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Mythos anuncia Zenith: Volume Dois, B.P.D.P e O Sombra

A Mythos Editora está cumprindo um rígido calendário de lançamentos em 2017, publicando sem atraso todas as obras planejadas e surpreendendo os fãs com uma verdadeira chuva de ótimos encadernados. Confira outros quadrinhos que virão nos próximos meses, dando continuidade ou iniciando novas séries publicadas pela editora.

Alguns dos futuros lançamentos foram divulgados através do ISBN da editora, onde foi possível localizar os próximos trabalhos a serem finalizados. Abaixo, veja detalhes sobre cada uma das obras.

  • Mundo Invernal

A série WinterWorld de Chuck Dixon, publicada nos EUA pela IDW, é considerada uma obra-prima do desenhista Jorge Zaffino. Uma espécie de Mad Max no gelo, o encadernado nacional da Mythos irá compilar não somente a série WinterWorld como também sua continuação, WinterSea, e WinterWorld – La Niña, que contém a arte de Butch Guice.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da IDW clique aqui.

  • O Sombra – Grandes Mestres: Howard Chaykin

A editora também é a casa nacional das publicações da Dynamite, que incluem O Sombra, Besouro Verde, Vampirella e outros personagens clássicos. No encadernado Grandes Mestres: Howard Chaykin estará a clássica minissérie do Sombra criada pelo autor trinta anos atrás (publicada no Brasil com o nome Crime e Castigo, no original Blood and Judgment) e uma história recente, chamada Meia-Noite em Moscou, que marcou o retorno de Chaykin ao personagem em décadas. Outras séries “Grandes Mestres” da Dynamite são publicadas em encadernados no Brasil, como os Grandes Mestres da Vampirella, que você pode saber mais detalhes clicando aqui.

American Flagg, famosa obra de Chaykin, também foi publicada pela Mythos em um encadernado de luxo no ano retrasado.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da Dynamite clique aqui.

O Sombra – Grandes Mestres: Howard Chaykin tem preço de capa sugerido R$ 89,90.

  • Zenith: Volume Dois

Dando sequência à obra de Grant Morrison e Steve Yeowell publicada pela 2000 AD a Mythos traz o segundo e último volume da série, contendo material inédito no Brasil, em cores. O segundo volume de Zenith, que compila as Fases Três e Quatro da série original, é continuação direta do lançamento de abril/maio, Zenith: Volume Um, como divulgado há algumas semanas.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da 2000 AD clique aqui.

Zenith: Volume Dois tem preço de capa sugerido R$ 89,90.

  • Tex Graphic Novel: Drama no Deserto

Drama no Deserto (no original, Painted Desert) é o novo volume da série Tex Graphic Novel, que você pode saber mais detalhes clicando aqui. Com roteiro de Mauro Boselli e arte de Angelo Stano, a história é a terceira edição da série, que apresenta aventuras fechadas, em cores, em cada um de seus volumes. Há também um quarto volume, publicado recentemente na Itália, chamado Sfida del Montana, com roteiros de Gianfranco Manfredi e arte de Giulio de Vita.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da série Tex Graphic Novel clique aqui.

  • B.P.D.P: Inferno na Terra – Vol. 1: Abominável Mundo Novo

O mais novo encadernado do universo Hellboy, publicado originalmente pela Dark Horse, será B.P.D.P: Inferno na Terra, a famosa série Hell on Earth no original. Nos EUA Hell on Earth possui mais de 140 edições mensais lançadas até o momento, totalizando 15 encadernados. O épico que começou na primeira revista do Hellboy é concluído com o Bureau de Pesquisas e Defesa Paranormal, sendo “Novo Mundo” o primeiro arco da saga, englobando as edições #1 a #5 da revista original.

A editora publica histórias do B.P.D.P em encadernados há alguns anos, sendo os mais recentes B.P.D.P Origens: 1946-1947 e Hellboy e o B.P.D.P: 1952.

Para conferir o catálogo da Mythos com as publicações da Dark Horse clique aqui.

B.P.D.P: Inferno na Terra – Vol 1: Abominável Mundo Novo tem preço de capa sugerido R$ 72,90.

Os últimos lançamentos, Zenith: Volume Um, Vampirella: Grandes Mestres (Grant Morrison & Mark Millar) e Rei Conan: A Fênix na Espada/O Deus da Meia-Noite já estão disponíveis na Amazon, todos com mais de 20% de desconto.

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Quer começar a ler Tex? Conheça a série Tex Platinum!

