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Editora Devir lança Deadly Class e novos volumes de Saga e Projeto Manhattan

Alguns lançamentos da Editora Devir estão programados para as próximas semanas e meses. Entre eles, três séries da consagrada Image Comics, marcando o início de uma nova série, a continuação de um hit comercial e a conclusão de outro material. Confira todos os detalhes abaixo!

Saga – Volume 7

Alana e Marko, dois soldados de lados opostos em uma guerra intergaláctica, se apaixonaram e esse amor proibido gerou a pequena Hazel. Eles não medem esforços para proteger a vida de sua filha recém-nascida em um perigoso universo que parece querer separá-los a qualquer custo. Agora…

A GUERRA POR PHANG”, um episódio épico e autocontido de Saga. Depois de finalmente reencontrar a sua família, Hazel viaja para um cometa devastado pela guerra, que Grinalda e Aterro disputam há séculos. Novas amizades são formadas e outras são desfeitas para sempre, neste eletrizante volume que fala sobre famílias, combate e a experiência de refugiados.

Reúne as edições #37 a #42 da revista original. A previsão de lançamento é novembro de 2018.

Saga – Volume 7 possui 152 páginas encadernadas em capa dura e formato 19 x 28 cm. O preço sugerido é R$ 72,00. Clique aqui para garantir sua edição na pré-venda.

Deadly Class: Filhos de Reagan (Volume 1)

Estamos em 1987, e o adolescente sem-teto Marcus Lopez Arguello não tem mais motivos para viver. Até a fatídica noite em que ele é abordado por uma misteriosa garota que o convida a entrar para a Escola de Artes Mortais dos Reis Soberanos, um colégio secreto e brutal para onde as principais famílias criminosas do mundo mandam a futura geração de assassinos para receber treinamento. Homicídio é uma arte, matar é um ofício e o punhal nas costas não é uma metáfora.

Junte-se à aclamada equipe criativa formada pelo roteirista RICK REMENDER (Black Science), o artista WES CRAIG (Batman) e o colorista LEE LOUGHRIDGE (Fear Agent) para conhecer o mundo clandestino dos anos 1980 através dos olhos dos adolescentes mais perigosos e problemáticos da face da Terra.

Em 2019, Deadly Class ganhará uma série live action produzida pelo canal SyFy. A produção será dos irmãos Russo (atuais responsáveis pela franquia dos Vingadores no cinema).

Deadly Class: Filhos de Reagan possui 176 páginas encadernadas em formato 17 x 26 cm. O preço de capa sugerido é R$ 65,00. Garanta sua edição na pré-venda clicando aqui.

Projeto Manhattan – Volume 6

Yuri Gagarin, o grande cosmonauta russo, embarcou na missão mais importante da sua vida: o resgate da cadela Laika… e acabou ficando à deriva no espaço depois que sua nave foi capturada por alienígenas. Gagarin acabou preso em uma estação da zona neutra espacial e seu destino está nas mãos do Mestre da Justiça Ryleth, o Martelo. Se for condenado, a sentença é morte instantânea. Mas se for absolvido, ele poderá voltar à sua missão original – que já seria bem complicada se Laika não tivesse sido transformada em uma cadela humanoide no volume anterior e se os dois não tivessem se unido ao alienígena Primor para destruir seus antigos mestres.

Este encadernado reúne The Manhattan Projects: Beyond The Stars #01 a #04. Jonathan Hickman, o roteirista, escreveu Os Vingadores, Quarteto Fantástico e Guerras Secretas para a Marvel e é o criador/roteirista de East of West e Nightly News. Este volume marca a conclusão da série!

Projeto Manhattan – Volume 6 possui 144 páginas encadernadas em capa cartão e formato 25,8 x 16,8 cm. O preço sugerido é R$ 55,00. Já está disponível nas principais livrarias do país; clique aqui para conferir!

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Os dez melhores quadrinhos da Image publicados no Brasil

A Image Comics tornou-se um símbolo de alta qualidade dos quadrinhos norte-americanos. Usufruindo de um processo que dá mais liberdade aos criadores a editora vem conquistando sua parcela do mercado, e, cada vez mais, atrai grandes nomes da indústria para trabalhar por lá. Com a qualidade, diversos prêmios vêm sendo – merecidamente – dados às suas séries.

E a evolução da Image nos EUA, tornando-se algo similar ao que a Vertigo já foi e representou com seus quadrinhos adultos, também vem aos poucos conquistando o mercado brasileiro. Apesar da pequena quantidade (se comparada ao total de material publicado lá fora), os títulos da Image publicados no Brasil nos últimos anos já entregam uma parte do que há de melhor para os leitores.

Este post especial irá apresentar algumas das melhores séries lançadas por aqui, conforme você confere abaixo!

