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Parque Chas, de Ricardo Barreiro e Eduardo Risso, está em pré-venda pela Comix Zone

A Editora Comix Zone começa 2023 com o pé direito publicando Parque Chas, da dupla argentina Ricardo Barreiro e Eduardo Risso. Publicada originalmente entre os anos de 1987 e 1992, na revista Fierro, Parque Chas une realismo mágico com terror psicológico.

Confira a sinopse:

Em cada capital do mundo, existem lugares mágicos, locais obscuros onde, não se sabe como, forças desconhecidas exprimem a angústia e o medo, onde vampiros, sereias, fantasmas e personagens de quadrinhos se cruzam e se reencontram, para levar o visitante para um lugar de onde provavelmente não conseguirá regressar. Em Buenos Aires, a cidade argentina de todos os milagres, esse lugar se chama Parque Chas. É inútil procurá-lo. Ele está à sua espera…

Parque Chas foi o primeiro grande sucesso do desenhista Eduardo Risso, que depois chegou ao destaque mundial por obras como 100 Balas e Batman Noir por exemplo. A editora diz que a obra vai surpreender aqueles que julgam conhecer o estilo de Risso.

Parque Chas tem formato 21 x 28.5 x 1.5 cm, 152 páginas em petro e branco, capa dura com verniz localizado, bookplate exclusivo (não autografado) e tradução da Jana Bianchi.

A graphic novel já se encontra em pré-venda na Amazon com 30% de desconto.

 

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Dungeoneers #0 | Lançamento de Marcio Fiorito na CCXP2022

Este ano muitos quadrinhos tiveram sua estreia na CCXP, Dungeoneers #0 foi mais um desses títulos que teve sua apresentação oficial no evento, sendo uma publicação totalmente independente. 

A obra é o primeiro trabalho autoral publicado por Marcio Fiorito, que já há quase vinte anos, trabalha no mercado nacional quanto internacional, com quadrinhos, livros e jogos de RPG. 

 Dungeoneers #0 é uma aventura, daquelas que promete já no seu ponto de partida agradar aos leitores, principalmente aos fãs assíduos de RPG. Confira a sinopse da história!

“A história apresenta um grupo de aventureiros em um mundo de fantasia, que ganham seu sustento diário invadindo masmorras antigas e recuperando tesouros esquecidos. Com toques de aventura e humor, os “heróis” enfrentam uma pequena missão, mas que pode revelar muito mais do que eles esperavam.”

Para conhecermos um pouco mais sobre Dungeoneers #0 e seu autor, trouxe Marcio Fiorito para uma entrevista, contando sobre a origem de tudo. Simbora!

(Monique) Olá, Marcio! Obrigada por aceitar participar. Fico feliz em recebê-lo aqui no Torre. Como vimos, Dungeoneers #0 será seu primeiro trabalho autoral, conta pra gente qual foi a origem dessa história? Desde quando ela está na sua  caixinha de ideias?

(Márcio) Dungeoneers é meio que uma ideia antiga. Eu sempre achei que quadrinhos de fantasia tinham um potencial inexplorado incrível e algumas histórias foram nascendo na minha cabeça.

Com a rotina trabalhando pro mercado internacional, sobra pouco tempo pra dedicar a qualquer projeto autoral. Então a ideia ficava lá, só sendo desenvolvida na minha cabeça e em algumas anotações. Às vezes, eu arriscava alguns conceitos de personagem e cenários, mas ficava só nisso.

Durante a pandemia, eu resolvi lapidar melhor o projeto e o Dungeoneers de hoje tomou sua primeira forma. Ainda demorou até eu realmente colocar a mão na massa, no roteiro e na arte, mas tudo começou ali.

(Monique) Sua arte é linda, a capa já desperta curiosidade no leitor. Planeja futuramente lançar uma versão em cores da história?

(Márcio) Essa edição de Dungeoneers é a de número zero. Quase um preview.  Se possível, quero lançar um número 1 em breve,  com mais conteúdo e uma história mais complexa. Ainda estou decidindo sobre como fazer isso, mas com certeza eu republicaria essa história em cores numa edição maior futuramente.

(Monique) Como foi fazer esse lançamento na CCXP? Teve uma boa receptividade do público?

(Márcio) A recepção na CCXP foi incrível. Como a revista é bem curtinha, várias pessoas voltaram nos dias seguintes pra me dizer que amaram a história e que estão ansiosos pela continuação. Isso é o que eu mais valorizo. As pessoas já chamam os personagens pelo nome e  já tecem teorias sobre o que vai rolar na história. Tocar as pessoas nesse nível narrativo não tem preço.

(Monique) Marcio, vi que você atua como autor há quase 20 anos, inclusive internacionalmente, que outras obras indicaria para conhecermos mais o seu trabalho?

(Márcio) Sobre meu trabalho no mercado internacional, já trabalhei pra várias editoras como Marvel, IDW, Valiant, Dynamite e outras. Algumas obras que eu curti muito foram as histórias de Marvel Action: Avengers, que chegou a ser publicada no Brasil pela Panini, e a mais recente encarnação de Archer and Armstrong, que saiu pela Valiant esse ano (eu amei trabalhar nesse projeto).

(Monique) Antes de concluirmos, quero te agradecer mais uma vez por esse tempo que tirou para esse bate-papo, e te fazer uma última pergunta. Existe algum tema que você ainda não teve a oportunidade de trabalhar, mas gostaria de contar essa história futuramente?

(Márcio) Já trabalhei com muitos temas em quadrinhos,  mas um tema que explorei pouco foi algo meio cyberpunk. Adoro a ambientação e adoraria mexer em algo mais profundamente (apesar de achar minha arte muito “limpinha” para um tema tão pesado).

Se você curtiu a história de Dungeoneers #0, entre em contato com o Márcio no seu instagram para adquirir o seu exemplar. Não perca essa oportunidade!

A hq possui nove páginas de história, com três páginas de extras contendo artes conceituais e rascunhos dos personagens. A capa é colorida, em papel couché 115 g, e miolo preto e branco, em papel offset 90 g, e estará à venda pelo preço de R$ 15,00.

Dungeoneers #0 é uma produção totalmente independente, escrita e desenhada por Marcio Fiorito, com letras e design de Deyvison Manes (Justiça Sideral), cor da capa por Alex Guimarães (Marvel, DC, Valiant) e produção gráfica de Priscilla Serradourada. Conheça mais sobre seu trabalho clicando AQUI.

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Editora Conrad Promove projeto para quadrinhos mais acessíveis para 2023

A Editora Conrad está com um projeto “HQs para todos”, que tem a intenção de publicar quadrinhos, tanto físicos quanto digitais, que sejam acessíveis para todos. 

Apesar de o direito à cultura ser para todos, sabemos que grande parte dos brasileiros não têm acesso ao mínimo, e a leitura passa ainda mais distante dessa realidade.  As HQs trazidas pela editora irão contemplar valores de vão de R$9,90 para as hqs com páginas preto e brancas e  R$14,90 para as coloridas. A partir disso, o projeto vai conseguir viabilizar a leitura de quadrinhos para um público maior, para que mais pessoas tenham acesso a leitura. 

A programação já tem definição para o primeiro lançamento em janeiro de 2023 (Já em pré-venda) com Mayara e Annabelle e a Carreta Fantasma (Pablo Casado e Talles Rodrigues) e A Sala de Espera da Europa (Aimée de Jongh). Os demais  títulos já foram revelados, mas ainda sem data de estreia. 

Conheça os próximos lançamentos

Mayara e Annabelle e a Carreta Fantasma – Pablo Casado e Talles Rodrigues

Pré-lançamento impresso na CCXP e digital em janeiro/2023

Pré-lançamento impresso na CCXP e digital em janeiro/2023

Mayara & Annabelle estão de volta! Dessa vez em uma aventura fechada em Fortaleza, lidando com misteriosas aparições nos trenzinhos da alegria locais. Mais uma vez, Pablo Casado e Talles Rodrigues voltam a apresentar uma HQ da ninja paulista e da maga cearense funcionárias do serviço da Secretaria de Controle de Atividades Fora do Comum, a SECAFC, perfeita para quem ainda não conhece essas personagens já icônicas dos quadrinhos nacionais, mas também ótima para quem já é um fã de longa data.

A Sala de Espera da Europa – Aimée de Jongh

Pré-lançamento impresso na CCXP e digital em janeiro/2023

Em outubro de 2017, a quadrinista Aimée de Jongh viajou até o campo de refugiados na ilha grega de Lesbos para fazer uma reportagem em quadrinhos sobre as condições lá. Câmeras não eram permitidas, mas papel e lápis, sim. Ela ficou lá ao lado de outros quadrinistas por sete dias. O que capturaram em suas HQs forneceram um estudo único sobre o ambiente e as condições dos refugiados. Pela primeira vez, não só as pessoas, mas suas moradas, seus lugares de descanso e de refeições, foram documentadas. Por meio dos quadrinhos, os leitores praticamente conseguem caminhar pelo campo de refugiados e viver as dificuldades do dia a dia deles. Mas, ainda que documental, a história de 25 páginas de Aimée é uma tocante narrativa que sensibiliza a todos para a situação de quem está a espera de entrar na Europa em busca de uma vida melhor. 

Goya Saturnália de Manuel Gutiérrez e Manuel Romero

Impresso – Sem data pré-definida

Durante a Saturnália, os escravos eram liberados de suas obrigações. Aos 73 anos, Francisco de Goya mudou-se para a Quinta del Sordo, uma quinta nos arredores de Madrid, onde produziu as obras mais pessoais e enigmáticas da sua vida, as chamadas Pinturas Negras. Dentro daquelas paredes, Goya mudaria sua visão da pintura e plantaria a semente que moldaria o futuro da arte.

 

 

All the things we don’t say de Lucas Marques e Priscilla Miranda

Impresso – Pré lançamento ccxp

Mangá compilando quatro histórias que participaram do concurso internacional de mangás Silent Manga Audition de Lucas Marques e Priscilla Miranda. São histórias sem falas que fazem o leitor rir, emocionar e refletir.

 

 

Mikrokosmos de Thiago Souto

Digital – Sem data pré-definida

Para o astronauta solitário retratado em Mikrokosmos, uma missão exploratória acaba tornando-se uma jornada ao passado. Assombrado por memórias de sua juventude e da conturbada relação com a mãe, nosso personagem mergulha em um labirinto mental onde passado e presente se misturam. Agora em versão digital pela Conrad Editora.

 

Um dia normal num apocalipse zumbi de Leo Finocchi

Digital – Sem data pré-definida

Um dia normal num apocalipse zumbi de Leo Finocchi nos mostra que sobreviver num apocalipse zumbi não é nada fácil! Ainda mais quando tentamos sobreviver junto de entes queridos. Agora em versão digital pela Conrad Editora.

 

 

Burnout de Aureliano

Digital – Sem data pré-definida

“Sobre castelos de areia e como sobrevivi ao burnout”. A história em quadrinhos contada nesse zine de Aureliano fala sobre as conflitantes sensações que o autor vivenciou ao se demitir logo após uma severa crise de burnout.

 

 

Accidental Czar: The Life and Lies of Vladimir Putin de Andrew S. Weiss e Brian “Box” Brown

Impresso e digital – Sem data pré-definida

Na imaginação coletiva do Ocidente, Vladimir Putin é um vilão de desenho animado desonesto, constantemente tramando para destruir seus inimigos em todo o mundo e na Ucrânia. Mas como um indistinto oficial de nível médio da KGB se tornou um dos líderes mais poderosos da história russa? E quanto da personalidade durão de Putin é um desempenho calculado?
Neste quadrinho, Andrew S. Weiss, um ex-especialista da Casa Branca na Rússia, e Brian “Box” Brown mostram como Putin se apresentou com sucesso como um gênio político astuto e grandioso. Eles destroem todos esses mitos e expõem o homem por trás dessa fachada.

Fonte: Editora Conrad

A programação já recheada, e 2023 promete ser um ano de muitas leituras diversificadas para todos, e o mais importante: Acessível! Eu curti essa ideia, e você? Deixe sua opinião para nós, e até a próxima! 😉

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Corra para alcançar Easy Breezy

Muitas vezes nossas vidas se resumem a uma constante correria. Não raramente, corremos contra o tempo para trabalhar, estudar, pagar contas e todas as outras tarefas que encontramos como obstáculo para o nosso dia a dia e, assumindo função parecida aos de cavalos de jockey, acreditamos em nossas escolhas e saímos em disparada para cruzar as linhas que representam o alcance de nossas conquistas e apostas.

Da mesma forma, a editora Comix Zone agora também aposta na jovem quadrinista sino-italiana Yi Yang e traz seu quadrinho de estreia em nosso território: Easy Breezy, uma narrativa intensa e viciante como o ritmo frenético de nosso cotidiano.

