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Blame! | Um novo marco de qualidade dos mangás no Brasil

Durante a Comic Con Experience 2016 a Editora JBC caprichou nas novidades com diversos lançamentos de qualidade. The Ghost in the Shell, Nijigahara Holograph, o Kanzenban de Cavaleiros do Zodíaco e o Artbook de Lost Canvas eram algumas das publicações disponíveis no estande da editora. Além disso, Blame! de Tsutomu Nihei (autor de Knights of Sidonia, presente na convenção) também foi lançado no evento, com uma qualidade gráfica de ponta, surpreendendo a todos pelo custo-benefício da obra. Confira abaixo todos os detalhes técnicos do mangá!

Tsutomu Nihei é um autor conhecido por suas obras cyberpunk de ficção-científica. Blame! foi sua primeira obra serializada, publicada originalmente na revista japonesa Afternoon entre 1998 e 2003, totalizando 10 volumes. O mangá narra a história de Killy à procura de um humano com genes compatíveis para salvar a humanidade, e foi adaptado em 6 episódios ONA (original net animation) em 2003, além de ter um filme produzido pela Netflix anunciado para 2017. Pelo segundo ano consecutivo, a Editora JBC, que também publica Knights of Sidonia, trouxe um mangaká ao Brasil, e também lançou Blame! como uma publicação bimestral, estabelecendo um novo parâmetro de comparação de qualidade gráfica dos mangás brasileiros, custando apenas R$23,90.

Mangá com sua sobrecapa. O adesivo era um brinde da CCXP 2016.
Mangá com sua sobrecapa. O adesivo foi um brinde da CCXP 2016 e não acompanha o produto.

Cada uma das 10 edições terá sobrecapa (não sobrecapa-pôster, como as de eventos da JBC) e uma média de 210 páginas, sem páginas coloridas. A publicação de mangás com sobrecapa no Brasil, algo similar ao modelo japonês de publicação, onde todos possuem sobrecapa, era tida como inviável até alguns anos atrás. O gasto que a sobrecapa iria impor ao produto tornaria o mangá muito custoso. Contudo, Blame! começou surpreendendo com o anúncio de que a coleção inteira será publicada neste formato, muito similar ao modo japonês, por um preço acessível. The Ghost in the Shell também foi lançado com sobrecapa no evento, contendo duas cores especiais e acompanhada do formato maior da obra (17 x 24 cm) e suas 352 páginas com mais de 60 páginas coloridas.

Sobrecapa aberta, extremamente similar à japonesa.
Sobrecapa aberta, extremamente similar à japonesa.
Ao remover a sobrecapa é possível visualizar a capa completa da obra.
Ao remover a sobrecapa é possível visualizar a capa completa da obra.

Ainda nas especificações técnicas, Blame! é lançado em Papel Lux Cream, o papel utilizado pela editora em suas edições de luxo. Utilizado em outras publicações mais caprichadas como O Cão que Guarda as Estrelas, O Outro Cão que Guarda as Estrelas e Death Note Black Edition, o Lux Cream é um papel tido como um “Offset melhorado“, com um tom mais amarelado ou acinzentado, cansando menos a vista do leitor. Além disso, a espessura do papel Lux Cream utilizado pela JBC em Blame! e nas obras de Takashi Murakami torna inexistente qualquer tipo de transparência, ponto de reclamação recorrente dos mangás em papel jornal e offset.

Páginas de Blame!
Páginas de Blame!
Primeira e última (a clássica página de PARE!) páginas do mangá.
Primeira e última (a clássica página de PARE!) páginas do mangá.

A obra exige atenção do leitor. Nihei é um autor conhecido por sua arte sombreada, e a narrativa de Blame! é caracterizada pelo uso de poucas palavras, dependendo muito da compreensão total dos desenhos do mestre mangaká, diferente de Knights of Sidonia, que apesar de ainda basear-se muito no jogo de sombras do autor, possui diálogos explicativos e descritivos constantes, facilitando a leitura da obra. Ambos os mangás são excelentes pedidas para fãs de ficção-científica, obras cyberpunk e admiradores do gênero seinen. Foi traduzido pelo excelente Denis Kei Kimura e conta com a produção editorial de toda a ótima equipe JBC.

Blame! foi o 15° lançamento da JBC de 2016. Recapitulando suas especificações técnicas, a série é completa em 10 volumes, será de publicação bimestral contendo uma média de 210 páginas em papel Lux Cream e sobrecapa em todas as edições pelo valor de R$23,90.

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Naruto | Anunciado filme live action do famoso mangá

Segundo informações da Anime News Network, durante o evento de Naruto e Boruto na Jump Festa, foi confirmado neste sábado, 17 de dezembro, que a Lionsgate e o diretor Michael Gracey (The Greatest Showman) estão trabalhando na adaptação hollywoodiana em live action do mangá Naruto, de Masashi Kishimoto. Revelou-se também que o próprio Kishimoto está envolvido na produção. O filme já está em fase de pré-produção.

O Tracking Board Hollywood reportou em julho de 2015 que a Lionsgate tinha adquirido os direitos para adaptar o mangá em live action, e estava em negociações com Gracey para dirigir. Michael Gracey trabalhou anteriormente com efeitos visuais e animação.