Tex Willer, personagem criado em 1948 por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini, é publicado no Brasil de forma ininterrupta desde os anos 70. Passando por várias editoras ao longo dos anos e contando mensalmente com diversas revistas publicadas em banca, um leitor novato pode se sentir perdido, sem saber exatamente por onde começar. Sanando este problema surgiu a série Tex Platinum da Mythos Editora!

Tex é um fenômeno italiano que se estendeu para o mundo todo. Um dos personagens de westerns mais longevos da história dos quadrinhos, sua longevidade remete não somente à sua fama como também aos infinitos nomes que escreveram ou ilustraram as milhares de aventuras do ranger texano. Entre muitas revistas (Tex, Tex Coleção, Tex em Cores, Tex Ouro, Tex Edição Histórica, etc.) lançadas no Brasil, sendo que algumas já passam ou alcançam o número 500, a cronologia é bem espalhada porém facilmente compreensível. Enquanto muitas séries já estão esgotadas, outras surgem republicando histórias com nova numeração e novo acabamento gráfico, podendo fisgar novatos neste universo tão rico. O caso mais recente é a já citada série Tex Platinum, que republica as famosas edições de Tex Anual.

Para explicar detalhadamente do que se trata Tex Platinum, vamos começar do início. Sim, a chamada “cronologia” do Tex é muito simples, porém existem alguns elementos-chave no decorrer da vida do herói que são minimamente necessários para aproveitar suas histórias. Nascido no Texas, criado num rancho e treinado na arte do tiro por um velho amigo da família chamado Gunny Bill, seu pai foi assassinado por bandidos mexicanos que roubaram o gado. Em busca de vingança, Tex vai atrás dos assassinos e faz justiça com as próprias mãos. Ao separar-se de seu irmão Sam, a quem deixou a fazenda e o rebanho, Tex passa por alguns trabalhos envolvendo rodeios e descobre que Sam também fora assassinado por bandidos. Mais uma vez o herói faz justiça com as próprias mãos e passa a ser perseguido como um fora-da-lei.

A vida de Tex a partir daí é cheia de reviravoltas. A série começa quando o personagem já é um fora-da-lei que vaga com seu cavalo, e passando por diversas aventuras, envolvendo-se com bandidos, índios e xerifes, dado momento ele consegue limpar seu nome e conhece Kit Carson, que viria a se tornar seu melhor amigo, um ranger que serve a justiça. Torna-se um ranger e acaba por se casar com Lilyth, filha do chefe dos índios navajos. Com ela Tex vive os melhores momentos de sua vida, tendo um filho e conhecendo neste período outro grande amigo da aldeia, Jack Tigre. Um dia a varíola levada ao vilarejo por bandidos tira a vida de sua esposa e deixa somente seu filho, Kit Willer (batizado em homenagem a seu padrinho e melhor amigo de seu pai), vivo. Tex entrega-se à vida de ranger, após buscar justiça pela morte de sua esposa, e passa a fazer trabalhos por todo o país, resolvendo os mais variados problemas.

Toda a história contada nos parágrafos anteriores é o básico sobre a vida do personagem. Entendendo as origens é possível aproveitar qualquer história do ranger sem muita dificuldade, com exceção obviamente das continuações diretas de histórias mais antigas. É possível ir até a banca e comprar um número aleatório de Tex ou Tex Coleção e pelo menos a maior parte da história será compreensível. Mas se o problema é com a numeração ou a sensação de acompanhar algo desde o início, a revista que dá nome a este artigo se encaixa neste quesito.

Na Itália são publicadas edições anuais, com mais páginas que o normal, chamadas Maxi Tex. No Brasil essas revistas especiais começaram a ser publicadas em 1999 pela Mythos Editora em uma série apelidada de Tex Anual, sendo que esta revista ainda sai até hoje, com a edição 18 publicada em dezembro de 2016. Como os primeiros números de Tex Anual são muito difíceis de se encontrar atualmente a editora deu início também em 2016 à republicação desta série, com novo acabamento gráfico, na coleção bimestral Tex Platinum.

Mas qual seria a diferença de Tex Platinum para as revistas normais como Tex Coleção? A principal é o fato destes volumes compilarem aventuras completas, sem continuações e praticamente isoladas do senso de cronologia. Com a possibilidade de acompanhar uma revista desde o primeiro número, as histórias apresentadas são 100% compreensíveis para o leitor que conhece somente o básico explicado acima, isoladas até mesmo entre as próprias revistas da mesma coleção.