Dois estudantes de ensino médio. Um, aluno inteligente e aplicado; outro, um valentão que na maior parte do tempo foge da aula para aplicar golpes com seu tio. Em situação comum nos ambientes escolares de todo o mundo, um seria o alvo favorito do outro. E, de fato, assim aparentava ser em Easy Breezy. Aparentava, mas não é.

IMAGEM: Amazon.com.br

Precisando de dinheiro, Li Yu e seu tio encontram em uma van estacionada na rua a oportunidade perfeita de conseguir lucro. Para seu total azar, um garoto testemunha toda a ação enquanto tranquilamente saboreava seu lámen: Yang Kuaikuai, justamente o desafeto de Yu.

Sem ter escolha, Yu acaba arrastando Kuaikuai para dentro na van com medo de que seu arquirrival o denuncie e seguem em disparada, tal qual uma corrida de cavalos, acelerando pela cidade para vender a van e fugirem do motorista anterior, que parte em perseguição de todos. Para piorar a situação, pouco depois do início da corrida, percebem que o veículo contava com mais um passageiro: Yun Duo, garotinha que foi vítima de sequestro pelo motorista original e estava dormindo no banco de trás. Agora, os dois garotos e o senhor de meia-idade são procurados por mais uma atividade criminosa, que dessa vez não cometeram.

IMAGEM: Amazon.com.br

Toda a trama é ambientava em Benxi, cidade natal da autora. Seu cenário, casas e prédios são baseados em sua memória de cidadã-nativa da região. Interessante para o leitor, pois temos aqui um cenário incomum no mundo dos quadrinhos e, sempre contando com sua abrangência, a narrativa gráfica mostra-se adaptável a qualquer cultura, narrativa ou condição geográfica, independentemente de onde vier.

A arte de Yi Yang mescla várias escolas diferentes de quadrinhos. Temos um pouco de mangá, de manhwa, comics… todas as suas influências são misturadas como em um liquidificador e servidas similarmente a uma vitamina com muitos ingredientes, porém que curiosamente pode-se perceber a presença de todos ao experimentar. Sua arte lembra principalmente a de Taiyo Matsumoto (Tekkon Kinkret, Sunny) e a velocidade com que narra sua história, contando com muita ação e onomatopeias que praticamente saltam para fora dos quadros, mostra o sincretismo de uma produção asiática no mercado europeu, onde a autora iniciou sua carreira.

A edição da Comix Zone é muito parecida com o que encontramos normalmente em mangás: formato A5, capa cartonada e papel offset. É o que basta, não é necessário luxo tampouco invenções para uma história de leitura tão rápida e despretensiosa. Seu objetivo principal é divertir e não ter um acabamento destoante dos demais.

Easy Breezy é uma grata surpresa pois passa longe de ser mais um quadrinho asiático (ou seria europeu?) dentre tantos que enchem nossas bancas e livrarias. Seu elemento mais presente foge dos mangás ou manhwas mais tradicionais e sua direção versa ao underground da mesma região. Foi dada a largada, prepare-se para correr e ler mais esse lançamento o quanto antes ou chegará atrasado.

 

Easy Breezy
Yi Yang (roteiro e arte)
Fernando Paz (tradução)
Comix Zone
Capa cartonada
184 páginas
15 x 21 cm
R$74,90
Data de publicação: 09/2022

 

 

 

 

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1.000.000 De Anos Atrás! de Joe Kubert está em campanha no Catarse

Estreante no mercado de quadrinhos brasileiro, a Monumental Editora está com uma campanha no site Catarse, a restauração do quadrinho clássico 1.000.000 De Anos Atrás! de Joe Kubert e Norman Maurer. A edição é uma nova versão das histórias que foram originalmente publicadas nos Estados Unidos pela editora St. John Publications nos anos 50.

Se tratando de uma restauração inédita no mundo, a editora buscou respeitar a fidelidade original das cores, diferentemente de outras reimpressões que foram lançadas pela DC Comics em 1975 e 2002, onde as cores foram radicalmente alteradas. O encadernado é o primeiro volume, de um total de três, que serão lançados no primeiro semestre de 2023.

Em 1953, Joe Kubert criou um personagem inspirado abertamente em Tarzan, mas em um cenário totalmente diferente, os leitores de quadrinhos americanos conheciam Tor, um homem que vive em um mundo fantasioso em um período à 1.000.000 de anos atrás, em companhia com Chee-Chee, seu fiel companheiro, uma espécie de primata que vive sob seus ombros, a dupla para sobreviver, batalhando diariamente contra terríveis dinossauros, além de enfrentar o desafio de se adaptar em sociedade com as tribos locais.

Para o encadernado, Joe Kubert e Norman Maurer desenvolveram uma história dinâmica, com muita ação e aventura. Para quem gosta de uma história despretensiosa, ou gostaria de usar como uma porta de entrada para conhecer a arte de Kubert, é uma excelente oportunidade. Como dito acima, Tor é inspirado no Tarzan, e Kubert trabalhou, com muita maestria, no próprio Rei das Selvas em 1970.

1.000.000 De Anos Atrás! Vol.1 terá formato 19 x 28 cm, 64 páginas no total, sendo 32 páginas coloridas, e 32 páginas em preto e branco, capa dura e tradução de João Vitor Bretas de Faria. Essa publicação é uma grande homenagem no ano em que completa uma década da partida de Joe Kubert.

Para saber mais sobre a campanha, recompensas, valores e para apoiar, clique AQUI.

 

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A organização de Julie Doucet só é possível através do caos

Formato pouco maior que A5, capa cartonada, papel pólen… bem longe dos formatos de luxo que hoje entopem o mercado de HQs brasileiro. Seria então esse, um projeto aparentemente tímido da editora Veneta, a forma correta de apresentar ao Brasil a mais influente quadrinista norte-americana e atual vencedora do Grand Prix de la Ville d’Angoulême?

Poderia ter sido antes, muito antes. A ideia inicial do editor Rogério de Campos consistia em estrear Julie Doucet no Brasil em 1999 dentro de Comic Book – O Novo Quadrinho Norte-Americano, antologia feita especialmente para o Brasil que introduziu ao mercado nacional quadrinistas como Daniel Clowes, Peter Bagge, Adrian Tomine e Joe Sacco. Era um novo mundo que chegava até nós: além de ser o primeiro título da editora Conrad voltado às livrarias, tais autores de editoras como Fantagraphics e Drawn and Quaterly finalmente pareciam estar ao nosso alcance.

IMAGEM: veneta.com.br

A premissa era verdadeira, mas não em sua totalidade: Sacco chegou até nós, assim como Clowes, Chester Brown e encontraram outros que já estavam, como os irmãos Hernandez e Robert Crumb; outros, só fizeram uma visita. Por que tantos, assim como Doucet, só vieram depois, uns nunca mais voltaram e outros sequer chegaram? A resposta é bem mais simples do que se imagina: tal mercado norte-americano é muito extenso e ao mesmo tempo específico demais para somente uma ou outra editora brasileira explorar. Por isso mesmo, somente em tempos recentes a situação ficou mais favorável para nós, com mais editoras dividindo uma tarefa hercúlea e conquistando definitivamente as livrarias e plataformas de financiamento coletivo.

Passados os obstáculos, chega até nós uma obra com três histórias de duração variada entre 6 a 50 páginas cada, publicadas originalmente em Dirty Plotte, um fanzine que depois originou a revista homônima em um total de 12 edições. Aqui, a autora abre totalmente sua vida pessoal ao leitor, com experiências abrangendo sua primeira relação sexual com um total desconhecido, convivência com amigos nos tempos de Universidade e, principalmente, a vida em Nova York com um namorado tóxico e mal sucedido financeiramente que tenta controlar sua vida, ao mesmo tempo que não faz cerimônias para aceitar que ela pague suas contas.

IMAGEM: veneta.com.br

Os intempéries também dão espaço a situações memoráveis que podem até passar despercebidos: ao narrar encontros Art Spiegelman, Glenn Head, Leslie Stenberg, Kaz, John Porcellino e tantos outros,  desfila-se diante de nossos olhos os embriões que deram origem justamente ao até hoje considerado Novo Quadrinho Norte-Americano, crescendo até formar as já citadas Fanta e D&Q e, por extensão, trouxeram o conteúdo necessário para dar a luz justamente à antologia montada por Rogério de Campos, que até hoje bebe dessa fonte em vários lançamentos da Veneta e influencia outras editoras do nosso mercado.