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O Tracking Board também informava ano passado que Avi Arad (Scarlett Johansson’s Ghost in the Shell, Gamba: Gamba to Nakama-tachi) e seu filho Ari Arad estão produzindo o filme de Naruto pela Arad Productions. Erik Feig, Geoff Shaveitz e Kelly O’Malley estão fiscalizando a produção.

Masashi Kishimoto lançou o mangá ninja na revista da editora Shueisha, Weekly Shonen Jump, em 1999, e concluiu a série em novembro de 2014. O mangá gerou duas séries de TV: Naruto e Naruto Shippūden, OVAs, vários filmes de animação, spinoffs, os quadrinhos de Boruto, romances, peças e video games.

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Ghost In The Shell | Páginas que foram censuradas do mangá

Graças ao relançamento na CCXP, muito começou a ser falado sobre a censura de algumas páginas do mangá GITS (Ghost In The Shell), e dada a repercussão do caso, a curiosidade também bate forte no leitor para saber o por quê do acontecido.

[AVISO: CONTEÚDO ADULTO ABAIXO, SÓ CONTINUE A LEITURA DA MATÉRIA SE FOR MAIOR DE 18 ANOS]

Censura nunca é algo bom. Porém, especificamente nesse caso, o próprio autor da obra, Masamune Shirow, foi o responsável pelo feito, alegando sentir vergonha pelas páginas. Confira abaixo todos os detalhes:

Página 52 censurada, refeita para o mangá:

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Mesma página sem censura, onde mostra uma cena de sexo:

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Páginas 53 e 54 retiradas do mangá:

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Inicialmente, a decisão de Shirow, foi tomada quando a obra foi traduzida para os EUA. A censura também aconteceu na publicação da Alemanha logo depois, mas nesse caso não se sabe se foi proposital, já que a publicação era adaptação da tradução americana.

O mangá, que será publicado pela editora JBC, tem previsão de lançamento para a CCXP (Comic Con Experience), e sua adaptação para os cinemas, estrelada por Scarlett Johansson, tem previsão de estreia para 30 de março de 2017.

Mesmo tendo duas páginas retiradas, a alteração nada influenciou no desenrolar da história. Ou seja, a qualidade da obra ainda continua intacta, sem comprometer a continuidade. Mas, mesmo assim, ainda gera polêmica e controvérsias entre os leitores, afinal, censura é censura. Vocês concordam com a decisão do autor? Deixe a resposta nos comentários!

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Toriko | Mangá pode acabar nas próximas semanas

Toriko já foi um dos pilares da Shonen Jump. O mangá criado por Mitsutoshi Shimabukuro é publicado na revista semanal japonesa desde 2008, tendo totalizado 41 volumes publicados até o momento, compilando seus mais de 350 capítulos. E a história do bishokuya de cabelo azul pode finalmente estar caminhando para o seu final.

Foi anunciado que na edição #50 da Shonen Jump, que será lançada no dia 14/11, Toriko terá 31 páginas, dez a mais que o normal. Além disso, dois volumes encadernados (os volumes 42 e 43) foram anunciados em pré-venda pela Amazon japonesa, e com o lançamento totalmente atípico dos dois, os encadernados alcançam os capítulos atuais publicados na revista. Somando todos estes fatores (é extremamente incomum serem publicados dois encadernados ao mesmo tempo), especula-se que a série será finalizada nas próximas edições da Jump, pouco antes dos 400 capítulos.

Capa da edição encadernada número #41, a última publicada no Japão.

O mangá conta a história de um Caçador Gourmet chamado Toriko que tem como objetivo criar o Menu Perfeito de sua vida, composto por oito pratos de diferentes ingredientes. Ele e seus amigos caçam alimentos e enfrentam organizações, sempre com o objetivo de conseguir preparar os mais variados pratos, somando conhecimentos advindos tanto do mundo comum como do chamado Mundo Gourmet, onde os maiores Caçadores Gourmet da história desbravavam as terras.

Volumes 42 e 43 do mangá em pré-venda na Amazon japonesa.
Volumes 42 e 43 do mangá em pré-venda na Amazon japonesa.

Por alguns anos Toriko rivalizou com Naruto e One Piece nas melhores colocações de séries da Jump. Aos poucos a série passou por um declínio e novos sucessos (como Assassination Classroom, Haikyuu!! e Boku no Hero Academia) foram surgindo, e como consequência, tomando o espaço de diversas publicações, sendo Toriko uma delas.

O anime baseado na obra teve um total de 147 episódios e dois filmes lançados, produzidos pela Toei Animation. No Brasil, a editora Panini publica a série bimestralmente, sendo o volume 22 o mais recente lançado.

Será que Toriko também está se despedindo da Jump, juntando-se aos recém despedidos como Naruto, Bleach e KochiKame? Saberemos em breve! Fique ligado no site da Shonen Jump para maiores informações.

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TOP 15 | Mangás que deveriam ser relançados/reimpressos

Entre 2014, 2015 e 2016 vivemos a Era de Ouro dos mangás no Brasil. Publicados entre diversas editoras, das maiores às menores, os gibis japoneses são atualmente lançados em diversos formatos, do luxo ao mais simples, com preços para todos os bolsos. E um dos motivos dos últimos anos terem sido tão positivos para o mercado brasileiro é a quantidade de relançamentos e reimpressões de mangás.

Yu Yu Hakusho, Berserk, Rurouni KenshinVagabond, Fullmetal Alchemist, Éden, Blade, Chobits, Hellsing, parte de Dragon Ball e títulos vindouros como Akira, InuYasha e Slam Dunk são alguns dos que compõe a extensa lista de relançamentos dos últimos anos, concluídos, iniciados ou anunciados neste período. SHIKASHI, ainda existem títulos que merecem ser relançados no Brasil, e este TOP 15 visa citar alguns destes títulos que deveriam ser republicados (em outro formato) ou que simplesmente poderiam ser reimpressos. Confira abaixo a lista dos quinze mangás escolhidos.

15 – Negima!

Uma das obras mais famosas de Ken Akamatsu, ao lado da já republicada Love Hina, Negima! foi completo no Brasil em 76 volumes meio-tanko (dividindo um volume japonês em dois). A obra possui originalmente 38 volumes, e merecia uma republicação no estilo do já citado Love Hina. Além da fama, Negima! também faz parte do universo do atual mangá de Akamatsu, UQ Holder!, que já é publicado no Brasil pela JBC e ganhará uma versão em anime muito em breve. Com um relançamento de Negima! a editora JBC teria um catálogo completo das mais famosas obras de Ken Akamatsu em seus formatos originais, com bom acabamento e nova revisão de texto.

14 – Fushigi Yuugi

Obra da famosa mangaká Yuu Watase (O Mito de Arata), Fushigi Yuugi é o maior sucesso da carreira da autora. Publicado no Japão de 1992 a 1995, a história é ambientada na China Antiga e foi publicada no Brasil pela editora Conrad de 2002 a 2005, no formato meio-tanko, totalizando 36 volumes (18 tankos originais japoneses). Por se tratar da obra mais famosa da autora, Fushigi merecia uma republicação em terras brasileiras, no formato original japonês com melhor acabamento gráfico. Porém, é importante lembrar do cancelamento de O Mito de Arata (obra mais recente da autora) pela Panini, visto que as vendas foram insatisfatórias na época (entre 2011 e 2013), e se alguma editora viesse a republicar Fushigi ela estaria, talvez, arriscando um pouco mais do que o normal.

13 – Hunter x Hunter

Este entra para a lista de reimpressões. Obra mais longeva do gênio Yoshihiro Togashi, Hunter x Hunter é publicado atualmente no Brasil pela editora JBC, já em seu formato original. No Japão, Togashi publica alguns capítulos por ano (se publicar), e isso faz com que a obra esteja em hiatos constantes. Contudo, os primeiros volumes de Hunter foram lançados por aqui em meados de 2008, aproximadamente oito anos atrás. Graças a este fator é praticamente impossível encontrar as edições em bom estado por preços justos. Apesar de ainda estar em publicação no Japão, outros mangás republicados no Brasil (como Berserk) são a prova de que seria possível relançar (ou reimprimir) um mangá que ainda esteja saindo por lá, caso o licenciante permita. Não é necessário um lançamento com qualidade superior (ao estilo de Yu Yu Hakusho, obra do Togashi mais famosa no Brasil republicada recentemente pela JBC), podendo somente repor as edições esgotadas para que se formem novos leitores, e estes possam acompanhar os lançamentos, como o vindouro volume 33 que deverá sair em breve nas bancas.

12 – Claymore

Outro para a lista de reimpressões. Ou talvez um relançamento com melhor acabamento? Publicado no Brasil pela Panini bimestralmente (e depois quadrimestralmente) entre 2009 e 2015, Claymore é um mangá de ação criado por Norihiro Yagi. Apesar de ter sido concluído há pouco mais de um ano no Brasil, Claymore sofre dos mesmos problemas de Hunter: a falta de edições em catálogo. Ainda é possível encontrar com certa facilidade os volumes finais (a obra é completa em 27 volumes) para compra, porém, os primeiros são mais complicados e quando estão disponíveis são por preços abusivos ou bem desgastados. A publicação espaçada (convenhamos, um volume a cada quatro meses é algo complicado) fez com que muitos volumes desaparecessem do mercado, impedindo que leitores interessados tentem completar a coleção. E um novo lançamento seria muito bem-vindo.

11 – Gunnm – Hyper Future Vision

Este entra para a categoria de Negima! Gunnm foi publicado no Brasil pela JBC entre 2003 e 2004 em formato meio-tanko, completo em 18 volumes. Mangá de ficção-científica criado por Yukito Kishiro, Gunnm possui uma temática ao estilo Mad Max, com uma cidade flutuante e o convívio entre humanos e ciborgues, que se encaixa numa categoria similar ao mangá Éden – It’s An Endless World que a JBC está finalizando a republicação no recém criado formato Big. Gunnm saiu no Japão entre 1991 e 1995 e é completo em 9 volumes, tornando um relançamento em terras tupiniquins algo bem agradável por ser um mangá curto com uma temática que está em alta na editora (que publica outras ficções-científicas e derivados como Terra Formars e Knights of Sidonia). Além disso, é a chance de revisar a tradução e adaptação e dar a oportunidade de novos leitores conhecerem um ótimo título.

10 – Bleach

Finalizado recentemente no Japão, Bleach, a maior obra de Tite Kubo, é publicado no Brasil pela Panini desde 2007, encontrando-se atualmente no volume 70. A série durou até a edição 73, e assim como Hunter e Claymore os primeiros volumes são impossíveis de se encontrar para compra. Como Bleach foi durante muito tempo um dos maiores sucesso da revista Shonen Jump, é possível que haja interesse da Panini em querer relançá-lo como fez duas vezes com Naruto (com a versão Pocket e recentemente com a edição Gold). Com o fim da série, mais leitores criaram interesse pela obra e seria uma boa chance para a Panini reeditar o texto, publicando o mangá com as onomatopeias originais japonesas e até uma revisão na tradução.

9 – Adolf

Clássico de Osamu Tezuka publicado no Japão entre 1983 e 1985, Adolf foi publicado no Brasil pela editora Conrad entre 2006 e 2007. A editora que recentemente finalizou a clássica série Gen – Pés Descalços desde então não fez uma reimpressão dos cinco volumes que compõe a obra de Tezuka na íntegra. A NewPOP vem publicando outras séries do Tezuka há alguns anos (Dororo, Kimba, Don Dracula e one-shots), porém, a editora nunca deixa seus títulos do Tezuka saírem de catálogo, e Adolf é uma das obras que deveriam estar sempre disponíveis, assim como a Conrad faz com o já citado Gen.

8 – Buda

Outro clássico de Osamu Tezuka publicado no Brasil pela Conrad, Buda possui 14 volumes e durou onze anos de publicação no Japão (de 721983). A série completa foi finalizada no mercado brasileiro entre 2005 e 2006, e assim como as publicações citadas anteriormente, é praticamente impossível encontrar todos os volumes para compra, tornando uma reimpressão do título algo essencial para o mercado.

7 – Gantz

Série criada por Hiroya Oku, Gantz é um seinen (mangá para adultos) de ficção-científica lançado no Brasil pela Panini em 2007, durando até 2014, tendo sido finalizado no volume 37. O mangá é um dos casos em que a editora já publicava seus novos títulos com as onomatopeias originais japonesas, porém a obra cai na mesma questão de Claymore, Bleach e Hunter x Hunter: é basicamente impossível encontrar os primeiros volumes em bom estado por um preço justo, e uma reimpressão ou relançamento seriam muito bem-vindos. Gantz é uma obra que, apesar de encerrada no Japão em 2013 rende frutos até hoje, como o recente filme em computação gráfica Gantz: O.

6 – Video Girl Ai/Len

Mangá de Masakazu Katsura, criador de Zetman, Video Girl é uma comédia romântica de ficção-científica publicada no Japão entre 1989 e 1991. No Brasil a série foi publicada pela editora JBC de 2001 a 2003 em meio-tanko, durando 30 edições. A versão original japonesa possui 15 edições, sendo treze de Video Girl Ai e duas de Video Girl Len. Com a recente publicação de Zetman no Brasil caminhando para o fim, é provável que Video Girl seja um dos futuros títulos relançados pela editora JBC, juntando-se aos relançamentos de mangás publicados em meio-tanko anos atrás, agora com nova tradução e melhor acabamento. E se isso não está nos planos da editora, deveria estar, pois nem só de relançamentos dos Cavaleiros do Zodíaco vive o mercado.

5 – Uzumaki

Uma das obras mais famosas do mestre do horror Junji Ito, Uzumaki não vê a luz do mercado brasileiro desde 2006, quando a Conrad publicou a série completa em suas três edições originais. Recentemente a editora DarkSide, conhecida por seus livros com ótimo acabamento gráfico, anunciou que estaria publicando a obra Fragments of Horror em 2017, também de Junji Ito, marcando assim sua estreia no mercado brasileiro de mangás. Com isso as expectativas ficam altas com relação a Uzumaki, que já recebeu uma edição integral de luxo publicada nos Estados Unidos pela Viz Media perfeita para o padrão de qualidade da DarkSide Books.

4 – Sanctuary

Yoshiyuki Okamura, também conhecido como Buronson ou Sho Fumimura, é o criador do famoso mangá Hokuto no Ken. Contudo, além de Hokuto no Ken, Sho publicou entre 1990 e 1995 um mangá policial inspirado em Mad Max ilustrado por Ryoichi Ikegami (Crying Freeman), completo em 12 edições, chamado Sanctuary. A obra teve cinco volumes publicados no Brasil pela editora Conrad entre 2006 e 2007, com o lançamento do sexto volume em 2008. O mangá foi então cancelado pela editora e os leitores brasileiros nunca tiveram a chance de ler o final da série. Uma excelente obra criada por dois ótimos mangakas, Sanctuary merecia uma segunda chance no Brasil.

3 – Cowboy Bebop

Cowboy Bebop possui duas séries em mangá com aventuras inéditas e paralelas em relação à animação. Cowboy Bebop: A New Story (completo em 3 volumes) foi publicado pela editora JBC no formato meio-tanko em seis edições, semanalmente, no ano de 2004. Recentemente a editora disponibilizou uma votação para que o público decidisse qual seria o próximo relançamento, e Cowboy Bebop era uma das opções. Infelizmente o título perdeu para InuYasha, porém a promessa é que Bebop também será relançado no futuro. E quem sabe a outra série inédita no Brasil, chamada Cowboy Bebop: Shooting Star, também seja lançada por aqui, completando as publicações de um título baseado em um famoso anime.

