Já estamos na segunda quinzena de Outubro, mas isso não impede de conferir o que ainda sairá nas plataformas de streaming. Principalmente como um lembrete do próximo entretenimento da semana.
Confira a modesta lista de novidades do Paramount+.
01/10
Rota de Fuga 3: O Resgate
03/10
A Culpa é do Cabral (Temporada 12)
07/10
Monster High: O Filme
Creepshow (Terceira temporada)
10/10
Funkbol
13/10
City Of The Hill (Terceira temporada)
21/10
Deixa Ela Entrar
24/10
Moonshine (Segunda temporada)
28/10
Star Trek Prodigy (Novos episódios)
Enjoy!
Paramount+ é um serviço de streaming norte-americano de propriedade e operado pela Paramount Streaming, uma divisão da Paramount Global. Oferece conteúdo original, conteúdo recém-transmitido nas propriedades de transmissão da CBS e conteúdo da biblioteca da Paramount Global.
A Apple TV+ está com uma lista modesta de novidades em seu catálogo nas últimas semanas de Outubro.
Confira abaixo o que já saiu e o que sairá.
07/10
Olá Jack! Um Programa Sobre Gentileza (Segunda temporada)
O Problema com Jon Stewart (Segunda temporada com episódios semanais)
14/10
Shantaram (Primeira temporada com episódios semanais)
21/10
Acapulco (Segunda temporada com episódios semanais)
Raymond & Ray
28/10
Louis Armstrong: Black & Blues
Enjoy!
Apple TV+ é um serviço de streaming de vídeo sob demanda anunciado pela Apple Inc. em 2019 durante o seu evento especial de 25 de março realizado no Steve Jobs Theater. Casa de produções como Ted Lasso, Fundação, See e The Morning Show.
Para o restante de Outubro, o Disney+ lançará a tão esperada série animada Star Wars: Tales of Jedi e contará com Ahsoka em vários pontos de sua vida, assim como o Conde Dookan.
Veja abaixo a lista de tudo que saiu e o que sairá nessa reta final do mês.
05/10
Dino Ranch (Primeira temporada)
Running Wild with Bear Grylls: The Challenge (Primeira temporada)
Caçadores de Naufrágios Austrália (Primeira temporada)
07/10
Lobisomem na Noite
12/10
Big Shot: Treinador de Elite (Segunda temporada)
Magri e os Maluquinhos (Primeira temporada)
14/10
Cinderella: The Reunion, a Special Edition of 20/20 (especial)
Deadpool
Deadpool 2
Logan
19/10
In the SOOP: Friendcation
The Wild Life of Dr. Ole
21/10
CNCO: Los Últimos 5 Días
26/10
Star Wars: Tales of Jedi
A Misteriosa Sociedade Benedict
Esquadrão Granja (Primeira temporada)
27/10
Marvel Studios Avante: Os Bastidores de Mulher-Hulk: Defensora de Heróis
O final de outubro promete o retorno da série premiada do Emmy, The White Lotus, para a sua segunda temporada. Além disso, a HBO Max está preparando colocar em seu catálogos variadas produções para agradar todos os gostos possíveis.
Confira abaixo o que já entrou no streaming e o que entrará nas próximas semanas.
01/10
Æon Flux
Na Teia da Aranha
Sujou… Chegaram os Bears
Professora sem Classe
Antes Que Eu Vá
Black Nativity (Edição do Diretor)
Os Implacáveis; Butch Cassidy
C.R.A.Z.Y – Loucos de Amor
Me Chame Pelo Seu Nome
A Morte e a Vida de Charlie
Indiscrição
Cônicos & Cômicos
Assédio Sexual
Distrito 9
Down Terrace
Cara, Cadê meu Carro?
Eyimofe – Esse é o Meu Desejo
Jogo de Poder
Entrevista
Frank
Freedomland
Toque de Mestre
Momentos Decisivos
Hot Summer Nights
Hotel Mumbai
I’m Gonna Git You Sucka
Jumper
Juno
Beijos Que Matam
A Ronda
Tiras, Só Que Não
Adoráveis Mulheres
Mulheres e Luzes
Max Steiner: Maestro of Movie Music
Espartalhões
Milagre em Milão
Amigos, Amigos, Mulheres à Parte
Navy Seals
O Abutre
Nada Além de Problemas
Oliver!
O Bicho Vai Pegar!
O Bicho Vai Pegar! 2
Popstar: Sem Parar, Sem Limites
Terra Prometida
Rock Dog: No Faro do Sucesso
S.W.A.T. – Comando Especial
Silent Hill: Revelação 3D
Slacker
Spotlight
Laços de Ternura
As Aventuras de Pinóquio
Meu Querido Presidente
The Bad News Bears
The Bad News Bears Go To Japan
The Bad News Bears In Breaking Training
A Ponte do Rio Kwai
O Olho do Mal
Evocando Espíritos 2
O Anfitrião Perfeito
Mar em Fúria
A Piscina
As Duas Faces de Janeiro
A Bruxa
Tim e Eric: O Filme de 1 Bilhão de Dólares
To The Wonder
A Marca
Ruas Sangrentas – O Acerto Final
Yvonne Orji: A Whole Me
Whose Line is It Anyway? (Nona temporada)
Nenhum Lugar Sobre a Terra
Century of Animation Showcase: 1922
Antes de Mickey Mouse: Uma História da Animação Americana
Scooby-Doo! e a Espada
02/10
101 Places to Party Before You Die (Primeira temporada)
Housing Complex C (Primeira temporada)
04/10
UEFA Champions League – Fase de Grupos
05/10
Eraser: O Renascimento
06/10
Folklore (Segunda temporada)
Pennyworth (Terceira temporada)
Wahl Street (Segunda temporada)
07/10
Habla Loud
08/10
Direto de Lugar Nenhum: Scooby-Doo Encontra Coragem, O Cão Covarde
09/10
Ursinhos em Curso (Primeira temporada)
10/10
Avenue 5 (Segunda temporada)
Oh Hell (Primeira temporada)
11/10
38 at the Garden
14/10
Do Velho ao Novo: O Castelo (Primeira temporada)
Blippi Wonders (Segunda temporada)
15/10
Trick or Treat Scooby-Doo!
16/10
The Vow: Parte Dois
Mr. Pickles (Temporadas: 1 a 4)
18/10
By Design: The Joe Caroff Story (Primeira temporada)
O Garoto da Mamãe
Batwheels (Primeira temporada)
Conheça os Batwheels (Primeira temporada)
19/10
Ano Um: Uma Odisseia Política
20/10
Legados (Primeira temporada)
A Mulher Mais Rápida do Mundo
21/10
Restoration Road with Clint Harp (Terceira temporada)
Vale dos Esquecidos (Primeira temporada)
Os Jovens Titãs em Ação (Sétima temporada)
23/10
La Pitchoune: Cozinhando na França (Primeira temporada)
24/10
Lanterna Verde: Cuidado Com Meu Poder
26/10
Uma Árvore da Vida: O Tiroteio na Sinagoga Pittsburgh
O Prime Video resolveu agradar aos otakus com a adição em seu catálogo de animes conhecidos mundialmente como One Piece e Dragon Ball Z. Além disso, o mês de outubro reserva adições interessantes no formato de séries e filmes.
Veja abaixo o que saiu e sairá no streaming.
01/10
Pearson (Primeira Temporada)
Hércules
Top Gun: Ases Indomáveis
Alguém Avisa?
O Último Vermeer
05/10
Borrego – Saia do Caminho
Ghost in the Shell: Arise – Border 1: Ghost Pain
Ghost in the Shell: Arise – Border 2: Ghost Pain
Ghost in the Shell: Arise – Border 3: Ghost Pain
Ghost in the Shell: Arise – Border 4: Ghost Pain
Doraemon: Nobita e A Ilha dos Milagres
Doraemon: Nobita’s Space Heroes
Doraemon: Nobita e A Lenda das Sereias
Doraemon: Nobita e A Revolução dos Robôs
Doraemon: Nobita’s New Great Adventures Into The Underworld
Estamos perto de completar a primeira quinzena de outubro e a cada semana mais produções vão sendo adicionadas nos catálogos das plataformas de streaming. Caso tenham perdido, acompanhem abaixo o que poderemos esperar do Star+.
02/10
The Walking Dead (terceiro e último bloco: S11E17)
05/10
30 Noites com a Minha Ex
Pink Lie: O Jogo da Mentira (S01E01/02)
Grey’s Anatomy (Temporada 18)
Station 19 (Quinta temporada)
The Real Housewives of Orange County (Temporada 16)
07/10
Archive
Sicário: Dia do Soldado
O Que Te Faz Mais Forte
Zumbilândia
O Quarto do Pânico
1408
Capitão Fantástico
Mama
O Balconista 2
30 for 30: Rodman: For Better or Worse
The Real Queens of Hip Hop: The Women Who Changed the Game
12/10
O Urso (Primeira temporada)
Breeders (Terceira temporada)
Os Assassinatos da Maratona de Boston (Primeira temporada)
Ex-Mórmon: Um Novo Mundo
14/10
Rosalina
Irresistível
Freaky: No Corpo de um Assassino
O Exterminador do Futuro: Gênesis
Um Brinde à Amizade
O Segredo dos Seus Olhos
Papai Noel às Avessas
Um Amor Quase Perfeito
30 for 30: The Infinite Race
Out of the Shadows: The Man Behind the Steele Dossier
19/10
O Rei da TV (Primeira temporada)
Chucky (Segunda temporada)
Alerta Aeroporto (Sétima temporada: Madrid)
Os Franceses (Primeira temporada)
My Name Is Earl (Temporadas: 1 a 4)
Damages (Temporadas: 1 a 5)
Chain of Command (Primeira temporada)
21/10
A Cidade Perdida
Deixe-o Partir
Audrey
A Múmia
Os Últimos Gângsters de Nova York
Miracles on the Plains
30 for 30: Miracles on the Plains
Step Into… The Movies with Derek and Julianne Hough
26/10
Noites Brutais
Meu Querido Zelador (Primeira temporada)
Boris (Temporadas: 1 a 3)
American Horror Stories (S02E01 a S02E05)
Motherland: Fort Salem (Terceira temporada)
Solar Opposites: A Sinister Halloween Scary (S03E12)
Anunciado por grandes portais de notícias em 2021, e oficializado pela Marvel Studios somente UM MÊS antes de sua estreia, Lobisomem na Noite é facilmente, uma das melhores e maiores surpresas de 2022.
Não é de hoje que a Marvel Studios tenta (e consegue) inovar em suas produções, trazendo novas abordagens e gêneros para suas produções (caso de WandaVision, Cavaleiro da Lua, Eternos e Shang-Chi e a Lenda de Dez Anéis). Lobisomem na Noite vai além e apresenta uma história que homenageia grandes clássicos do horror que não tem medo de ser ela mesma.
Em uma noite escura e sombria, uma cabala secreta de caçadores de monstros emerge das sombras e se reúne no templo de Bloodstone após a sua morte. Em um estranho e macabro memorial à vida de seu líder, os participantes são lançados em uma misteriosa e mortal competição por uma poderosa relíquia – uma caçada que acabará por colocá-los cara a cara com um monstro perigoso.
Com o excelentíssimo Gael García Bernal como o personagem título, Lobisomem na Noite apresenta uma trama totalmente desconexa ao MCU, mesmo pertencendo a esta realidade.
Seu conto não é inovador, mas entretém e deixa um gostinho de ”quero mais” após o seu epílogo.
A escolha de Bernal não foi somente certeira, como também foi uma das melhores adições ao MCU nesta fase 4 devido o grande repertório do astro.
Laura Donnelly como Elsa Bloodstone é uma das maiores surpresas do média-metragem, dado que sua personagem veio para ficar além de possuir uma personalidade de combate forte e astuta.
Por fim, mas não menos importante, deve-se mencionar a assertiva e simpática participação do Homem-Coisa, que mesmo sendo rápida e curta, deixa uma ponta solta para que o MCU explore mais da criatura no futuro.
Como nem tudo são flores, a relação entre Jack Rusell (Lobisomem) e Elsa, é vazia e entediante. Os personagens se conectam de uma forma superficial, jogada na história sem pudor e sequer faz sentido com o contexto da obra.
A antagonista Verussa Bloodstone (Harriet Sansom Harris) é barcaça e pouco empolgante, sendo facilmente, uma das vilãs mais tediosas do MCU.
Em suma, Michael Giacchino entrega uma obra inovadora (ao Universo Cinematográfico da Marvel) que utiliza o preto e branco ao seu favor permitindo a liberdade criativa em cenas de gore e que possuem litros de sangue.
É deveras satisfatório ver a Marvel Studios não poupando esforços ao utilizar elementos feitos a partir de efeitos práticos, como o próprio visual do Lobisomem na Noite, que além de estar fiel ao material fonte, é facilmente uma das melhores aparências de um Licántropo dos cinemas.
Lobisomem na Noite é corajoso e prova que a Marvel Studios está mais viva do que nunca, afinal de contas, o Especial de Halloween abre uma grande porta para que mais produções únicas e diferenciadas sejam produzidas.
Convenhamos, dentre as principais produções clássicas de horror, Hellraiser é a menos popular e quiçá, a mais problemática (batalhando o posto junto da saga O Massacre da Serra Elétrica).
Sua popularidade não veio através de histórias marcantes, mas sim, por meio do famoso Padre (apelidado carinhosamente pelos fãs como Pinhead); o cenobita central da série que foi majestosamente interpretado por Doug Bradley. Dada essa informação, a Walt Disney Company através da 20th Century Studios e HULU, decidiu dar mais uma chance à Hellraiser, produzindo um filme que seguisse a risca o material original criado por Clive Barker.
Hellraiser (2022) é uma reimaginação aos olhos do diretor David Bruckner do filme de 1987. Nesta versão, uma jovem deve enfrentar as forças sádicas e sobrenaturais por trás de uma enigmática caixa de quebra-cabeças responsável pelo desaparecimento de seu irmão.
Em síntese, Hellraiser não só agrada, como faz os fãs terem esperanças e otimismo com a saga novamente. David Bruckner, diretor da obra que já comandou curtas de V/H/S, V/H/S 2, V/H/S 94 e foi o responsável pela direção de A Casa Sombria, soube conduzir a história para um desfecho satisfatório, além de criar uma ambientação propícia e sombria para que os Cenobitas pudessem se ”divertir” sem pudor.
Todavia, o roteiro feito por Ben Collins, Luke Piotrowski e David S. Goyer deixa a desejar em diversos pontos, dado que, ao invés de se aprofundar de cabeça na mitologia de Hellraiser, prefere dar atenção a subtramas monótonas envolvendo os problemas pessoais da protagonista; mesmo que isto seja feito em poucos momentos da produção.
Quando Jamie Clayton foi anunciada como o Padre, muitos ”fãs” da série ficaram preocupados, dado que, para muitos, Pinhead é um homem. Entretanto, não há escolha que parecesse mais assertiva do que colocar Jamie no papel.
Esta versão do Padre supera a original, uma vez que, além de ser mais ameaçador, sua paz e tranquilidade da a sensação de que mesmo em momentos tensos, ele sempre vai se sobressair.
Além disso, este novo Pinhead é mais fiel aos livros de Clive Barker, afinal, aqui ele é uma criatura andrógena que mesmo sabendo que sua intérprete é uma mulher, fica inidentificável qual é o seu sexo.
Propositalmente, o filme não faz questão nenhuma de que o telespectador se sinta atraído pelos personagens humanos. Suas histórias são vazias e desinteressantes, sendo mais do mesmo quando comparado com outras obras de terror.
Por outro lado, ele não tem vergonha de se assumir como um longa-metragem gótico que utiliza elementos sombrios ao seu favor, no qual vai desde sua fotografia escura e suja, até objetos do cenário.
O gore está presente e é forte, mas não como deveria, afinal, estamos falando sobre um universo onde a dor e prazer são a mesma coisa (e diga-se de passagem, há mais dor do que prazer).
David Bruckner e sua equipe acertaram em mostrar os Cenobitas de forma menos caricata e mais imponente. Com visuais respeitosos, as criaturas dão um show quando aparecem, sendo sádicas e minuciosamente inteligentes na hora de caçar suas vítimas.
Mesmo sendo um ótimo recomeço para a franquia e expandindo as facetas do cubo de Lemarchand, Hellraiser permanece tímido quando o assunto é aprofundar sua mitologia. No entanto, ele conquista e deixa um gosto de ”quero mais”.
O ditado diz algo sobre “não julgar o livro pela capa“, mas convenhamos… Certas coisas tem uma capa que faz com que seja muito difícil não julgá-la. Eu entendo, já estive nessa posição, e acho que todo mundo pode ser acusado disso, ao menos um pouco. Especialmente quando se é fã de animês e light novels.
Com um nome tão esdrúxulo como “My Stepmom’s Daughter is my Ex” (traduzido para algo como “a filha da minha madrasta é a minha ex-namorada“), e com o histórico que “animês adaptações de Light Novels com nomes longos e estranhamente específicos” tem, fica complicado não ter ao menos uma pulga atrás da orelha.
O destino nos dá algumas gratas surpresas, de vez em quando, e a baixa expectativa serve de combustível para o divertimento. É o caso de “My Stepmom’s Daughter is my Ex”, que eu vou chamar apenas de “Tsurekano” daqui pra frente, uma abreviação do seu nome em japonês, “Mamahaha no Tsurego ga Motokano datta“.
Fui impressionado logo de cara, quando o show teve a coragem (ou, talvez, a audácia) de simplesmente se recusar a explicar sua premissa e partir para a ação logo de cara. Bem, quando se tem um nome tão descritivo quanto o de Tsurekano, um diretor deve se sentir confortável o bastante para assumir que o público entende os conceitos básicos do universo da obra e que não precisamos perder tempo com bobagem. Sendo assim, não vou nem me dar ao trabalho de postar a sinopse. Veja o trailer, se julgar necessário.
Quando saímos da superfície, paramos de encher o saco e brincar com a premissa e deixamos de zoar o título, o que encontramos é uma comédia-romântica surpreendentemente gentil, mas agridoce. Uma inocência infantil, com atitudes e pensamentos adolescentes, mas ligados por um amor maduro. Os protagonistas são dois bobos (e eu devo destacar, bastante bobos) perdidamente apaixonados, mas que se depararam com uma situação que os impede de se reaproximar por fatores externos. É quase um Romeu e Julieta moderno, só que muito, muito mais “excêntrico“.
Embora eu tenha chamado o animê de comédia-romântica não tem nem um parágrafo, o maior charme de Tsurekano, pra mim, foi a sua parte “dramática”. Com uma narração interessante, que picotou o passado dos dois em pequenos blocos, vamos entendendo aos poucos o que aconteceu para chegarmos até onde chegamos, e recebemos informações elucidativas nos momentos certos. Não é nenhum mistério multidimensional e extremamente complexo que apenas fãs de Ricky & Morty com alto QI conseguem desvendar. Inclusive, diria que é o oposto: É algo bem simples de entender. Mas o que torna a história tão intrigante de se acompanhar não é entender o que aconteceu, mas sim, descobrir como aconteceu.
É um conto tão antigo quanto andar pra frente: Um primeiro amor, um relacionamento que tem alicerces instáveis pela simples falta de experiência. O problema não é falta de carinho, mas falta de comunicação. Como eles poderiam conversar? Eles nem sabem que precisam! E mesmo que soubessem, não saberiam o como, o quando ou o por que. E isso não é um spoiler, pois como comentei, essa é a parte fácil de sacar, e está toda no passado. A gratificação está no presente, de ver o que mudou (e se mudou) entre eles, e como eles lidam com as mudanças que lhe foram impostas.