Além disso, alguns clássicos estão presentes nessas edições. Os dois primeiros volumes de Tex Platinum compilam as aventuras “O Caçador de Fósseis” e “O Ouro dos Confederados“, ambas da dupla Antonio Segura (roteiro) e José Ortiz (arte), mestres das histórias em quadrinhos. Essas duas histórias específicas são tidas como algumas das melhores do personagem até hoje, rivalizando com outros clássicos. As edições seguintes apresentam outras grandes histórias, criadas por autores de primeiríssima qualidade, que entregam ótimas aventuras fechadas.

Até o momento foram publicadas sete edições desta série, todas facilmente encontradas na loja online do site da Mythos Editora. O lançamento mais recente, a sétima edição, chegou às bancas em abril de 2017 e entrega outra história fechada da dupla Segura & Ortiz, uma ótima aventura chamada “O Trem Blindado“, equivalente ao número oito da série Maxi Tex italiana.

Pode parecer complicado, mas não é. Tex e as outras séries da Sergio Bonelli Editore são bons quadrinhos, com temas variados e histórias de uma qualidade quase sempre acima da média, seja no roteiro ou na arte. A longa vida de Tex Willer nas bancas brasileiras é a prova de que seu público é fiel e pode estar se renovando graças a novos lançamentos e revistas que começam com nova numeração, chamando a atenção de novatos. Tex Platinum foi a empreitada mais recente neste quesito, um tiro certeiro para que a vida do ranger prossiga em terras tupiniquins.

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Quadrinhos

Mythos lança novo volume de Vampirella: Grandes Mestres

Dando continuidade à série iniciada em 2015, a Mythos Editora segue com suas publicações da Vampirella, clássica personagem criada por Forrest J. Ackerman. Com previsão de lançamento para o final do mês de abril, o segundo volume de Vampirella: Grandes Mestres já está em pré-venda.

Aqui você vai encontrar a temporada completa de Grant Morrison e Mark Millar, considerada uma das melhores de toda a história da personagem! Vampirella volta do túmulo com uma determinação sem igual de acabar com vampiros. Usando de uma criatividade sem limites para explorar as fraquezas dos predadores da noite, e sem ser afetada por nenhuma delas, Vampi é uma verdadeira máquina de extermínio. Só que existe uma máfia vampiresca e o sinistro Von Kreitz em seu caminho… e uma irmandade de caçadoras quer recrutá-la para enfrentar a ameaça do Antivaticano!

Os roteiros de Morrison e Millar criam vida através da arte de Amanda Conner e Jimmy Palmiotti. Este volume compila os clássicos: “Mal Ascendente” e “Guerra Santa”, dois arcos de história que apresentaram uma Vampirella mais durona e implacável, perigosamente obcecada em varrer os vampiros da face da terra, e as histórias “Jogo Sangrento”, de Grant Morrison e “Um Dia Frio no Inferno”, de Mark Millar, onde eles mostram seus talentos individuais.

Vampirella: Grandes Mestres – Grant Morrison & Mark Millar possui 180 páginas encadernadas em capa dura, formato 17 x 26 cm e preço de capa sugerido de R$ 69,90. Já disponível em pré-venda no site da editora e na Amazon.

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Quadrinhos

Alan Moore | D.R. & Quinch e Skizz serão relançados no Brasil

Duas séries de Alan Moore em início de carreira, publicadas na revista semanal britânica 2000 AD, verão a luz do dia do mercado brasileiro de quadrinhos mais uma vez. Skizz e D.R. & Quinch retornarão em uma edição de luxo pela Mythos Editora. Confira os detalhes abaixo.

O encadernado será chamado de Choques Alienígenas, fazendo referência ao lançamento do ano passado, os Choques Futuristas. Todas as histórias são em preto e branco, e a compilação terá uma média de 200 páginas, com previsão de lançamento para julho.

D. R. & Quinch é uma famosa série escrita por Alan Moore, contendo a arte de Alan Davis, com aventuras focadas em dois delinquentes alienígenas. A saga estreou na prog 317 da 2000 AD, e conta com sete arcos publicados entre 1983 e 1987, tendo sido muito bem recebida graças ao seu humor anárquico, destoando de outros trabalhos do roteirista na época.

Além desta, Skizz, a “versão adulta do E.T. de Steven Spielberg”, série co-criada por Moore e Jim Baikie, estará na mesma edição de luxo, finalizando as republicações de séries do autor. Ambas estas obras já foram lançadas por aqui no início dos anos 2000 de forma ilegal. Skizz possui três arcos escritos por Alan, tendo estreado na prog 308 da 2000 AD.