2 – Yu-Gi-Oh!

Yu-Gi-Oh! é um sucesso da Shonen Jump no Brasil e no mundo, e rendeu diversos spin-offs e diferentes cartas para jogos. A coleção completa possui 38 volumes e foi publicada no Brasil pela JBC entre 2006 e 2010, já no formato original japonês. O autor, Kazuki Takahashi, queria criar um mangá onde as pessoas não batessem em nada, mas sim competissem de outras formas. Então surgiu a ideia das batalhas através de um cardgame. Yu-Gi-Oh! tornou-se um sucesso estrondoso no Brasil graças ao anime exibido na Rede Globo, Nickelodeon e PlayTV, criando uma legião de fãs em terras tupiniquins. Por se tratar de uma obra nostálgica e com uma fanbase devota ou novos potenciais leitores, a saga de Yugi Muto merecia uma republicação no Brasil com melhor acabamento gráfico, no mesmo estilo do que foi feito com Rurouni Kenshin e Yu Yu Hakusho, outros clássicos da Jump.

1 – Shaman King

Por fim, outro título que estava na lista da pesquisa feita pela JBC e que ficou em segundo lugar, perdendo para InuYasha. Shaman King (1998-2004), criação de Hiroyuki Takei, foi publicado na íntegra pela editora no formato meio-tanko com um acabamento gráfico lamentável entre 2003 e 2006, totalizando 64 edições (32 tankos originais japoneses). Contudo, a JBC só publicou o que foi lançado pela Shonen Jump, e o verdadeiro final foi publicado após o fim da coleção no Japão, em um kanzenban. Graças a este fato os leitores brasileiros nunca tiveram a chance de conhecer o verdadeiro final da obra, tornando o relançamento em novo formato com melhor acabamento gráfico, tradução revisada e compilando todo o material algo essencial para o mercado brasileiro, visto que se trata de uma obra famosa no Japão e com um anime de suporte exibido no Brasil anos atrás.

Obviamente existem diversos outros títulos que merecem ser republicados ou reimpressos no Brasil. A Princesa e o Cavaleiro, Battle Royale, Angelic Layer, Fruits Basket, Bastard!!Monster (que já está esgotado há algum tempo) e diversos outros poderiam até mesmo compor uma segunda lista ou serem incluídos em um TOP 20. Vale também lembrar que as posições do TOP não são necessariamente a preferência ou necessidade de cada título para ser republicado, mas sim uma ordem aleatória.

Concorda com a lista? Discorda? Gostaria de citar outros mangás? Comente abaixo!

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Resenha | Ajin #1

O terror, o medo do desconhecido e como isso é refletido numa aparente sociedade bem pacata, mas cheia de preconceitos, sempre foi um tema interessante nos mangás. Se bem trabalhado, pode conseguir um sucesso instantâneo facilmente e, quando esse acontece, vemos o surgimento de um fenômeno em tal seguimento.

Ajin é a mais nova aposta da editora Panini, num gênero que é ainda pouco explorado em terras brasileiras, e esperamos que mais obras do gênero ganhe o destaque que merecem.

A obra com roteiro de Tsuina Miura e com a arte de Gamon Sakurai, é uma obra do gênero seinen, onde o mistério é a palavra chave para o que o ele quer nos apresentar, mas que tem muito potencial e um plus: o anime foi parar no catálogo da Netflix e, apesar do conceito estranho de uma animação 3D, conseguiu angariar o seu público.

SINOPSE

Ajin são seres de aparência humana, mas que possuem uma habilidade bem peculiar: eles não morrem. Dezessete anos atrás, eles apareceram pela primeira vez em um campo de batalha na África. Desde então, mais de sua espécie são descobertos no seio da sociedade humana. Sua raridade na aparência significa que, para fins experimentais, o governo vai recompensar generosamente quem capturar um. Nos dias atuais, para que um aplicado estudante chamado Kei Nagai do ensino médio que espera ter um feriado típico de verão pra um aluno aplicado e um tanto antissocial, a sua vida está prestes a virar algo inesperado…

Nagai
Eis o nosso antissocial protagonista.

A HISTÓRIA

Ajin no seu primeiro volume consegue ser um mangá que sabe alternar muito bem entre o mistério, lançando mais questionamentos do que propriamente respostas no seu inicio, seguindo meio que uma fórmula do gênero, e consegue apresentar muitos elementos de ação, típicas de histórias de fuga, pois é esse o foco inicial como já disse acima; a sociedade ver tudo que não entende com muitos preconceitos, ou como algo negativo, e os Ajins nesse universo ao ponto de serem raros e de certa forma ainda incompreendidos pelos humanos, se tornam alvos de caçadas e da ganância, pois os mesmos não são tratados como serem humanos.

cobaia
Perfeitamente compreensível a fuga…

Os personagens principais da obra são o que o que chamaria de personagens de tons de cinza, que possuem alguns clichês, como o mal encarado diretor de uma agência governamental e sua seguidora, o velho misterioso que sabe o que está acontecendo, o psicótico caçador… Mas tem alguns que despertam nossa simpatia, principalmente Kai, o renegado amigo do Nagai Kei (a criatividade dos nomes… enfim), o único que fica ao seu lado, apesar de não ter motivos apresentados para isso.