Levar spoiler de coisas que você se importa é um dos principais motivos para virar o The Joker ™ nos dias de hoje (Reprodução: Crunchyroll)
Afinal, é, eu nem toquei no ponto que dá nome a série ainda, né? Eles se tornam irmãos adotivos. E, embora isso possa parecer mais uma desculpa fetichista do que qualquer coisa (e não nego que talvez seja, um pouco), é a parte mais importante para o desenvolvimento e crescimento do Mizuto (o garoto) e da Yume (a garota) na história: Apesar de ainda se amarem, eles também amam seus respectivos pais, que acabaram de se casar. É uma decisão de botar a felicidade dos adultos como prioridade à deles próprios, fingir e esconder o (ex-)relacionamento entre os dois para proteger a nova vida que os pais conseguiram após anos como viúvos. Equilibrar esses desejos é a corda-bamba que dá grande profundidade para o drama do animê.
Mas isso, talvez, seja olhando fundo demais pra Tsurekano. A superfície ainda existe e ainda é uma parte relevante do show. O aspecto “corriqueiro” da história ainda é um pouco capenga, que consegue divertir e tirar um riso aqui ou ali, mas ainda se apoia demais em estereótipos muito exagerados, piadas um pouco ríspidas e, como sempre, a insistência em falar de peitos.
O ponto mais fraco do animê é, de longe, o seu elenco secundário. As personagens que estão lá para serem “os amigos dos protagonistas” são insuportáveis e foram os responsáveis pela pior parte da temporada. A garota psicótica, Akatsuki, não só é uma pessoa ruim, como corrompe tudo ao seu redor. O arco onde ela tenta dar conselhos para a outra personagem secundária, Higashira, foi horrível por dar um grande foco para Akatsuki, e por tornar uma personagem até então bem interessante em uma piada desconexa e sem graça. Talvez sirva de consolo pensar que ela existe na narrativa como um exemplo do que a Yume poderia se tornar, caso não se desenvolvesse. Cruzes…
Tá aí, mostrei todos os problemas de Tsurekano em uma print só. Se você aguentar isso aqui, o resto é tranquilo (Reprodução: Crunchyroll)
Confesso que só comecei a assistir por conta do elenco de voz, que conta com dois dos meus dubladores prediletos como protagonistas (Rina Hidaka como Yume, e Hiro Shimono como Mizuto), e estava totalmente preparado para um animê caótico e que fosse o equivalente a acompanhar um prédio em chamas ruíndo sob seu próprio peso, mas… Acabei curtindo a direção inteligente, o drama surpreendente por ser pé no chão mesmo com uma premissa absurda, as propagandas descaradas de outras light novels da Editora Kadokawa, as músicas dançantes e toda a parte técnica, que não é nenhuma oitava maravilha do mundo, mas que é consistente e dentro da faixa do aceitável, coisa que não acontece com frequência.
Uma pesquisa rápida te mostra que a adaptação da light novel não foi muito fiel, com um roteiro acelerado e várias cenas e pedaços cortados para caber quatro volumes em doze episódios. Mas pra quem já é macaco velho nessa área, isso não é surpresa. Animês adaptações de LNs tem como objetivo principal atrair pessoas para comprar o livro, e a qualidade do produto é um ponto secundário. O problema é quando a qualidade fica tão em segundo plano, que você acaba afastando as pessoas ao invés de atraí-las, como já aconteceu antes. Ainda assim, Tsurekano conseguiu ser interessante o suficiente como animê para cumprir seu papel de me interessar pela novel. Ela é inédita no Brasil, mas é publicada em inglês pela J-Novel Club. Certamente adicionarei a minha interminável lista de livros para ler.
Eu despreocupadamente lendo minhas light novels com todos os livros na minha pilha de leitura ao meu redor, me julgando (Reprodução: Crunchyroll)
Acredito que há formas melhores de usar o seu tempo, mas “My Stepmom’s Daughter is my Ex” é divertido o bastante e específico o bastante para eu acreditar que é o animê certo para alguém por aí. O meio da temporada é um pouco complicado, mas o começo e o fim compensam esses dois ou três episódios ruins, e 3,5/5,0 parece uma nota justa para uma excelente propaganda de doze episódios.
“My Stepmom’s Daughter is my Ex”, ou “Tsurekano”, está disponível na plataforma de streaming Crunchyroll, completo em doze episódios, com legendas em português.