Ao lançar as duas séries, quase tudo que contém o nome Alan Moore na 2000 AD terá sido publicado em edições definitivas oficiais no Brasil. O lançamento mais recente da editora é o encadernado Monstro, uma história de terror criada por Alan Moore e escrita por John Wagner, publicada nas páginas da revista Scream! britânica. Fique ligado na Torre de Vigilância para acompanhar as novidades da 2000 AD no Brasil!

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Quadrinhos

Confira a capa nacional de Zenith, de Grant Morrison

Como foi noticiado há uma semana, a Mythos Editora estará republicando Zenith, obra de Grant Morrison e Steve Yeowell, previsto para ser lançado em maio de 2017. Agora, foram divulgadas as informações técnicas sobre o primeiro volume, incluindo a sinopse e sua capa. Confira abaixo.

Zenith – Volume 1
– Edição de luxo em capa dura
212 páginas em preto e branco
– Formato álbum (18,7 x 25,9 cm)
– Desaconselhável para menores de 13 anos
– Distribuição setorizada e venda permanente na loja virtual da Mythos
– Preço sugerido: R$ 74,90

Roteiro: Grant Morrison
Arte: Steve Yeowell

Sinopse: CONHEÇA O MIRACLEMAN DE GRANT MORRISON! Zenith, um popstar egoísta e escroto, é o único herói em atividade depois da morte dos combatentes da segunda guerra e da dissolução da superequipe Nuvem 9, dos anos 1960. Infelizmente para o mundo, deuses sombrios de outra dimensão querem tomar o planeta… e somente Zenith, com um punhado de heróis aposentados da geração paz e amor, têm condições de derrotá-los! E não é só isso: o geneticista responsável pela criação dos superbritânicos e um milionário megalomaníaco se aliam num plano nefasto. Zenith vai precisar impedir a destruição de Londres e, ao mesmo tempo, confrontar seu passado! Tudo pela cabeça brilhante de GRANT MORRISON!

Clique aqui para ler o preview do encadernado.

Serão lançados dois volumes compilando as quatro fases originais. No exterior foram quatro volumes com cerca de 100 páginas cada, enquanto aqui o número foi reduzido para dois volumes, com cerca de 200 páginas cada e tradução de Érico Assis, responsável pela adaptação de outras obras de Morrison como Os Invisíveis, Patrulha do Destino e Superdeuses.

Fique ligado na Torre de Vigilância para acompanhar as novidades!

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Amazing Adventures

Guia de Leitura #15 | Juiz Dredd

Criado por John Wagner e Carlos Ezquerra no ano de 1977, o Juiz Dredd é o personagem mais famoso dos quadrinhos britânicos, publicado ininterruptamente na revista semanal  inglesa 2000 AD. Desde 2013 o Bom Juiz encontrou uma casa no Brasil através da Mythos Editora, inicialmente com uma revista mensal e atualmente em encadernados capa dura e capa cartão. Este Guia tem como objetivo introduzir o personagem a novos leitores e estabelecer uma ordem correta de leitura para seus encadernados, contendo todas as informações básicas e intermediárias para um iniciante.

Confira abaixo o Guia sobre Juiz Dredd mais completo do Brasil!

Introdução ao universo

Em abril de 2031, foi aprovado o novo Sistema Judiciário dos EUA, com uma nova força policial que detinha o poder de prender, julgar e executar. O objetivo desse novo sistema de justiça era combater as gangues que assolavam a vasta conturbação metropolitana que se estendia de Washington até Nova York, e que futuramente se tornaria a maior cidade do mundo, Mega-City UmJoseph Dredd e seu irmão, Rico Dredd, foram clonados do DNA do Juiz-Chefe Fargo, o primeiro Juiz-Chefe do mundo, em 2066.

No ano de 2070, o então presidente Robert L. Booth deu início à Terceira Guerra Mundial, que destruiu a maior parte do mundo. Algumas megalópoles sobreviveram, entre elas Mega-City Um, Mega-City Dois, Texas City, Brit City e poucas outras. Todo o restante do planeta tornou-se um grande deserto nuclear chamado Terra Maldita, e os resquícios da Guerra se estendem desde o surgimento de mutantes, vivendo neste deserto e alterados geneticamente graças a radiação – ou até mesmo pessoas com poderes psíquicos habitando as cidades – até a colonização do espaço por cidadãos que foram embora da Terra. O então presidente Booth foi julgado pelos Juízes de Fargo, sentenciado a criogenia, e os Juízes assumiram o poder da cidade, com o objetivo de conter os danos da Guerra, que incluíam o caos generalizado nas ruas, pânico, milhões de feridos e a necessidade de reconstrução de tantas vidas.

