Entre 2014, 2015 e 2016 vivemos a Era de Ouro dos mangás no Brasil. Publicados entre diversas editoras, das maiores às menores, os gibis japoneses são atualmente lançados em diversos formatos, do luxo ao mais simples, com preços para todos os bolsos. E um dos motivos dos últimos anos terem sido tão positivos para o mercado brasileiro é a quantidade de relançamentos e reimpressões de mangás.
Yu Yu Hakusho, Berserk, Rurouni Kenshin, Vagabond, Fullmetal Alchemist, Éden, Blade, Chobits, Hellsing, parte de Dragon Ball e títulos vindouros como Akira, InuYasha e Slam Dunk são alguns dos que compõe a extensa lista de relançamentos dos últimos anos, concluídos, iniciados ou anunciados neste período. SHIKASHI, ainda existem títulos que merecem ser relançados no Brasil, e este TOP 15 visa citar alguns destes títulos que deveriam ser republicados (em outro formato) ou que simplesmente poderiam ser reimpressos. Confira abaixo a lista dos quinze mangás escolhidos.
15 – Negima!

Uma das obras mais famosas de Ken Akamatsu, ao lado da já republicada Love Hina, Negima! foi completo no Brasil em 76 volumes meio-tanko (dividindo um volume japonês em dois). A obra possui originalmente 38 volumes, e merecia uma republicação no estilo do já citado Love Hina. Além da fama, Negima! também faz parte do universo do atual mangá de Akamatsu, UQ Holder!, que já é publicado no Brasil pela JBC e ganhará uma versão em anime muito em breve. Com um relançamento de Negima! a editora JBC teria um catálogo completo das mais famosas obras de Ken Akamatsu em seus formatos originais, com bom acabamento e nova revisão de texto.
14 – Fushigi Yuugi

Obra da famosa mangaká Yuu Watase (O Mito de Arata), Fushigi Yuugi é o maior sucesso da carreira da autora. Publicado no Japão de 1992 a 1995, a história é ambientada na China Antiga e foi publicada no Brasil pela editora Conrad de 2002 a 2005, no formato meio-tanko, totalizando 36 volumes (18 tankos originais japoneses). Por se tratar da obra mais famosa da autora, Fushigi merecia uma republicação em terras brasileiras, no formato original japonês com melhor acabamento gráfico. Porém, é importante lembrar do cancelamento de O Mito de Arata (obra mais recente da autora) pela Panini, visto que as vendas foram insatisfatórias na época (entre 2011 e 2013), e se alguma editora viesse a republicar Fushigi ela estaria, talvez, arriscando um pouco mais do que o normal.
13 – Hunter x Hunter

Este entra para a lista de reimpressões. Obra mais longeva do gênio Yoshihiro Togashi, Hunter x Hunter é publicado atualmente no Brasil pela editora JBC, já em seu formato original. No Japão, Togashi publica alguns capítulos por ano (se publicar), e isso faz com que a obra esteja em hiatos constantes. Contudo, os primeiros volumes de Hunter foram lançados por aqui em meados de 2008, aproximadamente oito anos atrás. Graças a este fator é praticamente impossível encontrar as edições em bom estado por preços justos. Apesar de ainda estar em publicação no Japão, outros mangás republicados no Brasil (como Berserk) são a prova de que seria possível relançar (ou reimprimir) um mangá que ainda esteja saindo por lá, caso o licenciante permita. Não é necessário um lançamento com qualidade superior (ao estilo de Yu Yu Hakusho, obra do Togashi mais famosa no Brasil republicada recentemente pela JBC), podendo somente repor as edições esgotadas para que se formem novos leitores, e estes possam acompanhar os lançamentos, como o vindouro volume 33 que deverá sair em breve nas bancas.
12 – Claymore

Outro para a lista de reimpressões. Ou talvez um relançamento com melhor acabamento? Publicado no Brasil pela Panini bimestralmente (e depois quadrimestralmente) entre 2009 e 2015, Claymore é um mangá de ação criado por Norihiro Yagi. Apesar de ter sido concluído há pouco mais de um ano no Brasil, Claymore sofre dos mesmos problemas de Hunter: a falta de edições em catálogo. Ainda é possível encontrar com certa facilidade os volumes finais (a obra é completa em 27 volumes) para compra, porém, os primeiros são mais complicados e quando estão disponíveis são por preços abusivos ou bem desgastados. A publicação espaçada (convenhamos, um volume a cada quatro meses é algo complicado) fez com que muitos volumes desaparecessem do mercado, impedindo que leitores interessados tentem completar a coleção. E um novo lançamento seria muito bem-vindo.
11 – Gunnm – Hyper Future Vision

