Gameplay Games

Análise | South Park: A Fenda que Abunda Força

Escrito por Luan Oliveira

O jogo lançado em 2014, South Park: The Stick of Truth foi o primeiro vislumbre de esperança para os fãs da série que clamavam por um conteúdo extra série, reunindo os criadores Trey Parker e Matt Stone que se associaram com os desenvolvedores de Fallout: New Vegas. Stick of Truth foi extremamente agradável, tanto em críticas quanto em vendas. Como um RPG, alguns acreditam que ele foi um pouco curto. Mas como experiência extra-série foi bem prazeroso.

Agora, três anos após o Stick of Truth, a Ubisoft finalmente consolidou suas estruturas em um jogo de South Park que é tão divertido como a série, South Park: The Fractured But Whole, em pt/br South Park: A Fenda que Abunda Força. A jogabilidade e o humor são misturados em igual medida, e o resultado é a mais verdadeira adaptação da série de comédia juvenil já produzida.

South Park: A Fenda que Abunda Força se distingue de seu antecessor de forma positiva, tudo que vimos antes agora é melhorado em quase todos os sentidos. Para iniciantes, é uma experiência mais polida, e aprender com os erros faz parte da gameplay, durante cutscene você tem que realizar quick time events, para avançar, mas nada que atrapalhasse seu progresso, caso não consiga realizar a ação rápida, você será redirecionado para o ponto de salvamento mais próximo.

A história também é melhorada desta vez. Enquanto as coisas começam devagar, o jogo aumenta e se torna um mistério intrigante com o retorno de um dos melhores vilões da série. Também é mais coerente e fundamentado do que Stick of Truth. O nivelamento é agora mais espontâneo, permitindo misturar e combinar poderes de várias classes de heróis. E, uma vez que todos esses poderes estão ligados ao DNA do seu personagem, você pode se vestir como preferir.

O Combate também foi expandido a partir de um simples sistema parecido com Paper Mario (2000), e os clássicos Final Fantasy  baseado em turnos mais robustos, onde o posicionamento e o tempo são importantes, e uma maior variedade de inimigos traz um pouco mais de desafios. Um inimigo do tipo suporte pode proteger seus inimigos de danos físicos, deixando você confiar na sua capacidade de machucá-los e adicionar efeitos de status como Sangrar e Queimar. É muito mais dinâmico e agradável, já que você não pode simplesmente aguardar uma ação para contra-atacar e vencer, mesmo quando você se tornar poderoso.

Você ainda pode convocar aliados poderosos como no jogo anterior, e suas apresentações são ainda mais absurdas do que antes. Um stripper pode ser usado para dirigir um carro, ou Moisés pode ser chamado para curar todos os aliados feridos. Ou Gerald, que se espalha no mijo de gato em uma referência ao episódio de South ParkMajor Boobage“.

As brigas contra os Boss são uma alegria particular, com cada um focando em um clímax para um grande ponto da trama enquanto joga fora algumas coisas chatas do combate habitual. Você não pode contornar ou evitar o Boss, isso significa que é um “jogo nos trilhos” onde você deve lidar efetivamente com os adversários, os jogadores precisam se concentrar no Boss, enquanto os minions adicionais são constantemente gerados, enquanto o sistema de timer é usado para introduzir riscos ambientais e restringir o movimento. O combate padrão é igualmente divertido e variado do que os de Stick of Truth à foco no posicionamento, mas as batalhas contra Boss mostram o quão versáteis e criativas foram as equipes de desenvolvimento desta vez. Enquanto isso, pouco mudou na cidade de South Park.

Apesar do mapa relativamente pequeno em South Park: A Fenda que Abunda Força, há momentos em que sentimos que há muito para fazer ou acompanhar em qualquer lugar do mapa. Por exemplo, as corporações não são apenas uma referência em si mesmas para a temporada 20, mas também dizem coisas relacionadas aos episódios passados, ao jogo anterior e à cultura em geral.

Como isto é um South Park, deve ser óbvio que… teremos cenas e diálogos não muito aceitos por alguns, devemos dizer que a marca de humor “único” é obrigada a enrolar algumas partes. De política à identidade de gênero, a cultura da retórica de direita, aparentemente todos são batidos de frente por Matt Stone e Trey Parker em diferentes graus. Em seu momento mais desconfortável, uma luta de chefe apresenta um pedófilo atacando as crianças de uma maneira que alude ao sexo oral forçado. Clássica quebra de conceitos morais que quem assiste a série já está acostumado.

Dito isto, parece que há menos ênfase no humor grosseiro, mas não deixando de ser ofensivo ao máximo possível, e mais brincadeiras para servir a história ou para fazer um ponto de ligação entre série e jogo.

PC Principal ensina você a reconhecer micro agressões e, literalmente, o chama de “guerreiro da justiça social”, mas não há como negar que suas dicas sejam acessíveis – sempre que um inimigo diz algo degradante ou menosprezado para um determinado grupo demográfico, você tem uma chance de ataque. Estes não são o tipo de piadas para fazer você realmente dar a sua vida, mas eles são muitas vezes mais profundos e inteligentes do que você pensa.

VEREDITO:

South Park: A Fenda que Abunda Força equilibra um amplo grupo de fãs com jogabilidade que está em seus próprios méritos e uma história atraente. Entretanto, caso você não seja um fã, o jogo não fará você se tornar um, mas é difícil imaginar uma adaptação melhor realizada do esta. Um incrível extra para a série, e uma boa adição ao universo de South Park.

Comentários
Compartilhar

Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore