Serial-Nerd

1A de Gossip Girl (2021) tenta inovar, mas continua presa na energia do original (E isso é muito bom)

Escrito por Tassio Luan

De um tempo para cá, estamos sendo bombardeados com inúmeras produções ressuscitando através de reboots, remakes, soft-reboots ou qualquer termo para oficializar que determinada série e/ou filme está de volta para o público. Considero compreensível quando a reação não é muito boa por parte de quem consumiu a produção original, porém não acho um pecado a ideia de trazê-la de volta. Dá para aceitar de braços abertos quando o revival é feito com carinho e atenção, ganhando o público novo e até quem sabe o mesmo de antes. Sucesso garantido. Depois de 9 anos do desfecho de Gossip Girl, eis que o HBO Max teve a ideia de trazer a fofoqueira mais ácida de Upper East Side de volta. Será que deu certo?

A equipe criativa tentou se separar, mesmo que brevemente, da série-mãe trazendo mais diversidade no elenco e foi um ponto positivo. Só que apesar dos personagens serem novos, fica fácil captar as personalidades do grupo original através das atitudes desses colegais ao longo da primeira parte da temporada. Fica um interessante jogo de detetive para lembrar quem já fez a mesma coisa durante as seis temporadas.

Outra diferença significativa foi trazer o vício nas redes sociais como uma pauta para o ano de estreia e com isso, modernizou Gossip Girl. Estamos 100% conectados com tudo e todos, então nada mais justo que a blogueira também tivesse o seu lugar ao sol no Instagram, conhecido como a Rede da Utopia. Lá tudo é perfeito e todos vivem maravilhosamente. Só que GG retornou com o lembrete de que tudo poderia desmoronar ao simples sopro do vento e/ou também com uma pequena ajuda sua.

A revelação sobre quem era Gossip Girl aconteceu da forma mais rápida possível, ao contrário da série anterior que levou bastante tempo para o plot twist acontecer (E até hoje continua controverso). A recepção do público em saber que os professores ficariam responsáveis por todo o caos que veio a seguir foi recebida de forma mista. A ideia até pode parecer sem sentido, mas estamos falando de professores frustrados com o tratamento errático de seus alunos ricos. Era o momento da virada de conseguir o respeito mesmo que indiretamente.

Se alguns elementos vieram para diferenciar com GG original, algumas outras permaneceram como uma lembrança que ainda estávamos diante dos mesmos dramas charmosos e também irritantes da elite. A rivalidade iô-iô das irmãs Julien e Zoya era um dos plots que cansavam de jogar na nossa cara e acabavam deixando personagens interessantes de lado em prol de vermos as duas sendo amigas agora, mas depois virando rivais em poucos segundos. Tudo isso com o gomadinho Otto entre as duas.

Luna foi a personagem que mais cativou e tudo indica que a segunda parte teremos mais destaque para ela. Quem caiu no gosto do público também foi o trio Aki-Audrey-Max com toda a tensão sexual que exalava entre eles, além da excelente química entre os atores. +desse trio e -do outro trio, por favor.

O que seria da continuação sem nossa querida Kristen Bell, não é mesmo? A atriz que emprestou sua voz para as narrações retornou e continuou mostrando o motivo de GG ser tão irresistível ao divulgar suas fofocas. Referências aos personagens antigos também foram agradáveis de ver e ajudou a manter a conexão entre as duas séries.

Resumo da fofoca: O soft-reboot de Gossip Girl tentou inovar ao trazer ideias que não tinham aparecido na série original, mas não conseguiu se livrar da áurea da mesma. E isso é bom demais, pois a graça era acompanhar todos os dramas, as tretas e inúmeras coisas que apareciam a cada episódio. Xingávamos e amávamos, então era uma relação de amor e ódio com a série-mãe. Assim como está sendo com a nova versão.

Nota: 3/5

A segunda parte de Gossip Girl retorna em novembro pelo HBO Max. Até lá, xoxo!

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Sobre o Autor

Tassio Luan

Biólogo. Explorador do horror cósmico e de universos desconhecidos.