Inicialmente não nos é mostrado quem é bom ou quem é mau, evitando muito o maniqueísmo e causando ainda mais mistérios, mas que consegue nos mostrar certa crueldade, quando focam nos personagens secundários e sua ganância, principalmente na caça ao recém descoberto Ajin.

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Vamos fugir!

Outra coisa que chama muita atenção é o traço, utilizando perspectivas de visão que não muito convencionais e que conseguem definir com clareza a situação vivida pelas personagens, e isso é algo muito positivo e poucos mangás conseguem oferecer este impacto. Como estamos falando de uma obra de mistério em que a premissa é não morrer, não poderiam faltar as mortes, com uma violência gráfica explicita, mas que não chega a ser gore, e que enriquece muito com os detalhes.

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O seu amigo da vizinhança, SQN!

A Panini fez um ótimo trabalho com Ajin. A edição é semelhante às de One-Punch Man e Vagabond (com resenha feita por esse que vos fala), com orelhas e papel off-set. O título do mangá e a imagem estão em hot stamp, dando um efeito muito bacana, contrastando com o fundo escuro da capa. Além do glossário que dá um norte para algumas expressões citadas.

Ajin, além de tudo é, uma história sobre auto-conhecimento e isso fica bem evidente na jornada de Nagai. Ele não sabe em quem confiar, e tem que se virar da maneira que pode, apesar da ajuda do amigo Kai, mesmo que isso seja algo que não o leve por um melhor caminho mas, enfim, é um caminho necessário para o seu desenvolvimento como personagem e para que possa ter uma solução para os seus problemas, mesmo que sejam soluções que possam ser dolorosas.

ate
Até a próxima!

FICHA TÉCNICA

Nome: Ajin (Vol. 1 de 8)
Publicado em: Julho de 2016
Editora: Panini
Gênero: Seinen
Autor(a): Tsuina Miura (roteiro)/Gamon Sakurai (arte)
Status: Série em andamento/ Bimestral
Número de páginas: 232 paginas (papel off-set) / Leitura Oriental
Formato: 13,7×20 cm / P&B com páginas coloridas / Lombada quadrada com orelhas
Preço de capa: R$ 17,90

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Resenha | Noragami #1

Deuses, espíritos, maus agouros e entre outras coisas, o xintoísmo é cheio de mitologias, e nos mangás podemos dizer que há obras e obras que utilizam e muito dessa mitologia, como por exemplo: Yuyu Hakusho, Soul Eater, Nura, Kekkaishi, entre tantos outros.  Dentro desse subgênero do shounen, a Panini nos fez o favor de trazer uma obra bem singular, dentro de um gênero que já tiveram vários tipos de abordagens, chamada “Noragami“.

A obra de Adachitoka, ficou conhecida principalmente pela adaptação animada feita pelo estúdio Bones, e com o sucesso do anime nas redes sociais aqui no Brasil, a editora multinacional acabou lançando o primeiro volume do mangá no Anime Friends, cuja cobertura foi feita por nós (clique aqui), ainda em andamento em terras nipônicas.

SINOPSE

Yato é um Deus menor, bem peculiar, com uma vestimenta esportiva, cujo sonho é ter um monte de seguidores a adorá-lo. Infelizmente, o seu sonho está longe de se tornar realidade desde que ele não tem sequer um único santuário dedicado a ele. Para piorar as coisas, o único parceiro que o ajudava a resolver os problemas das pessoas, acabou pedindo demissão. Sua existência divina e sua sorte parecem mudar, quando ele se depara com Hiyori Iki, uma garota que acaba por salvar a sua vida. Com isso, ela acaba ficando ‘presa’ à Yato, até que os ‘novos problemas’ da jovem sejam resolvidos. Junto com Hiyori, e seu novo parceiro/arma Yukine, Yato fará de tudo para ganhar fama, reconhecimento, e talvez, quem sabe, um templo em seu nome, também.

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Um exemplo de divindade, SQN.

A HISTÓRIA

Noragami, como já citei no inicio, não é uma obra original na sua temática, pois esse gênero do sobrenatural no shonen é bastante comum, mas a autora consegue ser bem singular, primeiramente, pelo foco da obra: não focar no personagem inicialmente humano, como em Yuyu Hakusho por exemplo, e o agente espiritual; a divindade; ou o que seja ficar num papel de mentor para o humano, que serve de “orelha” pra apresentar o que é aquele limiar. O que ocorre é um foco no dilema de Yato, a divindade menor, mostrando sua personalidade forte, um tanto egocêntrica, mas que no fundo tem um bom coração.

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O trono do reino do Yato!

Como um Deus menor, Yato presta serviços para humanos, que por serem seduzidos por energias negativas, ou simplesmente por serem crianças (que são mais sujeitas a terem visões do mundo espiritual na mitologia da obra), podem contratá-lo, pela exorbitante quantia de 5 Ienes (algo como 15 centavos), e ele tenta resolver esses problemas, no cumprimento do seu dever divino, mesmo que as vezes as soluções sejam um tanto radicais.