Apesar do expressivo espaço temporal até finalmente sair no Brasil, Meu Diário de Nova York passa longe de ser uma obra datada. O pioneirismo da autora reflete-se inclusive em sua mais recente conquista: as três histórias que compõem o volume foram produzidas entre 1993 e 1998, período que, até então, agraciou apenas quadrinistas homens com o Grand Prix d’Angouleme. Florence Cestac, a primeira mulher a ser premiada, teve a honraria concedida em 2000 e, desde então apenas Rumiko Takahashi (2019) e Julie Doucet (2022) foram reconhecidas, totalizando apenas três mulheres em um total de 55 premiados, discrepância que inclusive trouxe crise ao festival em um passado recente.

Mesmo, à primeira vista, parecendo simples, a arte de Doucet tem particularidades interessantes, como o uso constante de sombras e, principalmente, a impressionante quantidade de itens espalhados pelos cenários, fazendo destes ambientes como os livros infantis Onde Está Wally? e a comparação não é à toa: cada item espalhado pelo chão, mesa, sala, quarto, banheiro e etc. está milimetricamente presente em cada um dos quadros da cena, seja uma garrafa de cerveja, colheres, instrumentos de ilustração até os mais interessantes, como discos, livros e quadrinhos, nos colocando cada vez mais antenados com o mundo da autora.

IMAGEM: veneta.com.br

 

Dessa forma, apesar de cada uma de suas histórias sempre apresentar uma desorganização absoluta, o louvável empenho da quadrinista em retratar fielmente cada cena nos deixa, curiosamente, mais à vontade a cada página que avançamos, nos familiarizando e encontrando gostos em comum à sua bagagem cultural. Há quem diga que quadrinhos são, mesmo quando biográficos, ficção e fantasia. Se assim for, a fantasia de Doucet é ela mesma e suas desventuras imersas em sua desorganização organizada.

Apesar do recente lançamento de Time Zone J, a autora havia anunciado sua aposentadoria dos quadrinhos há quase duas décadas. Se o mais recente lançamento representará uma atualização no atual status, é necessário de mais tempo para saber, porém o que já foi feito traz para tudo que veio depois no mundo dos quadrinhos um legado mostrando que é possível alcançar seu espaço na nona arte, não importando seu gênero, origem, condição financeira e formato de publicação. Há uma Julie Doucet em cada um que tenta fazer quadrinhos em sua mesa suja e desorganizada.

Esqueça o luxo, a arte mais trabalhada ou o roteiro complexo, porque nada disso de forma alguma é estritamente necessário. No fim das contas, tudo que Julie precisa é de uma vida conturbada, materiais para desenho encontrados em qualquer papelaria e uma mesa bagunçada. Não fosse assim, não seria ela, não seria verdadeira, não seria honesta.

Meu Diário de Nova York
Julie Doucet (roteiro e arte)
Cris Siqueira (tradução)
Rogério de Campos (diretor editorial)
Rômulo Luis (editor assistente)
Veneta
Capa Cartonada
104 páginas
17 x 24 cm
R$ 44,90
Data de publicação: 06/2022

 

 

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Biblioteca Bonelli: A Mão Negra, da editora Tortuga, está no catarse!

Mais um quadrinho da Biblioteca Bonelli está saindo pela Editora Tortuga, o título da vez é A Mão Negra, de Onofrio Catacchio.

Onofrio Catacchio é um quadrinista italiano, produz quadrinhos para a Bonelli desde 1995, e agora poderemos conhecer alguns de seus talentos sendo publicados pela Tortuga

 

A Mão Negra narra a história real de Giuseppe Petrosino, um oficial italiano do departamento de polícia de Nova York em 1883, que ficou conhecido por sua luta contra o crime organizado, até o dia que foi assassinado em 1909.

O quadrinho estará em pré-venda no Catarse até 24 de dezembro, lembrando que apenas na pré-venda você poderá adquirí-lo com valor promocional 30% Off. 

Confira a sinopse da obra!

“Nascido em 1860 em uma família de imigrantes da região italiana de Salerno, Giuseppe Petrosino usou de sua tenacidade para se impor no departamento de polícia de Nova Iorque e, partindo dos degraus mais baixos da estrutura, aos quarenta e cinco anos, com o posto de tenente nos ombros, comandou um grupo especial de operações que ele mesmo selecionou, o chamado Italian Branch.

A língua – predominantemente, inglês – era a grande barreira para os agentes da lei em suas ações para combater o avanço do crime organizado dentro da comunidade ítalo-americana. Mas não apenas ela. Os usos e costumes importados pelo fluxo migratório dos camponeses do sul da Itália também eram uma forte barreira no trabalho policial.

