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A Morte do Demônio: A Ascensão é sinônimo de qualidade e entrega além do que promete

Escrito por Daniel Estorari

A Morte do Demônio é uma famosa franquia de horror e comédia que nasceu em 1981, através de um projeto idealizado pelo diretor e roteirista Sam Raimi, por Bruce Campbell e pelo produtor Robert Tapert. Ao longo dos anos, a franquia tornou-se um clássico entre os fãs de terror, sendo considerada como uma das melhores sagas do gênero. 

Com continuações excelentes, incluindo uma série com três temporadas e uma nova versão lançada em 2013, A Morte do Demônio sempre se manteve no alto nível sem perder sua essência. Em outras palavras, os fãs da série nunca tiveram motivos para se preocupar, dado que cada obra sempre encontrava uma maneira de respeitar o material fonte. 

Com A Morte do Demônio: A Ascensão não é diferente, sendo a melhor adição à franquia desde Uma Noite Alucinante 3 e Ash vs Evil Dead, que entrega além do prometido de forma simples, elegante e sangrenta. 

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No filme, Beth (Lily Sullivan) vai até Los Angeles para visitar sua irmã mais velha, Ellie (Alyssa Sutherland), que mora com os três filhos em um pequeno apartamento. Com uma relação distante, essa seria a oportunidade para uma reaproximação entre as irmãs. Porém, o reencontro toma um rumo macabro quando elas encontram um livro antigo que dá vida a demônios possuidores de carne. Agora, para sobreviverem, serão forçadas a enfrentar uma versão aterrorizante da família.

Com direção do irlandês Lee Cronin (O Bosque Maldito), que também assina o roteiro, A Ascensão é um longa-metragem feito com amor, cuidado e dedicação. Desde fidelidade à mitologia criada por Sam Raimi, até homenagens visuais, Cronin entrega uma direção dinâmica, dando ao telespectador a sensação de que ele faz parte da história e que também está sendo caçado pelos Deadites (demônios), como por exemplo, acompanhar os olhares dos personagens com a câmera, dando a sensação de que os protagonistas estão interagindo com o público. 

Diferente das outras obras, A Morte do Demônio: A Ascensão desenvolve todos os personagens individualmente, dando um real propósito para toda a família, descartando a possibilidade deles serem meros NPC’s que estão ali para morrer. Cada um possui sua dor individual, seu momento e seu protagonismo, enriquecendo ainda mais a história. 

Contudo, Ellie (Alyssa Sutherland) e Beth (Lily Sullivan), a dupla de irmãs, são as que se destacam em meio à tanto protagonismo das filhas de Ellie. Enquanto Beth, é a grande ”heroína” que esconde um grande segredo de sua família, e por isso, luta para sobreviver (dado que ela descobre um propósito em sua vida), sua irmã fica com o papel de vilã… e que vilã! Percebe-se no olhar de ambas as atrizes, que elas não estavam somente se divertindo enquanto gravavam A Ascensão, como também se entregaram de corpo e alma para suas personagens, entregando atuações medonhas, empolgantes e claro, de alta qualidade. 

Bloody New 'Evil Dead Rise' Image Shows Off the Boomstick! - Bloody Disgusting

A Morte do Demônio: A Ascensão inova em trazer para a franquia, uma ambientação claustrofóbica se passando quase que inteiramente no mesmo cenário, sem enjoar. Além disso, a escolha por levar A Morte do Demônio para dentro de um prédio, abriu possibilidades para criar uma trama mais íntima e criativa, ao mesmo tempo que a ambientação é trabalhada com recursos ”escassos”.

A nova produção utiliza do humor de maneira inteligente e pontual, criando uma atmosfera tensa, mas que há momentos engraçados. Porém, tais situações não são utilizadas para quebrar o gelo como de costume, mas sim, para deixar os acontecimentos ainda mais macabros e maquiavélicos. Mais um ponto para o longa-metragem. 

Yeah, they're dead. They're all messed up." — Evil Dead Rise (2023) dir. Lee Cronin “Mommy's...

A Morte do Demônio: A Ascensão é um verdadeiro (e lindo?) banho de sangue e gore, dando uma alegria quase que infinita para os amantes de Ash e sua turma, sendo além de uma bela homenagem, mas sim, uma adição magnífica à este universo cinematográfico que tende crescer cada vez mais. 

NOTA: 5/5

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Sobre o Autor

Daniel Estorari

With great powers...

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