Este entra para a categoria de Negima! Gunnm foi publicado no Brasil pela JBC entre 2003 e 2004 em formato meio-tanko, completo em 18 volumes. Mangá de ficção-científica criado por Yukito Kishiro, Gunnm possui uma temática ao estilo Mad Max, com uma cidade flutuante e o convívio entre humanos e ciborgues, que se encaixa numa categoria similar ao mangá Éden – It’s An Endless World que a JBC está finalizando a republicação no recém criado formato Big. Gunnm saiu no Japão entre 1991 e 1995 e é completo em 9 volumes, tornando um relançamento em terras tupiniquins algo bem agradável por ser um mangá curto com uma temática que está em alta na editora (que publica outras ficções-científicas e derivados como Terra Formars e Knights of Sidonia). Além disso, é a chance de revisar a tradução e adaptação e dar a oportunidade de novos leitores conhecerem um ótimo título.
10 – Bleach

Finalizado recentemente no Japão, Bleach, a maior obra de Tite Kubo, é publicado no Brasil pela Panini desde 2007, encontrando-se atualmente no volume 70. A série durou até a edição 73, e assim como Hunter e Claymore os primeiros volumes são impossíveis de se encontrar para compra. Como Bleach foi durante muito tempo um dos maiores sucesso da revista Shonen Jump, é possível que haja interesse da Panini em querer relançá-lo como fez duas vezes com Naruto (com a versão Pocket e recentemente com a edição Gold). Com o fim da série, mais leitores criaram interesse pela obra e seria uma boa chance para a Panini reeditar o texto, publicando o mangá com as onomatopeias originais japonesas e até uma revisão na tradução.
9 – Adolf

Clássico de Osamu Tezuka publicado no Japão entre 1983 e 1985, Adolf foi publicado no Brasil pela editora Conrad entre 2006 e 2007. A editora que recentemente finalizou a clássica série Gen – Pés Descalços desde então não fez uma reimpressão dos cinco volumes que compõe a obra de Tezuka na íntegra. A NewPOP vem publicando outras séries do Tezuka há alguns anos (Dororo, Kimba, Don Dracula e one-shots), porém, a editora nunca deixa seus títulos do Tezuka saírem de catálogo, e Adolf é uma das obras que deveriam estar sempre disponíveis, assim como a Conrad faz com o já citado Gen.
8 – Buda

Outro clássico de Osamu Tezuka publicado no Brasil pela Conrad, Buda possui 14 volumes e durou onze anos de publicação no Japão (de 72 a 1983). A série completa foi finalizada no mercado brasileiro entre 2005 e 2006, e assim como as publicações citadas anteriormente, é praticamente impossível encontrar todos os volumes para compra, tornando uma reimpressão do título algo essencial para o mercado.
7 – Gantz

Série criada por Hiroya Oku, Gantz é um seinen (mangá para adultos) de ficção-científica lançado no Brasil pela Panini em 2007, durando até 2014, tendo sido finalizado no volume 37. O mangá é um dos casos em que a editora já publicava seus novos títulos com as onomatopeias originais japonesas, porém a obra cai na mesma questão de Claymore, Bleach e Hunter x Hunter: é basicamente impossível encontrar os primeiros volumes em bom estado por um preço justo, e uma reimpressão ou relançamento seriam muito bem-vindos. Gantz é uma obra que, apesar de encerrada no Japão em 2013 rende frutos até hoje, como o recente filme em computação gráfica Gantz: O.
6 – Video Girl Ai/Len

Mangá de Masakazu Katsura, criador de Zetman, Video Girl é uma comédia romântica de ficção-científica publicada no Japão entre 1989 e 1991. No Brasil a série foi publicada pela editora JBC de 2001 a 2003 em meio-tanko, durando 30 edições. A versão original japonesa possui 15 edições, sendo treze de Video Girl Ai e duas de Video Girl Len. Com a recente publicação de Zetman no Brasil caminhando para o fim, é provável que Video Girl seja um dos futuros títulos relançados pela editora JBC, juntando-se aos relançamentos de mangás publicados em meio-tanko anos atrás, agora com nova tradução e melhor acabamento. E se isso não está nos planos da editora, deveria estar, pois nem só de relançamentos dos Cavaleiros do Zodíaco vive o mercado.
5 – Uzumaki