Saga

A premiadíssima série de Brian K. Vaughan e Fiona Staples já soma 48 edições nos EUA, com oito encadernados lançados até o momento. Este épico de space opera conta a história de Alana e Marko, um casal proibido de raças inimigas, tetando sobreviver com sua filha recém-nascida, Hazel. Saga já acumula mais de 30 prêmios, divididos entre Eisner, Harvey, Hugo, Joe Shuster e British Fantasy Award. No Brasil, a editora Devir segue publicando a série em encadernados, tendo lançado até o momento cinco volumes. Saga impressiona pela magnífica criatividade dos autores, entregando uma construção de universo impecável com personagens muito cativantes e sinceros.

Cidade Selvagem

Cidade Selvagem (Fell no original) é uma série de Warren Ellis e Ben Templesmith que narra as desventuras de um detetive chamado Richard Fell, recém-transferido para a pior cidade da região: Snowtown. Lá, Richard deve lidar com os problemas locais e aplicar sua experiência como investigador. Somando características de filmes policias com uma dose de Sherlock Holmes e clima angustiante, Cidade Selvagem foi publicada entre 2005 e 2008, totalizando apenas 9 edições narradas em poucas páginas de nove quadros cada, compiladas no Brasil num encadernado de luxo da Mythos Editora. A série venceu dois Prêmios Eisner em 2006: Melhor Série Estreante e Melhor Série Continuada. Ellis também foi indicado ao prêmio na categoria Melhor Roteirista.

No momento em que esta postagem é escrita, Cidade Selvagem está com 70% de desconto no site da editora.

Eu Mato Gigantes

A emocionante história de Bárbara, uma garota excluída e sem amigos que vive imersa num mundo fictício ao melhor estilo Dungeons & Dragons, foi publicada no Brasil pela NewPOP Editora. Se perdendo em seu mundo de fantasia, tudo sobre o que Bárbara consegue conversar são: gigantes! Ela se prepara para a vinda iminente das criaturas, e convencida de que é uma matadora de gigantes, deve encarar seus problemas da vida real e superar a fantasia; pelo menos de acordo com as pessoas que vivem à sua volta. Eu Mato Gigantes é da autoria de Joe Kelly e J. M. Ken Niimura e foi publicado entre 2008 e 2009, totalizando 7 edições (apenas um encadernado). O quadrinho também ganhou um filme live-action.

Paper Girls

A magnífica série de ficção-científica criada pelo já citado Brian K. Vaughan, com arte de Cliff Chiang, chegou ao Brasil em 2017 pela editora Devir. Quatro entregadoras de jornal, no Dia das Bruxas de 1988, se veem envolvidas numa misteriosa batalha com viagens no tempo, criaturas bizarras, dinossauros e drama suburbano. Muito similar às criações de Stephen King, Stranger Things e Steven Spielberg, Paper Girls possui um elenco de protagonistas cativantes e trama que prende o leitor do início ao fim. A série já possui três encadernados lançados nos EUA, totalizando cerca de 17 edições, e segue como um dos títulos mais fortes e consistentes do catálogo da Image.

The Wicked + The Divine

The Wicked + The Divine fala sobre deuses que caminham entre os humanos. Mas nada poderia ser tão simples: os deuses também se assemelham a ícones pop da modernidade. A série foi criada por Kieron Gillen e Jamie McKelvie e recebeu diversas indicações ao Prêmio Eisner de 2014 pra cá. A narrativa segue a história de Laura, uma adolescente que tem ligações com as atividades do Panteão, um grupo de doze pessoas que descobrem ser a reencarnação dos deuses, concedendo-os fama e poderes sobrenaturais, porém matando-os em dois anos. No Brasil, The Wicked + The Divine é da editora Geektopia, selo de quadrinhos da Novo Século.

Rat Queens

Quatro garotas. Muita magia e porrada. Sexo. Politicamente incorreto e bebidas. Tudo isso resume Rat Queens, série criada por Kurtis J. Wiebe e Roc Upchurch que tornou-se um símbolo e ícone da representação feminina forte e liberdade das mulheres, fazendo sucesso entre crítica e público. Publicadas no exterior pela Shadowline, um selo da Image, as aventuras das Ratas Rainhas Hannah, Dee, Betty e Violet são cheias de sangue, poderes, monstros malvados e reviravoltas, entregando o que há de melhor em aventuras de RPG. Bem construídas e com muita personalidade, as garotas protagonizam histórias medievais-fantásticas onde vale tudo, e a representação LGBT rendeu para esta revista o respeitado GLAAD Media Award. Upchurch foi afastado da série após agredir sua ex-esposa e foi substituído por artistas tão bons quanto: Stjepan Šejić, Tess Fowler e Owen Gieni. No Brasil a Jambô Editora está lançando os encadernados, com previsão do terceiro volume para dezembro de 2017.

Projeto Manhattan

Insana série de ficção-científica criada por Jonathan Hickman e Nick Pitarra, Projeto Manhattan narra os bastidores do projeto homônimo da Segunda Guerra Mundial que reuniu algumas das mentes mais brilhantes da época para, entre outras coisas, desenvolver a bomba atômica. Entretanto, esta série (já finalizada nos EUA) mostra que tudo isso é somente uma fachada para os projetos realmente importantes – e secretos – desenvolvidos pelo grupo de cientistas. Com ideias de explodir a cabeça, Projeto Manhattan é o fino do trabalho de Jonathan Hickman, que também trabalhou para a Marvel Comics e revolucionou os títulos por onde passou. A série foi lançada no Brasil pela Devir, totalizando cinco encadernados.

Alex + Ada

A história do rapaz chamado Alex que apaixona-se por uma androide X-5 de última geração é o plot de Alex + Ada. Criada por Jonathan Luna e Sarah Vaughn, esta série dramática sobre um homem solitário e uma criação inteligente foi publicada nos EUA entre 2013 e 2015, somando três encadernados (15 revistas) e muitos elogios por parte dos leitores e críticos, rendendo comparações aos filmes Ela (2013) e Blade Runner (1982). Apesar da arte extremamente simples de Jonathan Luna, todo o desenvolvimento de roteiro e personagens é impecável, e durante sua publicação a série chegou a ser estendida para melhorar a narrativa. No Brasil, Alex + Ada é um dos lançamentos de 2017 da Geektopia.

O Legado de Júpiter

Migrando rapidamente para os super-heróis temos um título de Mark Millar e Frank Quitely que reinventa muito bem o gênero. O Legado de Júpiter mostra a vida de Chloe e Brandon, filhos dos maiores heróis do mundo. Com uma narrativa saltada entre o passar dos anos, as decisões destes personagens trazem grandes mudanças para o planeta, passando da simplicidade dos tempos antigos para as crises mais modernas. A série possui publicação irregular nos EUA e foi trazida ao Brasil pela editora Panini, e com influências de Star Wars, King Kong, mitos romanos e similaridade com Authority, tornou-se rapidamente um dos mais bem-sucedidos títulos do vasto catálogo da Image Comics. Merecidamente.

Criminosos do Sexo

Matt FractionChip Zdarsky são os responsáveis pela criação de Criminosos do Sexo, série publicada nos EUA desde 2013 protagonizada pelo casal Suzie e Jon que, após dormirem juntos, descobrem ter a capacidade de parar o tempo ao alcançar o orgasmo. A decisão do casal é óbvia e inquestionável: eles resolvem utilizar este super-poder para assaltar bancos. Vencedor do Prêmio Eisner de Melhor Série Estreante em 2014, Criminosos do Sexo é um título imprevisível e lindamente ilustrado e colorido que, além da diversão proporcionada, toca em alguns assuntos delicados. No Brasil a editora Devir publica este título em encadernados de luxo, com o terceiro volume previsto para os próximos meses.


Pode parecer muito mas boa parte dos títulos primorosos da Image Comics permanecem inéditos no Brasil. Recentemente a editora Devir anunciou a publicação de Lazarus, de Greg Rucka e Michael Lark, mas revistas como East of West, Southern Bastards, ChewVelvet permanecem de fora dos anúncios das editoras nacionais.

Em paralelo, nos últimos anos alguns títulos da Top Cow (um dos selos da Image) como O Povo da Meia-Noite, Wanted e Rising Stars foram lançados pela Mythos Editora. Wytches foi publicado pela DarkSide, enquanto a Panini lançou MPH e America’s Got Powers. Pela Devir, os encadernados Happy! e Ministério do Espaço também chegaram às livrarias. E aos poucos parece haver uma expansão deste segmento do mercado, com um possível boost previsto para os próximos anos. Estaremos na torcida!

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Projeto Manhattan | O real e o imaginário de mãos dadas

Quando você começa a ler o Projeto Manhattan, pode não reparar, pode ignorar, ou simplesmente, pode não saber que está tendo uma aula de história, ou algo perto disso.

O escritor Jonathan Hickman deita o leitor em uma rede informações reais e nos embala para relaxarmos e curtirmos toda a “licença poética” que a obra apresenta. Com personagens que realmente existiram, sendo que alguns deles nunca se encontraram em vida, o autor molda a divisão do governo americano e apresenta histórias que vão desde combate ao Nazismo, Kamikazes do Japão Feudal, inteligências artificiais, portais de teletransportesrobôs soviéticos e extraterrestres. E incrivelmente tudo acaba fazendo muito sentido.