O primeiro volume da obra serve mais como uma apresentação desse universo, mostrando o dilema que é ser um Deus sem seguidores, que tipo de serviços o Yato pode fazer, e também nos apresenta mais dois personagens que terão grande importância na obra. Um desses personagem é a humana Hiyori Iki, que por um acaso, durante o seu percurso comum para a escola, consegue ver Yato, e consequentemente o salva, mas acaba sendo atropelada em seu lugar, assim tornando-se uma pessoa que está ligada ao mundo humano e ao limiar espiritual, mesmo que isso lhe cause certas complicações na sua vida humana. E pra resolver esse problema, ela contrata… o próprio Yato.

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Um encontro de dois mundos.

O outro personagem que terá uma grande importância, é um Shinki: uma espécie de arma espiritual que tem um contrato com os Deuses, se tornando ferramentas que exorcizam os maus espíritos. O Shinki em questão se chama Yukine, que digamos, também tem uma personalidade bem parecida com a do Yato. E é lógico que isso causa momentos cômicos na obra.

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A arma mal encarada!

Noragami tem uma arte com alguns trejeitos de shoujo, apesar ser de um shounen. Creio que seja por ser feito por uma mulher, o que torna perceptível a presença de uma certa delicadeza no traço, mas que quando precisa ter um traço mais ativo, principalmente nos combates, não fica devendo.

Como uma obra sobrenatural, o primeiro volume nos apresenta muitas informações, e o glossário feito pela Panini ajuda muito nesse quesito.

Noragami é uma obra que conquista principalmente pelos personagens: Yato, apesar de ser um Deus muito despojado, é muito carismático; Hiyori também não fica atrás, não fazendo jus a típica menina a ser protegida, mas sim alguém que vai a luta, mesmo sendo uma mera humana nesse limiar dos espíritos, e como uma grande fã de boxe, ela se constrói como nada clichê dentro desse gênero.

Podemos dizer que foi um excelente lançamento, e que vale a pena dar uma conferida na jornada de Yato, rumo a conquista de seu próprio templo.

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Até a próxima!

 

FICHA TÉCNICA

Nome: Noragami. (Vol. 1 de 17)
Publicado em: Julho de 2016
Editora: Panini
Gênero: Shonen
Autor(a): Adachitoka
Status: Série em andamento/ Bimestral
Número de páginas: 200 paginas (papel jornal) / Leitura Oriental
Formato: 13,7×20 cm / P&B / Lombada quadrada/ Marcador incluso
Preço de capa: R$ 13,90

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DarkSide Books | Editora também publicará mangás

A editora DarkSide Books, conhecida especificamente por publicar obras de terror com um acabamento de tirar o fôlego, anunciou que também entrará no ramo dos mangás.

E a primeira obra a ter o seu lançamento divulgado foi Fragments of Horror, de Junji Ito.

Capa e contracapa original do primeiro volume.
Capa e contracapa original do primeiro volume.

Sinopse:

A nova coleção de contos deliciosamente macabra do mestre do mangá de horror Junji Ito  trás contos avulsos que são completamente insanos dentre eles temos: Uma mansão de madeira velha que bota pra funcionar os seus moradores, uma aula de dissecação com um assunto muito incomum, e até um funeral onde os mortos não são definitivamente colocados para descansar. A obra vai desde o terrível até a comédia, do erótico ao repugnante, essas histórias mostram a tão esperada volta do Junji Ito para o mundo do horror.

Vale dizer também que será um dos primeiros mangás lançados no Brasil com acabamento em capa dura, um diferencial e tanto que a editora está trazendo.

Bom, pela sinopse já deu pra ver o quão sinistro é esse mangá e também o quanto ele tem a ver com a Darkside Books, estão ansiosos?

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Resenha | Helter Skelter

Um dos gêneros dos mangás menos falado aqui em terras tupiniquins , com certeza é o “Josei“, e não sei porque isso ocorre ( na verdade eu tenho uma teoria, mas essa é uma outra história…), pois dentro desse meio é um dos que mais produz histórias reflexivas e com personagens densos e bem incomuns.

Recentemente, a editora New Pop nos proporcionou a oportunidade de conhecer uma das mais famosas obras, da considerada por muitos, a “mãe” do Josei, Kyoko Okazaki, chamada Helter Skelter (sim a música dos Beatles, do Charles Manson… enfim), ganhador do prêmio Osamu Tesuka de 2004 e que trata-se de uma obra com classificação indicativa para maiores de 18 anos.

SINOPSE

Se você acompanha a moda no Japão, já deve ter visto o rosto de Liliko. Nos últimos anos, ela tem estado no topo do mundo da moda, promovendo as maiores marcas. Mas, como todos sabem, este mundo é uma batalha constante e interminável. Há sempre modelos novas e mais jovens a cada temporada. E manter sua posição significa aprender a adaptar-se e a lidar com a mudança. Após passar por inúmeras cirurgias plásticas, Liliko consegue se transformar em uma absoluta manifestação de beleza. Contudo, incapaz de suportar os efeitos colaterais de tantas cirurgias, seu corpo logo começa a desmoronar, e junto com ele, sua sanidade mental.

