Tela Quente

Crítica | Assassin’s Creed

Escrito por Thiago Pinto

Otimismo define o que esperávamos de Assassin’s Creed. Será que finalmente teríamos uma digna adaptação dos games para as telonas? Dirigido por Justin Kurzel e tendo Michael Fassbender protagonizando e produzindo, Assassin’s Creed não foi tão digno como esperávamos, mas é um novo ponto de partida para futuras adaptações.

”Um novo ponto de partida”. Os elementos dos jogos foram fielmente adaptados, há várias cenas que remetem a dinâmica e a jogabilidade da franquia. Esteticamente, o longa entrega o que promete. Muitas cenas de ação bem coreografadas, com trilhas sonoras tensas acompanhadas de movimentações ágeis das câmeras. Trazer o ambiente do jogo para a história é importante para qualquer adaptação, já que esta deve simpatizar com os fãs e o público geral. Esse foi um ponto muito positivo e que deve ser lembrado pelos próximos diretores que quiserem embarcar neste mundo.

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Porém, os elogios terminam por aqui. Enquanto Assassin’s Creed tem uma estética excepcional, o roteiro, a direção e as atuações caem facilmente no esquecimento. Muito da Inquisição Espanhola foi apresentada a nós nos trailers, mas elas não compõem nem um terço do longa. O filme nos joga de um lado para o outro, variando entre os tempos atuais e passado, quebrando o seu próprio tom, consequentemente, não conseguindo ditar o seu ritmo.

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O roteiro bipolar é um outro ponto negativo. Há momentos de emoção, mas que não conseguem se firmar quando logo depois vem uma cena de ação eletrizante, sem deixar espaço para a dramaticidade envolvendo temas de paternidade e descobrimento. Os próprios personagens e atores não simpatizam com o público, atores como Jeremy Irons, Michael K. Williams e Marion Cotillard são desperdiçados. Depois de toda essa soma, só pode se esperar um terceiro ato desastroso e apressado, que usa  a ação para preencher os vazios no roteiro.

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Apesar de muitas coisas me incomodarem, os fãs dos jogos provavelmente irão gostar, já que Kurzel e Fassbender honram a fonte com algumas referências envolvendo os jogos e livros. Só que para uma pessoa (como eu) que não está habituada e nem tem interesse pela franquia Assassin’s Creed, e sim procurando por um entretenimento decente, talvez este não seja o filme ideal. Após o final, saindo do cinema, o filme esvaiu da minha mente rapidamente, como aqueles filmes-pipoca que assistimos na Sessão da Tarde.

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Sobre o Autor

Thiago Pinto

‘’E quando acabar de ler a matéria, terá minha permissão para sair’’

-Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)