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Velvet Buzzsaw | Um filme limitado e emocionalmente desgastante

Escrito por Daniel Estorari

De 2017 à 2019, a Netflix vem produzindo cada vez mais obras originais que se expandem para todos os lados; transitando em inúmeros gêneros distintos e criando diversas narrativas emocionalmente fracas, medianas e algumas excelentes. Dessa vez, a produtora apostou em algo  mais conceitual, feito com o intuito de  levar os telespectadores para uma galeria de arte moderna sem ao menos saírem de suas casas.

Quando o primeiro trailer de Velvet Buzzsaw foi liberado, o serviço de streaming nos vendeu um terror dramaticamente eletrizante inspirando em conceitos artísticos vindo do renascimento, modernismo, pós-modernismo e entre outros. Mas, ao invés de optar em trabalhar cada gênero artístico de uma vez, o cineasta Dan Gilroy (a mente por trás de O Abutre), determina que fará uma pequena salada de frutas não muito saborosa com os estilos.

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Quando o mercado da arte colide diretamente com o mercado do comércio, artistas e investidores milionários encontram-se em um duro embate financeiro que pode sacrificar muito mais do que suas carreiras.

Contendo mais defeitos do que acertos, o filme insere o sobrenatural de maneira sutil e inteligente em sua trama medíocre, mesmo que o fator fique um pouco desgastado e de lado, ao decorrer que a produção avança. Sim, o ”extraordinário” do longa-metragem é deveras inovador, uma ideia originária das galerias de artes modernas misturada com a loucura de uma determinada maldição.

Infelizmente, a abstração genuína é trabalhada de maneira relaxada, jogando um potencial absurdo no lixo. É evidente que os idealizadores por trás do longa foram incapazes de criar uma história de horror inovadora. Falo com muita tristeza, que uma grande trama foi emocionalmente desgastada.

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Pessoalmente, sou muito fã de todos os trabalhos da carreira do Jake Gyllenhaal, já que em na minha opinião, é um dos atores mais renomados de Hollywood. No entanto, seu papel em Velvet é desgastante e chegar a ser chato em inúmeros momentos.

Em contraparte, ver um ator heterossexual dando vida à um homossexual de maneira singularmente perfeita é muito gratificante por inúmeros motivos. Um deles, é a camuflagem espontânea que um ator célebre como Jake pode ”adotar” quando um papel desse tipo é oferecido para pessoas como ele.

Já, o elenco de apoio é totalmente sem vida abaixo da expectativa. Grandes astros como Toni Collette, Rene Russo e principalmente John Malkovich deixam a desejar com suas atuações beirando ao esquecimento. Malkovich por exemplo, dá vida a uma persona fútil e que está no longa apenas para preencher buraco. 

A única personagem coadjuvante que da gosto de assisti-la em meio de tantas personalidades sem sal, é a da atriz Natalia Dyer, que da vida a Coco, uma garota que trabalha com as grandes mentes milionárias do mundo da arte e que sonha que um dia, possa chegar no mesmo nível de seus patrões.

Emocionalmente falando, as grandes tragédias do filme são sensacionais e criativas, mas deveriam criar uma atmosfera mais pesada e menos ”bonita”, pode-se dizer. Um ponto positivo, já que não chega a ser um defeito.

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Velvet Buzzsaw é composto por diálogos e takes descontinuados e sem nexo, mas isso é proposital, já que seu intuito é fazer igual as obras de artes contemporâneas e fazer uma sátira daqueles que se acham pseudo-intelectuais em determinado assunto. O que mais me entristece em Velvet, é a expectativa de níveis proporcionalmente exageradas que eu criei entorno do filme. Sem sombras de dúvidas, é uma produção que me entristeceu em inúmeros aspectos.

Obrigado, até a próxima e lembrem-se, cuidado com as obras de artes que contenham crianças ou macacos.

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Sobre o Autor

Daniel Estorari

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