Antes de tudo, estimado e amigo leitor vigilante, você deve saber que o Projeto Manhattan realmente existiu. O intuito do governo do presidente Franklin D. Roosevelt era que a organização, que no começo se chamava Distrito Manhattan, construísse a primeira Bomba Atômica. E isso aconteceu. O ponto que Hickman brinca muito bem é que: e se a Bomba Atômica foi só uma fachada para uma coisa maior? Seguindo essa premissa, o caldo na panela começa a engrossar.

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Em uma incrível mistura entre realidade e imaginário, Hickman, nos apresenta os Torii (aqueles arcos/portões vermelhos típicos no Japão) que são portais mágicos que podem teletransportar pessoas ou até exércitos inteiros, para qualquer lugar do planeta ou fora dele. A fonte de poder dos portais é a força mental de monges budistas. A história se encontra logo após o final da Segunda Guerra Mundial, mas constantemente somos levados a flashbacks de antes ou durante o conflito para a melhor compreensão da narrativa em si. E essas “viagens” ocorrem muitas vezes na mesma página de forma ordenada e de fácil entendimento.

O primeiro número começa quando o físico Robert Oppenheimer, um dos inventores da Bomba H, é recrutado pelo General Leslie Groves (duas figuras que existiram de verdade) para ingressar no Projeto Manhattan. Logo de cara a mistura de ficção e realidade surge, pois sabemos de um irmão gêmeo de Oppenheimer que possui tendências comunistas e hábitos estranhos (não vamos falar para não soltar spoiler). Também temos na equipe Albert Einstein que é taxado como gênio-esquisitão-beberrão, o alemão Werner Von Braun, que na vida real teve um grave problema no braço esquerdo e na HQ tem o mesmo membro mecanizado, Harry Daghlian que morreu depois de sofrer uma irradiação tornou-se uma espécie de “poeira nuclear”, Richard Feynman, Enrico Fermi, entre outros. Todos com suas peculiaridades que tiveram na vida real, e que se transformaram em características criadas pelo escritor. Um grande exemplo é a solução incrível pós-morte que ele dá para o presidente Roosevelt.

O jogo de cores brinca representando passado/presente, real/imaginário ou simplesmente comunismo/capitalismo.

A narrativa de Hickman não esconde muito os spoilers, e sempre entrega seja logo de cara ou na mesma edição alguma revelação estrondosa. O que poderia tirar atenção do leitor por já ter sido entregue de bandeja, acaba atiçando a curiosidade para continuar a leitura. E essa visão meio “malucada” é materializada com os desenhos de Nick Pitarra, que antes do Projeto Manhattan, era um artista desconhecido do grande público, mas que já tinha trabalhado com Hickman antes. A arte de Pitarra meio cartunesca, meio crua, impressiona e faz um casamento perfeito com o que a história propõe. Os devaneios de alguns personagens, como as cenas de violência (que não são poucas) e as cenas de ação (que também não são poucas) lembram em alguns momentos os traços, em devidas proporções, de Simon Bisley.

Pode esperar muita violência e sangue nas edições

Contudo, o roteiro é o ponto forte de Projeto Manhattan. Jonathan Hickman passa a sensação de que apesar de vários eventos acontecendo, há alguma coisa misteriosa ao fundo, um perigo maior para ser combatido. Algumas pontas às vezes são deixadas soltas em diversos momentos das HQ’s, mas que no futuro elas reaparecem e causam um grande estrago, ou simplesmente acabam se tornando um caminho para outra história. Por manter um mistério e envolver seus personagens tão magistralmente, o leitor fica grudado querendo saber qual o rumo vai tomar. E ao saber que aquelas pessoas realmente existiram, algumas pessoas (como eu por exemplo) acabam pesquisando pelas figuras históricas.

A obra é leitura obrigatória para quem curte quadrinhos e gosta de uma boa produção. O roteiro de Jonathan Hickman envolve, os desenhos de Nick Pitarra são bastante funcionais na história e as cores de Jordie Bellaire são a cereja do bolo. Projeto Manhattan é publicado nos EUA pela Image Comics, e aqui no Brasil é distribuído pela Devir, que lançou o quarto volume recentemente.

Dentro da proposta da HQ, o título original The Manhattan Projects (Os Projetos Manhattan) faz mais sentido devido as diversas equipes trabalhando ao mesmo tempo em diferentes projetos. Aqui no Brasil, a série foi traduzida como Projeto Manhattan.

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No site da editora você encontra todos os volumes pelo preço de R$ 49,00, no formato 17 x 26 cm, com 152 páginas coloridas em papel couchê em um acabamento em brochura e laminação brilhante. Você também pode adquirir as edições clicando no banner da Amazon logo abaixo.

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