Serial-Nerd

E Westworld movimenta sua última peça do jogo: De volta ao início!

Escrito por Tassio Luan

Westworld possui algumas características notáveis no que envolve seu público: é o tipo de série no qual as pessoas amam totalmente ou odeiam completamente. Assim como não é aquela que ganha uma atenção da massa como aconteceu, por exemplo, com Game of Thrones (outra produção original da HBO). Por conta disso, encaixa-se num tipo de produção que somente alguns grupos param seu tempo para acompanhar a eterna rivalidade entre anfitriões e humanos. Além de refletir sobre conceitos que nos conferem como seres humanos e entender estes mesmos conceitos na mentalidade de organismos robóticos bem definidos. Para quem gosta de debates filosóficos, eis que Westworld tornou-se um prato muito bem servido.

Após oito episódios, nos despedimos da atual temporada de Westworld neste fim de noite (14). Agora que o Season Finale está fervilhando em nossas mentes e já pensando nas possibilidades futuras, podemos finalmente nos questionar: Tivemos uma temporada boa? A qualidade permaneceu ao longo de oito horas totais de duração? Jonathan Nolan e Lisa Joy ainda possuem fôlego para suas narrativas?

Para mim, os questionamentos acima podem ser respondidos com um sonoro SIM. Após uma terceira temporada inconsistente e até um pouco confusa (não do jeito legal), muitos perderam a fé na história que Westworld estava tentando mostrar para seu público. Como pedir desculpas e recuperar a confiança? Fácil! Juntando os seguintes ingredientes: coesão, coerência, retorno do parque temático, mais linhas temporais e construção de uma belíssima narrativa de suspense.

A primeira metade focou no desenvolvimento de quatro plots num salto de sete anos. Os personagens estavam tentando seguir em frente após os eventos do finale da terceira temporada e cada um tinha um propósito definido para continuar vivendo. Seja nas sombras como Maeve ou com a família como o Caleb ou a nova jornada de Bernard ou até Holores com seu admirável novo mundo. Acompanhamos a introdução de Christina e com ela, todo o mistério sobre sua verdadeira natureza. Pelo fato de ter sido interpretada pela maravilhosa Evan Rachel Wood, aquela pulga atrás da orelha coçou mais que o normal para saber mais de sua trama e o que isso significaria para esse mundo controlado pela Torre.

Tivemos uma importante virada de jogo na trama nessa primeira leva que definiu bastante o tom dos episódios seguintes. Reviravoltas esperadas e outras nem tanto, mas o importante foi perceber que os personagens estavam alinhados de alguma forma. Lutavam pela mesma causa e viviam neste mundo novo. Cada um no seu tempo definido.

Conforme os episódios passavam, mais peças desse quebra-cabeça foram sendo acrescentados e iniciando um entendimento mais claro sobre o que estava acontecendo com os personagens principais. Mesmo com mais perguntas aparecendo a cada resposta dada, ainda sim a direção era completamente favorável e instigante. Foi gostoso assistir o caminho que a série estava nos levando e isso me deixava com mais interesse de saber e entender tudo.

O Season Finale foi responsável por encerrar os arcos dessa temporada e abrir um promissor gancho para uma possível temporada final. Nada mais justo o último jogo acontecer onde tudo iniciou, não é mesmo? E melhor: justamente com a personagem que desencadeou essa sequência de eventos que vimos desde seu despertar até a introdução desse jogo perigoso. Sobrevivência ou Extinção, esse é o lema.

Com narrativas coesas e interessantes, a quarta temporada de Westworld provou que ainda possui fôlego para entreter o seu público. Tudo indica que o último jogo de Dolores encerrará a série com chave de ouro.

Nota: Ouro.

Narrativa 1: Elenco como sempre impecável na atuação.

Narrativa 2: Westworld continua com uma fotografia linda.

Narrativa 3: E que venha o Velho Oeste.

Narrativa 4: Clementine não tem um dia de paz.

Narrativa 5: É a Supremacia Dolores, meus amigos!

Todas as temporadas de Westworld estão disponíveis na HBO Max.

Comentários
Compartilhar

Sobre o Autor

Tassio Luan

Biólogo. Explorador do horror cósmico e de universos desconhecidos.

Deixar um comentário

Or