Uma das obras mais famosas do mestre do horror Junji Ito, Uzumaki não vê a luz do mercado brasileiro desde 2006, quando a Conrad publicou a série completa em suas três edições originais. Recentemente a editora DarkSide, conhecida por seus livros com ótimo acabamento gráfico, anunciou que estaria publicando a obra Fragments of Horror em 2017, também de Junji Ito, marcando assim sua estreia no mercado brasileiro de mangás. Com isso as expectativas ficam altas com relação a Uzumaki, que já recebeu uma edição integral de luxo publicada nos Estados Unidos pela Viz Media perfeita para o padrão de qualidade da DarkSide Books.
4 – Sanctuary

Yoshiyuki Okamura, também conhecido como Buronson ou Sho Fumimura, é o criador do famoso mangá Hokuto no Ken. Contudo, além de Hokuto no Ken, Sho publicou entre 1990 e 1995 um mangá policial inspirado em Mad Max ilustrado por Ryoichi Ikegami (Crying Freeman), completo em 12 edições, chamado Sanctuary. A obra teve cinco volumes publicados no Brasil pela editora Conrad entre 2006 e 2007, com o lançamento do sexto volume em 2008. O mangá foi então cancelado pela editora e os leitores brasileiros nunca tiveram a chance de ler o final da série. Uma excelente obra criada por dois ótimos mangakas, Sanctuary merecia uma segunda chance no Brasil.
3 – Cowboy Bebop

Cowboy Bebop possui duas séries em mangá com aventuras inéditas e paralelas em relação à animação. Cowboy Bebop: A New Story (completo em 3 volumes) foi publicado pela editora JBC no formato meio-tanko em seis edições, semanalmente, no ano de 2004. Recentemente a editora disponibilizou uma votação para que o público decidisse qual seria o próximo relançamento, e Cowboy Bebop era uma das opções. Infelizmente o título perdeu para InuYasha, porém a promessa é que Bebop também será relançado no futuro. E quem sabe a outra série inédita no Brasil, chamada Cowboy Bebop: Shooting Star, também seja lançada por aqui, completando as publicações de um título baseado em um famoso anime.
2 – Yu-Gi-Oh!

Yu-Gi-Oh! é um sucesso da Shonen Jump no Brasil e no mundo, e rendeu diversos spin-offs e diferentes cartas para jogos. A coleção completa possui 38 volumes e foi publicada no Brasil pela JBC entre 2006 e 2010, já no formato original japonês. O autor, Kazuki Takahashi, queria criar um mangá onde as pessoas não batessem em nada, mas sim competissem de outras formas. Então surgiu a ideia das batalhas através de um cardgame. Yu-Gi-Oh! tornou-se um sucesso estrondoso no Brasil graças ao anime exibido na Rede Globo, Nickelodeon e PlayTV, criando uma legião de fãs em terras tupiniquins. Por se tratar de uma obra nostálgica e com uma fanbase devota ou novos potenciais leitores, a saga de Yugi Muto merecia uma republicação no Brasil com melhor acabamento gráfico, no mesmo estilo do que foi feito com Rurouni Kenshin e Yu Yu Hakusho, outros clássicos da Jump.
1 – Shaman King

Por fim, outro título que estava na lista da pesquisa feita pela JBC e que ficou em segundo lugar, perdendo para InuYasha. Shaman King (1998-2004), criação de Hiroyuki Takei, foi publicado na íntegra pela editora no formato meio-tanko com um acabamento gráfico lamentável entre 2003 e 2006, totalizando 64 edições (32 tankos originais japoneses). Contudo, a JBC só publicou o que foi lançado pela Shonen Jump, e o verdadeiro final foi publicado após o fim da coleção no Japão, em um kanzenban. Graças a este fato os leitores brasileiros nunca tiveram a chance de conhecer o verdadeiro final da obra, tornando o relançamento em novo formato com melhor acabamento gráfico, tradução revisada e compilando todo o material algo essencial para o mercado brasileiro, visto que se trata de uma obra famosa no Japão e com um anime de suporte exibido no Brasil anos atrás.
Obviamente existem diversos outros títulos que merecem ser republicados ou reimpressos no Brasil. A Princesa e o Cavaleiro, Battle Royale, Angelic Layer, Fruits Basket, Bastard!!, Monster (que já está esgotado há algum tempo) e diversos outros poderiam até mesmo compor uma segunda lista ou serem incluídos em um TOP 20. Vale também lembrar que as posições do TOP não são necessariamente a preferência ou necessidade de cada título para ser republicado, mas sim uma ordem aleatória.
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