Consoles Gameplay Games PC

Análise | Call of Duty: Infinite Warfare

Escrito por Luan Oliveira

Call of Duty: Infinite Warfare é um shooter desenvolvido pela Infinity Ward e distribuído pela Activision. É o décimo terceiro jogo da franquia Call Of Duty.

O desenvolvimento de Infinite Warfare começou em 2014. Foi o primeiro jogo da franquia que a empresa Infinity Ward fez em um ciclo de criação de três anos.

E com tanto tempo de criação, é difícil para e ver pela primeira vez um Call Of Duty que não se parece com um verdadeiro COD. Bem, é claro que temos várias horas de tiroteio, mas o novo cenário intergaláctico e ângulo narrativo, tornam Infinite Warfare em uma espécie de aceitação dos altos custos e sacrifícios da guerra (com robôs), ao invés da fuzilaria barulhenta e a diversão garantida.

call-of-duty-infinite-warfare-screen-04-ps4-us-02may16

Este COD é uma verdadeira ficção científica. Sem meias palavras, temos um soldado futurista para combater uma infantaria, que compõe uma trama envolta em disparos de armas de energia, Inteligência Artificial sendo utilizada como recurso de guerra, e uma Terra que colonizou todo o sistema solar com assentamentos e bases na maioria dos principais planetas. O problema é que todos os povos que não pertencem à Terra se agruparam na Settlement Defense Front e, moldados pela dura vida de viver fora de sua realidade, preferiram declarar guerra aos que tornaram suas terras em campo de batalha.

O Settlement Defense Front aparece sendo intitulado como “resistência rebelde”, seu líder porém não se encaixa aos padrões estabelecidos, Kit Harington (Jon Snow \ Game Of Thrones), não está em uma das suas melhores performances, mas impressiona como líder dos “rebeldes” intergaláticos.

Se você já viu Battlestar Galactica, o início do game chega a ser muito familiar, tornando-o um rito de passagem para o que vem logo em seguida. O jogo mostra transições sem emenda, as missões começam e terminam ligando com pontes que ligam uma a outra, criando uma sensação muito mais perfeita para a ação sequenciada. Em vez de níveis com fases previsíveis, que começam tranquilas e ao decorrer do percusso vão dificultando, aqui é a falta de obviedade que da o efeito sobre o fluxo e o ritmo da ação.

Este pode ser considerado o mais aberto, quase não-linear Call of Duty até agora. Como capitão Reyes você preside sobre seu mapa, escolhendo entre objetivos narrativos principais e missões secundárias como bem entender. A boa notícia aqui é que os objetivos secundários valem o seu tempo, assim como os principais, com muitos momentos únicos e surpresas bem alocadas. Ser jogado dentro de uma astronave inimiga e matar militares e oficiais, e perseguições sobre a atmosfera de Júpiter, foram umas das mais incríveis sensações.

O tiroteio de COD, então, ocorre em outros planetas e luas. Através de corredores apertados e, ocasionalmente, entre manobras através dos espaços vazios entre espaçonaves. Em termos de locação este se encontra bem diferente dos antigos campos de batalha planos e sem emoção, além da não necessidade de manter as coisas interessantes e previsíveis, especialmente com a capacidade de escolher suas missões, como bem entender.

Reforçando o shooter, é usado frequentemente um sistema de controle do estilo de FPS dos outros Call Of Duty´s, para criar batalhas muito rápidas, e explosivas no espaço e sobre superfícies do planeta, que podem variar desde explosões simples e despropositadas até batalhas grandiosas com astronaves colossais com poder de fogo capaz de destroçar planetas com facilidade. A combinação destes dois estilos distintos mantém o ímpeto elevado e evita a fadiga.

Além da nova configuração e dinâmica, as caracterizações aqui são notavelmente diferentes. Há uma sensação mais suave à guerra. A batalha não é apresentada como heroica. É mais sobre a sobrevivência. As pessoas morrem por causa das escolhas do capitão Reyes e você pode quase ver essas decisões drenando sua felicidade e autoconfiança ao decorrer de cada missão. A ideia de que há um custo de suas ações é um tema muito presente aqui. Há um personagem que renunciou o seu comando porque ela não gostava da responsabilidade de ordenar as pessoas direto para seu destino final, escolhendo um posto mais baixo em troca de uma noite de sono mais tranquila. Em última análise, o final eleva essas decisões a um patamar muito sombrio, e há uma seção nos créditos que realmente consegue mexer com seus sentimentos, certamente está longe de algo que você esperaria de um grande jogo sobre a guerra e urros ensurdecedores.

A performance dos personagens são agradáveis, subestimados, e aterrado mas com um grande equilíbrio de representatividade. A mão direita de Reyes, é uma mulher e, em geral, a separação entre os sexos aqui não existe. Quase não se nota porque tudo parece tão natural, mas é digno de louvor simplesmente porque ele faz tudo sem esforço. Depois de tantas controvérsias passadas nos anteriores, Call of Duty: Infinite Warfare consegue fazer uma história sobre as pessoas em primeiro lugar, todo o resto em segundo plano.

call-of-duty-infinite-warfare-screen-03-ps4-us-22jun16

Como sempre o multiplayer é robusto e rápido, mantendo uma consistência para o eSports necessária. A ação on-line realmente se sente mais simplificada aqui, usando seis arquétipos de caráter chamado Rigs, construído em torno de uma série de armas especiais. Os mapas são apertados e cada um tem um “ponto de combate”, locais já imaginados e colocados de maneira muito óbvia para que as equipes possam se chocar e iniciar o embate. É quase evidente que este modo será corrigido daqui a algumas semanas, mas é claramente, consistentemente e um acréscimo considerável para a série.

A estrela real no online, no entanto, é Zombies. Situado em um parque temático dos anos 80, ele mistura uma horda frenética de mortos-vivos, e desafios ridículos, além de armas nada realistas. Ele abraça seus estilo disco dos anos de 1980 com entusiasmo, e cria um pouco de risadas em meio ao caos em voz alta, donzelas indefesas, mortos-vivos e palhaços. Sua corrida agitada é combustível para o puro pesadelo. Há uma infinidade de camadas e opções neste modo para desenterrar e explorar, e para mim é o melhor coisa que Call of Duty: Infinite Warfare trouxe.

E, embora nem todo mundo tenha a versão que inclui Modern Warfare Remastered, vale a pena mencionar, porque se você tem, ele acrescenta valor incomensurável para um pacote já bem aperfeiçoado. É uma atualização impressionante tanto para o jogador único quanto para os componentes multiplayer, adicionando uma camada rica de detalhes visuais novos sem comprometer um jogo que tudo mas moldou o gênero como é hoje. Se você nunca jogou, então você está em um mimo, e se você já sabe que você vai gostar de voltar.

VEREDITO:

É claramente um COD voltado para o entretenimento, consistente e emocionante em certos casos, é realmente o mais bonito, visualmente, jogo da série até hoje. Mas recordar todas missões verdadeiramente significantes no enredo é algo que demanda concentração e um certo esforço. Não é completamente uma reinvenção completa para a série, mas Infinite Warfare faz algumas mudanças refrescantes para entregar um shooter confiante e emocionante. É um jogo que você ao jogar, vai querer compartilhar com algum amigo ou conhecido sua experiência.

Análise Torre de Vigilancia Call Of Duty Infinity Warfare

Call of Duty: Infinite Warfare foi lançado no dia  4 de novembro de 2016, para PlayStation 4, Xbox One, PC.

call-of-duty-infinite-warfare-badge-01-ps4-eu-11may16

Comentários
Compartilhar

Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore