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Bloodshot é uma grata surpresa e inova as adaptações de quadrinhos

Após as dezenas de adaptações de quadrinhos da Marvel e DC, outras editoras quiseram explorar o mundo das salas de cinema. E dessa vez foi a Valiant Comics que quis entrar com um novo universo compartilhado, com seu mais novo filme, Bloodshot. Estrelando Vin Diesel, Eiza González, Guy Pearce e grande elenco, longa conta a história do soldado americano Ray, que após uma tragédia, é submetida à uma experiência chamada “Projeto Espírito em Ascensão“; em que nanites (nanorobôs) são injetados em seu corpo, apagando a memória e assim dando ‘poderes’ ao soldado.

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O filme tem um começo extremamente genérico, com uma edição estranha e fatores que podem deixar meio confuso a narrativa, sendo que o filme tem a pretensão de ser algo mais ‘pé no chão’, tomando caminhos caricatos demais. Para quem tinha um pé atrás com o projeto, isso era um mal sinal e talvez um presságio de que o resto não seria do agrado. Felizmente, não é isso que acontece. A partir do seu segundo ato, ou meio da história, somos apresentados à um plot-twist que se encaixa e funciona perfeitamente, e após isso, o filme toma um rumo único e inusitado. Pode se dizer, esse é o que faz esse filme se tornar um ponto fora da curva no atual mundo de filmes adaptados de quadrinhos.

As personagens ao longo da trama são carismáticas, e que deixam a curiosidade de conhecermos mais sobre. Eiza Gonzalez e Lamorne Morris roubam várias vezes a cena para suas personagens, e Lamorne traz a melhor parte do humor do filme, que não chega a funcionar tanto em outras personagens. O vilão do filme infelizmente não é tão memorável, mas funciona. Em parte de atuação, apenas Vin Diesel peca e traz cenas sem emoção, o que deixa a imersão um tanto quanto difícil.

Duas coisas que são feitas com maestria no longa: Os efeitos especiais e a fotografia. Uma das principais críticas aos filmes de heróis é a saturação de CGI desnecessário, e que deixa o filme com um visual plástico. Em Bloodshot, os efeitos visuais são como um personagem, e o personagem mais importante e mais bem desenvolvido. Claro, ele não é totalmente perfeito, mas pode chegar perto disso; cenas em slow-motion e dos nanites (que reconstroem o personagem de Diesel) são de tirar o fôlego.

Já sua fotografia, pode se dizer que é uma das melhores do meio em que o filme se encontra. A forma que as luzes e as cores são usadas mostra que Bloodshot quis tentar ser diferente de outras franquias, que não trabalham tanto com isso, deixando de lado. Por outro lado, o filme ainda peca em algumas cenas de ação, usando uma técnica de tremer demais a câmera, que atrapalha a apreciação da cena e da coreografia.

A trilha-sonora do filme ficou um tanto deixada de lado, o que chega a entristecer. Mas, a edição de som do filme é muito boa, o que também adiciona demais para sua imersão.

Assistir esse filme dá a sensação de estar vendo um filme clássico dessa era de filmes baseados em quadrinhos, como Homem de Ferro, Homem Aranha de Sam Raimi, e o longa tinha esse propósito, já que abre o universo da Valiant. Com cenas de ação ótimas, personagens novos e um universo inteiramente único, Bloodshot é um filme que diverte e conquista o público. Agora é esperar para que o filme faça sucesso, para explorarmos mais desse novo mundo.

Nota: 3,5/5

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Sobre o Autor

Eduardo Kuntz Fazolin

"I dwell in Possibility" -Emily Dickinson

Graduado em Produção Audiovisual pela FAPCOM, amante de música estranha e gosto controverso para video-games. Meu amor em escrever sobre tudo isso, é o mesmo amor que Kanye sente por Kanye.