Música Torre Entrevista

Torre Entrevista | Michelle Bensimon, a voz da Canário Negro

Escrito por Luiz Costa

Talvez o nome não soe tão familiar, mas com certeza sua voz já é bastante conhecida por todos os que amam quadrinhos, em especial, para os fãs da DC e da Canário Negro. Michelle Bensimon, dona de uma voz marcante e um timbre único, é a responsável por trazer para o mundo real a voz e a musicalidade de Dinah Drake Lance. Convidada pela DC para lançar um EP parte integrante da série O Som e a Fúria (Kicking and Screaming), ela voltou este ano em um segundo EP em homenagem aos 70 anos da personagem (você pode conferir as matérias aqui e aqui).

Michelle é também a vocalista da banda de indie/pop Caveboy, na estrada desde 2015, data em que lançou o primeiro EP “Caveboy“. Desde então já teve músicas incluídas em algumas séries, como “Awkward” (MTV) e “Orange Is The New Black” (Netflix). Em 2016 lançou também os singles Superbia e Color War e, na última sexta-feira, lançou o single Raconteur, e nesta segunda-feira o vídeo oficial, que você confere ao final da entrevista.

Com imensa simpatia e simplicidade, ela concedeu à Torre sua PRIMEIRA ENTREVISTA para um veículo brasileiro.


Segundo a biografia no seu site pessoal, você é uma ex-atriz teatral e já teve experiências com bandas e projetos solos. Como aconteceu essa mudança de estrada e como você se juntou ao Caveboy?

Há mais ou menos 5 anos atrás eu vivia em Toronto terminando a faculdade e estudando atuação, mas percebendo o quanto eu não queria ser uma atriz. Eu sempre amei música e cantar mas nunca realmente encontrei onde ou o que eu queria fazer a respeito até que eu voltei à minha cidade natal (Montreal, QC) para fazer um teste para a banda da Lana e Isabelle (as outras integrantes da banda CAVEBOY). Após conversarmos e tocarmos, eu nunca voltei para Toronto. Me apaixonei por estar em uma banda, escrevendo junto e o resto é história! Começamos Caveboy há mais ou menos 2 anos e meio atrás e isto se tornou a mais incrível e satisfatória experiência.

Quais suas principais influências musicais e como elas te ajudam a compor? Você gosta ou conhece algum cantor ou banda brasileira?

Desde criança, eu sempre ouvi músicas dos anos 60, 70, 80… Eu amo Fleetwood Mac, The Beatles, mas também coisas recentes como Portugal the Man, LP. Eu também amo Freddie Mercury, ele é uma das maiores influências para mim como artista. Eu acredito que escutar músicas mais antigas ajuda a manter este tipo de composição viva. Eu amo compor músicas atuais. Versos, pontes fortes, refrões fortes e tudo em torno simples mas cativante. Eu acredito que “música pop” é uma categoria mais ampla do que pensamos que quando escutamos à rádio, e isto não é algo que devemos temer como compositores indie/alternativos. Fazer música que muitas pessoas possam se apaixonar, não há nada de errado nisso nos meus manuais. Sobre cantores brasileiros, eu gostei muito do que Seu Jorge fez em ‘The Life Aquatic’! Eu adoro escutá-lo.

Em 2015 a banda lançou seu primeiro EP homônimo e depois teve músicas inclusas em várias séries de TV como no sucesso da Netflix “Orange Is The New Black”. O que mudou desde então?

Caveboy teve bastante sorte em ter nossa música em incríveis shows de TV e filmes, como Orange Is The New Black. É uma forma das pessoas ficarem curiosas sobre nossa música e a banda em si, e uma forma das pessoas associarem suas emoções e histórias conforme escutam à música. Isto realmente nos ajudou alcançar lugares no mundo que nós nunca imaginaríamos ter acesso, estes shows mais populares virou uma plataforma para que expandíssimos nossa base de fãs.

Em 2016 foram lançados dois singles (muito bons na minha humilde opinião), e outro agora em 2017. Podemos esperar por um próximo álbum ou EP nos próximos meses?

Fico muito feliz que tenha gostado da música e empolgada em compartilhar mais com vocês. Nós estamos muito, muito empolgadas por termos recentemente lançado nosso primeiro novo single ‘Raconteur‘, gravado na Irlanda em Maio. Estamos planejando um segundo single em alguns meses, e ainda mais para 2017. Eu acho que pode-se dizer que podem esperar um monte de músicas novas no próximo ano! Decidimos produzir de forma independente este set  de novas músicas, o que nos assusta um pouco pois tudo recai sobre nós – mas aceitamos o desafio.

Da direita para a esquerda: Michelle, Isabelle e Lana.

Mudando um pouco de foco, no ano de 2016 você foi contatada para gravar o primeiro álbum da Canário Negro, parte da série em quadrinhos O Som e A Fúria. Como se deu o contato para este projeto?

Joseph Donovan foi quem produziu o nosso primeiro EP e mixou algumas das músicas, e instantaneamente sentimos esta conexão musical que deu muito certo. Ele me procurou com a proposta do primeiro EP (em correspondência à estupenda série de Brenden Fletcher) e eu não pude dizer não. Ele escreveu todas as músicas, todas as 6 contando com as atuais, e nós forçamos minha voz a novos limites para assegurar que conseguiríamos o som adequado para esta maravilhosa, forte e importante personagem.

Qual foi a sensação de gravar como uma super-heroína como a Canário Negro?

Honestamente? As músicas eram realmente muito difíceis de cantar, as quais eu penso que faça com que seja mais intenso e mantenha a integridade e verdadeiro sentido da personagem. Ter que forçar minha voz e encontrar novas formas de fazer esta personagem se expressar foi desafiador mas muito recompensador.

Como foi o processo criativo?

Joseph é muito brilhante e ele verdadeiramente sabia como estas musicas soassem. Ele tinha estas influências, Siouxe and the BansheesBauhaus, e nós tivemos que jogar com minha voz para ter certeza que pegássemos todas as nuances dessas músicas e suas melodias. Nós queríamos que soassem cruas, autênticas e verdadeiras ao personagem enquanto mantivessem esta vibe oitentista.

O que você acha que tem em comum com Dinah Lance/Canário Negro, tanto a cantora quanto a vigilante?

Bem, eu acredito seguramente que nós tentamos e usamos nossas vozes como armas, com formas de expressarmos a nós mesmas, em boas e más situações. Nos voltamos para nossa voz pela força – e eu acredito que esta dualidade e o que nós compartilhamos realmente me fazem sentir conectada a ela. Ela é tão forte, durona , e precisa lutar através de situações difíceis e como uma mulher ser respeitada e vista por quem ela é. Isto é algo que eu definitivamente relaciono como uma mulher na indústria musical.

Além dela, há alguma outra personagem que você goste, mesmo que não seja da DC?

Eu adoro o Demolidor. Eu acredito que ele seja uma personagem complexa e intrigante que nunca se distancia de uma situação, ele sempre PRECISA se envolver. E claro, Mulher-Gato. Quem não ama a Mulher-Gato?

No Brasil temos uma “rixa” que é mais uma brincadeira que qualquer outra coisa, então eu preciso perguntar: Mavel ou DC?

Ah não, eu acho que não consigo responder isso! Ambas possuem suas personagens espetaculares, mas eu sou uma fã dos Batman e Superman clássicos… Acho que eu diria a DC de uns 40-50 anos atrás.

Você acha que existe a possibilidade da Caveboy vir ao Brasil proximamente ou teremos que esperar um pouco mais?

Nós adoraríamos ir ao Brasil, possivelmente vocês não precisem esperar muito tempo! Apenas diga-nos onde e quando, e nós estaremos lá.

Você pode deixar uma mensagem para os seus fãs brasileiros?

Muito obrigada por acompanhar minha voz como Canário Negro e também a Caveboy. Não posso esperar para continuar compartilhando novas músicas e enviando bastante amor a vocês.


Confira abaixo o vídeo oficial do novo single, “Raconteur” e os links para as mídias da banda Caveboy.

Caveboy no Spotify:

Facebook: Caveboy

Site: https://www.caveboymusic.com/home

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Sobre o Autor

Luiz Costa

Nerd, geek, programador, leitor ávido de quadrinhos (na verdade sou leitor ávido de qualquer coisa, até de bula de remédio), músico amador, escritor amador, piadista nível prassódia, mememan. Eu ia fazer a piada do Tony Stark de gênio, playboy, blá blá, blá... mas desisti porque ia ficar muito blasé. Prazer, esse sou eu!