘fora’ e ‘movere’ quer dizer ‘movimento”’.
Love, Death & Robots não é uma produção sobre amor, morte e robôs, mas sim uma obra sobre sentimentos, concebida de uma forma fora do convencional. Arrisco-me em dizer, que o seriado antológico produzido pelos cineastas Joshua Donen, David Fincher, Jennifer Miller e Tim Miller, é a melhor coisa que a Netflix já fez em anos, surpreendendo o telespectador a cada milésimo de segundo.
Quando as primeiras imagens da série foram liberadas, pouco se falava sobre a próxima elaboração cinematográfica do milênio, muito pelo contrário, indivíduos moderados se comunicavam entre si a respeito de Love, Death & Robots, aparentando ser um fracasso de público mas um sucesso de crítica. Felizmente, meu raciocínio – deveras chulo – estava equivocado, visto que a antologia é simplesmente um verdadeiro triunfo.
Dezoito histórias comandadas por uma comunidade global de animação, com talentos e perspectivas únicas de estúdios de animação inovadores, diretores e artistas de todo o mundo. Cada filme é meticulosamente trabalhado, carregado com uma mistura de energia, ação e humor negro sem remorso.
Cada curta-metragem aborda um tema diferente com constantes críticas sociais; como feminicídio, preconceito, racismo, suicídio, dentre outros. Contudo, mesmo seguindo um rumo próprio, todas as animações são obrigadas a inserirem a iminente extinção da vida em suas entrelinhas, que por sinal, são executadas de uma forma minuciosa.
Já o amor e os robôs, são distribuídos de forma análoga para alguns desenhos, trazendo, de fato, uma mensagem mais forte sobre a existência humana e sobre os reais significados das sensações altruístas.
Tim Miller e David Fincher, as mentes por trás de Deadpool e Clube da Luta, são os principais idealizadores de Love, Death & Robots. Suas criatividades são simplesmente invejáveis, traçando planos e rotas nunca fantasiadas antes, afinal, quem nesse quadrante intergaláctico já pensou que um iogurte inteligente, fruto de um experimento científico, poderia ser a solução para todos os problemas da humanidade?
A série usufrui de um fórmula em que nada é previsível. Cada desenho, possui um pequeno (ou não) plot twist, que faz o espectador demonstrar inúmeras perturbações emocionais. Ponto positivo, pois surpresas são o que movem a mente do ser humano para dezenas de caminhos curiosos.
Cada antologia brilha de forma divergente em relação aos seus outros companheiros de temporada, gerando um ambiente descontraído e praticamente sem defeitos. Falo ‘‘praticamente sem defeitos” pois os episódios Proteção Contra Alienígenas, Boa Caçada, O Lixão e Ponto Cego são os mais fracos desse primeiro ano, entretendo de forma temporária e praticamente insignificante. Todavia, apesar de serem inferiores aos demais, eles tem seus próprios méritos, sendo assim, feitos generosos.
Outro fator importante, é que cada história possui um traço artístico próprio, que atrai a atenção do público para a obra. Alguns episódios são totalmente feitos em CGI, enquanto outros parecem desenhados a mão, formando um conjunto de admirações extraordinárias.
Após esses nove parágrafos, você deve estar se questionando: ”mas, o que essas falas tem a ver com a primeira estrofe dessa coluna?” Pois bem meu caro leitor, parece um pouco sem sentido o redator que vos escreve colocar um significado de emoções logo de cara, porém, a primeira subdivisão desse texto fará sentido (ou não) a partir de agora.
Na minha humilde opinião, dentre as dezoito antologias, Zima Blue foi a que mais mexeu comigo, despertando algo dentro de mim que eu não consigo expressar em palavras, mas apenas em sentimentos.
Sintetizando de maneira breve, Zima é um famoso e misterioso artista com um passado obscuro. O artesão, é conhecido por suas incríveis e belas obras de artes que possuem um nível de acabamento inacreditável. Com o passar dos anos, o protagonista da trama começa a desenvolver obras de artes de tamanhos surreais, atraindo a atenção de dezenas de jornalistas.
Zima Blue me lembra vários acontecimentos que sucederam a minha vida de 2017 para 2019, principalmente o seu desfecho, que assim como aprendi com o passar dos anos, a simplicidade é a melhor coisa que um homem poderia desejar. É simplesmente lindo.
Do fundo do meu coração, espero que essa obra de arte chamada Love, Death & Robots seja renovada para todo o sempre. Pode parecer um desejo impossível, mas dado que a criatividade de Miller e Fincher são praticamente infinitas, a Netflix pode usar as mentes desses dois gênios para criar muitos conteúdos controversos e fora da caixa, que transitam desde histórias de vampiros, até uma civilização que mora dentro do freezer de um casal.
Espero que tenham gostado, até a próxima e lembrem-se, sempre verifiquem se vocês não estão presos em uma teia de aranha.