Liliko
“Luz na passarela, que lá vem ela”

 

A HISTÓRIA

Ao ler Helter Skelter, um misto de sensações me veio a cabeça. É bonito e feio, erótico e repulsivo, superficial e profundo, tudo ao mesmo tempo. Mostra facilmente uma face da cultura da vaidade que sabemos que existe e que vivemos no dia a dia, mas que não queremos acreditar que existe pois, de certa forma, seguimos seus padrões mas não nos aceitamos como parte desse padrão.

A arte desse mangá já nos remete a algo muito incomum, ele tem um traço imperfeito proposital, pra fazer um paralelo com o que a autora quis dizer. É verdade que quando a autora terminou de produzir a obra, ela sofreu um acidente, que a impossibilitou de fazer a pós produção do mangá, passando assim um aspecto de inacabado em certos momentos, mas que deixa a obra com um tom cru, mas que só engrandece a mensagem proposta.

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Estranho e belo.

A história é um conto distorcido da beleza que conduz à ruína e o que vem depois. O comentário social subjacente que as pessoas irão fazer qualquer coisa para a busca não somente da beleza, mas sim da manutenção do status que essa beleza pode nos proporcionar. A ideia de cirurgias plásticas experimentais, incluindo componentes muito perturbadores, é ao mesmo tempo bizarro e assustadoramente crível. Além da beleza, Okazaki também aborda a natureza inconstante da fama, as celebridades e o papel que desempenham na vida e mentalidade dos jovens(e os não tão jovens também), que se espelham nessa figura de beleza, e o quão facilmente uma vida aparentemente perfeita pode ser despedaçado pelos vícios que esse mundo produz.

Todos os personagens são imperfeitos. São seres egoístas que atuam tanto no seu próprio interesse e necessidades, que traz à obra um toque extremamente realista. Liliko é antipática, perturbada, depressiva, manipuladora, mas ao mesmo tempo é um personagem que desperta pena. Às vezes, ela é honesta consigo mesma, às vezes ela mente para si mesma, e isso proporciona uma narrativa não confiável para o leitor, pois a sensação é que, ao mesmo tempo que ela quer ser responsável pelo seus atos, ela não quer se responsabilizar, como se fosse uma vítima desse mundo cruel.

Os personagens coadjuvantes também são nefastos: a assistente submissa, a empresária gananciosa, a frígida cirurgiã, a jovem modelo niilista; que só enriquecem a trama. Não é uma visão particularmente edificante da sociedade, mas sim triste e de uma absurda verossimilhança.

A edição feita pela New Pop é de encher os olhos na parte gráfica, com páginas coloridas, papel de ótima qualidade e com um preço bem acessível, visto a qualidade do material. Peca na parte de revisão ortográfica em alguns momentos, mas não é nada que estrague a experiência da leitura.

No geral, Helter Skelter é um mangá como poucos. É extremamente envolvente, mesmo com personagens que são difíceis de simpatizar e com cenas que deixam o leitor bem desconfortável em vários momentos, consegue ter uma narrativa fluída e densa, digna dos melhores thrillers psicológicos. Devido aos temas maduros e cenas, o público-alvo é reduzido, visto que é uma obra para maiores de 18 anos, e de um gênero não muito popular no Brasil, mas para quem gosta de uma narrativa adulta, abordando o lado mais obscuro da fama e da natureza humana, é uma leitura mais que obrigatória.

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Até a próxima!

FICHA TÉCNICA

Helter Skelter – Volume único
Publicado em: Julho de 2016
Editora: New Pop
Gênero: Josei
Autor(a): Kyoko Okazaki (Pink!)
Status: Série concluída
Número de páginas: 320 paginas (papel offset) / Leitura Oriental
Formato: 15×21 cm / P&B com páginas coloridas / Lombada quadrada
Preço de capa: R$ 24,90

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Tsutomu Nihei vem a CCXP 2016

Hoje atráves do seu canal Henshin! a editora JBC em conjunto CCXP anunciaram que trarão o autor de Knights of Sidonia e Blame!, Tsutomu Nihei, para a edição de 2016

A CCXP – Comic Con Experience, que acontece entre 1 e 4 de dezembro no São Paulo Expo, e a Editora JBC, trarão o mangaká japonês Tsutomu Nihei, artista conhecido pelo mangá Knights of Sidonia, lançado no Brasil pela JBC, com resenha feita por este que vos fala, vindo pela primeira ao Brasil.

Knights of Sidonia, que possui  15 volumes, é publicado pela Editora JBC desde maio de 2016, com o quarto volume atualmente nas bancas. O mangá também virou animação pela Netflix em 2014, e já possui duas temporadas. Publicada originalmente entre setembro de 2009 e dezembro de 2015 no Japão, Knights of Sidonia rendeu ao artista o Kodansha Manga Award, conceituado prêmio que existe desde 1977 para mangás, na categoria General Comics no ano passado.

E recentemente, na última SDCC, foi anunciada a adaptação animada pelo canal de streaming Netflix de Blame!, outro trabalho de autoria do artista, que há possibilidade de ser publicado no Brasil. E então já estão preparando os bolsos?