Neste contexto, o arrojo de Petrosino, aliado a sua audácia e gosto pelo disfarce, tornou-se um recurso valioso dentro do trabalho de combate ao crime da polícia nova-iorquina no século passado.”

O Catarse!

Nesta campanha você também terá a oportunidade de adquirir os demais títulos lançados pela editora, como os exemplos abaixo.

Biblioteca Bonelli: A Mão Negra terá 112 P&B (capa colorida) – Formato italiano. Para apoiar a campanha clique AQUI.

Boa leitura e até a próxima!! 😉

 

 

 

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Anéis de Lampião, de Tiago Pinheiro, está em campanha no Catarse

Está no ar a campanha de financiamento coletivo para Anéis de Lampião. Uma obra que é a fusão entre o lado quadrinista e artista de Tiago Pinheiro e seu projeto Nordestino Favelado. A publicação é uma experimentação artística.

Anéis de Lampião conta a jornada de um nordestino, um personagem que se vê preso numa necessidade de mudança, de busca pelo diferente e novo. O novo, aqui, vem, talvez, como o sentimento de sobrevivência ou salvação.

 

E nessa caminhada, ele vai se deparar com os famosos, perdidos, esquecidos, lendários e mágicos Anéis de Lampião. O que será do nosso personagem? O que será da sua vida e o que lhe reserva o destino?

Anéis de Lampião terá formato 17 x 36 cm, 32 páginas e lombada canoa. O lançamento oficial será na CCXP 2022.

Para saber mais sobra a campanha, valores e recompensas, clique AQUI.

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Calaboca, Fido! quadrinho sobre a Segunda Guerra Mundial está no Catarse

Está na reta final do financiamento coletivo para Calaboca, Fido! quadrinho escrito por Eduardo Kasse e arte de Tiago Palma que narra a drámatica situação da Força Epedicionária Brasileira ao enfrentar nazistas no front italiano. A publicação é da Editora Draco.

Calaboca, Fido! apresenta dificuldades vividas por Chico, um inexperiente soldado brasileiro na Segunda Guerra Mundial. Mesmo com pouco treinamento, a FEB foi enviada para a Itália para enfrentar valentemente o exército nazista e fascista. Sem equipamentos e armamento adequados, os soldados da FEB lutaram junto com os Aliados em batalhas sangrentas, compensando as situações precárias com bravura e vontade de vencer.

Um pelotão brasileiro está designado a tomar importantes territórios ocupados pelos nazistas na Itália. Eles seguem por um local desconhecido, com mapas imprecisos, no frio e cercados de inimigos por todos os lados. Em meio a isso tudo, uma amizade entre um jovem e um cãozinho vira-lata pode ser o único fiapo de humanidade no maior conflito bélico de todos os tempos.

Calaboca, Fido! terá formato 17 x 24 cm, 56 páginas coloridas e capa cartonada. Para saber mais sobre a campanha, com recompensas, valores e para apoiar, clique AQUI.

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Drácula de Bram Stoker, adaptado por George Bess, chega ao Brasil pela Risco Editora

A Risco Editora está com uma campanha no site Catarse para a adaptação em quadrinhos do clássico Drácula de Bram Stoker. Com roteiro e arte de George Bess, a edição segue a Édition Définitive, que foi publicada na França pela editora Glénat, que inclui uma adaptação original de O hóspede de Drácula, conto publicado muitos anos após a morte de Bram Stoker.

Em 1897, o público descobriu nas páginas de um romance epistolar escrito por Bram Stoker o extraordinário personagem de Drácula, um ser imortal que se alimenta do sangue dos vivos para transformá-los em criaturas malignas. Se Stoker não inventou a figura do vampiro, foi quem a definiu, tornando o Conde Drácula um ícone que inspirou gerações de autores. E embora o romance não tenha sido um best-seller imediato, teve um eco mundial através de adaptações cinematográficas que se tornaram tão cult quanto a obra original.

Para a graphic novel, Georges Bess transcreve a alma do romance de maneira fidedigna. Com traços firmes e carregados de tinta, Bess usa do preto e branco para criar cenários sombrios e personagens densos. Drácula é uma obra virtuosa que demonstra, mais uma vez, que Bess é inquestionavelmente um dos gigantes dos quadrinhos contemporâneos.

Drácula terá formato 22 x 29 cm, 224 páginas em P&B, capa dura e tradução de Renata Silveira. Para saber mais sobre a campanha, valores e recompensas clique AQUI.