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Juiz Dredd: os acontecimentos que levaram ao Dia do Caos

Escrito por Gabriel Faria

Dia do Caos, saga mais importante do Juiz Dredd dos últimos anos, está sendo lançada no Brasil no mês de setembro. Convergindo acontecimentos importantes de sagas posteriores, Day of Chaos (no original) foi um ponto de virada importantíssimo para a mitologia do Juiz, onde John Wagner (seu criador) alterou todo o status quo de Mega-City Um. Mais quais seriam os principais fatores que levaram à saga? Confira todos os detalhes abaixo!

Conforme explicado no Guia de Leitura do Juiz Dredd, a população de Mega-City Um variou com o passar dos anos e a principal mudança foi de 800 milhões de habitantes para 400 milhões durante a saga Guerra do Apocalipse (inédita no Brasil), onde a contraparte soviética de Mega-Leste Um deu início à uma guerra contra a cidade, e o Juiz Dredd impediu danos ainda mais catastróficos aniquilando a vida de toda a população da cidade inimiga.

Dia do Caos é, acima de tudo, uma sequência direta dos acontecimentos da Guerra do Apocalipse. Os Sovs sobreviventes de Mega-Leste Um buscam vingança pelo evento, que ocorreu nos quadrinhos em 1982, e hão de agir contra a cidade de Dredd das formas mais letais possíveis.

Obviamente, Dia do Caos não se baseia somente na premissa de ser uma sequência da Guerra. Como mostrado na história Origens, Dredd passou a reconsiderar a importância e modo de agir do Sistema Judiciário, com seu pensamento mostrado brilhantemente através de uma narrativa primorosa que explicou os detalhes do passado deste universo, desde o ano de 2031. Em Origens, John Wagner e Carlos Ezquerra também exploram mais sobre a Terra Maldita, abordando o passado do primeiro Juiz-Chefe, Fargo.

Motivado pelas mudanças e tratamento mais humanitário, no arco Mutantes em Mega-City Um diversos acontecimentos levaram à mudanças na posição do Juiz Dredd, até então o Juiz mais respeitado da cidade. Dredd foi o principal atuante na liberação do tratamento pacifista para com os mutantes do deserto nuclear da Terra Maldita, e atraiu a atenção de extremistas receosos do lado dos Juízes e da população. Questionado, prensado contra a parede e submetido à diversas armadilhas, Dredd cai exilado, enquanto há uma nova escolha para Juiz-Chefe da cidade, ao mesmo tempo que o prefeito fora assassinado, permitindo que o maníaco PJ Maybe (disfarçado de Byron Ambrose, simpático político) concorresse às eleições e fosse eleito.

Em Exílio, sequência direta do arco comentado no parágrafo anterior, Dredd está trabalhando na Terra Maldita cuidando dos campos de concentração para mutantes, e os Juízes que arquitetaram sua queda estão regendo Mega-City da forma que bem entendem, com passe livre após a renúncia da Juíza-Chefe Hershey e manipulação por trás do novo Juiz-Chefe, o astro de TV e Juiz do Povo Dan Francisco.

Com a possível queda de Francisco após uma misteriosa doença, Dredd pode tentar assumir (contra sua vontade) a posição de Juiz-Chefe e finalmente derrubar o maior inimigo e arquiteto destes caóticos acontecimentos, Sinfield, ao mesmo tempo que o prefeito PJ Maybe/Byron Ambrose começa a ser investigado, possibilitando sua exposição como assassino serial. Ao final de Exílio (o nome original destes arcos é Tour of Duty), PJ Maybe é sentenciado à prisão perpétua sem condicional, enquanto Sinfield é banido para Titã, a colônia penal para Juízes corrompidos. Dredd volta para as ruas, e Dan Francisco continua na posição de Juiz-Chefe.

Somando e continuando tudo que foi dito anteriormente, Dia do Caos não somente irá explorar mais deste questionamento de Dredd, como também dará uma resposta definitiva às suas dúvidas. As questões morais exploradas previamente recebem seus pontos finais, e o Sistema Judiciário mais do que nunca sofre grandes perdas. A saga, além de utilizar a Guerra do Apocalipse, também marca o retorno dos Juízes Negros, os quatro irmãos do universo paralelo onde “o crime é a vida, e a sentença é a morte.” Para saber tudo sobre os personagens, confira o encadernado Juiz Dredd nas garras do Juiz Morte.

Claro que Origens, Mutantes em Mega-City Um, Exílio e o Dia do Caos também trazem fatos e personagens de outros momentos cronológicos. A leitura de América, por exemplo, acrescenta muito para o entendimento do leitor, bem como o compilado Assassinos Seriais enriquece e apresenta personagens, com destaque especial para o já citado PJ Maybe.

E apesar de caótica como o nome bem sugere, a saga (que é dividida em dois encadernados, A Quarta Facção e Fim de Jogo) chega a ser reconfortante para fãs do Bom Juiz, entregando tudo que há de melhor em suas histórias: tramas envolventes, grandes artistas, texto primoroso e construção cadenciada, recompensando os leitores de longa data que estão seguindo cada passo da vida de Dredd, trazido ao Brasil pela Mythos Editora.

Ao final do Dia do Caos, o mundo realmente não é mais o mesmo, e cabe ao maior Juiz de Mega-City Um a difícil tarefa de aplicar a Lei aos cidadãos ao mesmo tempo que sua amada cidade está morrendo diante de seus olhos.

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Sobre o Autor

Gabriel Faria

Assistente Editorial, apaixonado por quadrinhos, redator da Torre de Vigilância, criador do blog 2000 AD Brasil e otaku mangazeiro nas horas vagas.