Mega-City Um: a população e os Juízes

A primeira aventura do Juiz Dredd publicada, ainda em 1977, se passa em 2099. Neste ano, os Juízes já estão estabelecidos como o principal poder das megacidades, e Dredd é o Juiz mais respeitado de todos. Mega-City Um possui uma população de 800 milhões de habitantes, sendo uma cidade futurista avançada tecnologicamente, onde as pessoas vivem em gigantescos blocos-condomínios, prédios onde muitos cidadãos nascem e morrem sem mesmo conhecer o mundo do lado de fora. Os números são impressionantes: há 87% de desemprego na cidade, e boa parte do trabalho é feita por robôs, sendo as pessoas desempregadas mantidas com um apoio mínimo do Estado. E do desemprego, nasce o crime. Todo cidadão é um criminoso potencial.

Os juízes passam por um rigoroso treinamento de 15 anos na Academia da Lei. As cidades possuem divisões muito exóticas, indo de áreas sexuais até becos suburbanos, passando por condos temáticos e espaços tecnológicos. Há todo tipo de coisa em Mega-City, e até mesmo alienígenas e seres dimensionais já existem no planeta Terra. Todos são rigorosamente patrulhados pelos juízes. A população da cidade variou com o passar dos anos: de 800 milhões de habitantes em Mega-City Um para 400 milhões durante a saga A Guerra do Apocalipse (publicada no Brasil pela Mythos Editora), onde a contraparte soviética de Mega-Leste Um deu início a uma guerra contra a cidade, e o Juiz Dredd impediu danos ainda mais catastróficos, tomando decisões cruciais para a sobrevivência. E os números flutuam com o passar dos anos conforme novos desastres ocorrem, como NecrópolisGuerra Total, Dia do Caos (os dois últimos publicados pela Mythos), etc. Algo interessante a se ressaltar é que a medicina já evoluiu a ponto das pessoas conseguirem viver muito mais que o normal, e Dredd aparenta ter cerca de 50 anos graças ao uso de drogas de rejuvenescimento utilizadas pelo Departamento de Justiça. Contudo, os anos correm em tempo real neste universo. Atualmente, já passaram dos anos 2140.

Inimigos, equipamentos, coadjuvantes e gírias

Dredd possui uma galeria de vilões pequena, especialmente se comparada a dos heróis dos quadrinhos americanos. O motivo é simples: existem duas opções para quem enfrenta os juízes, a morte ou a prisão. Entre os vilões recorrentes alguns se sobressaem, como os Juízes Negros (seres de uma dimensão onde a vida é um crime), o Máquina Malvada (homem lobotomizado por sua família de mutantes, transformado numa máquina de matar), Stan Lee (um lutador de Kung Fu), Chopper (um pichador) e meia dúzia de malfeitores. Entre os itens que Dredd utiliza para julgar os criminosos estão seus equipamentos, destacando-se sua arma, a Legisladora (que dispara cerca de oito tiros diferentes) e as motos Magistradas. Seu capacete possui uma gama de acessórios que vão desde zoom ótico até máscaras de gás e microfones. E o Juiz Dredd nunca mostrou seu rosto, sendo pura e simplesmente um avatar da justiça.

O elenco de apoio das histórias do Dredd varia bastante com o passar dos anos, e alguns até mesmo ganharam suas próprias séries, como a Juíza Anderson. Além dela, existem personagens incríveis como o Juiz Giant, a Juíza Hershey, Guthrie, América e outros. Neste universo também destacam-se as gírias utilizadas pelos personagens, como “Drokk“, uma espécie de profanação, e “Stomm“, que tem significado parecido. “Dreus” é o equivalente a Deus (no original, “Grud“); o dinheiro é chamado de “Creds“, os criminosos de “Vagais“, os mutantes de “Mutunas“, os corpos de “Presuntos“. E caso queira conhecer um pouco mais do background da criação do personagem, confira este texto.

Ordem de leitura

Confira abaixo a ordem de leitura cronológica dos encadernados e especiais publicados oficialmente no Brasil pela Mythos Editora até o momento. Boa parte das sagas essenciais do personagem, como A Terra Maldita e O Juiz Criança permanecem inéditas no Brasil, porém boa parte dos acontecimentos são situados aos leitores com os textos presentes nas compilações. Não é tão difícil quanto aparenta. A ordem não é exata, pois algumas edições possuem histórias de outros momentos da cronologia, porém o mais sensato a se fazer é ler na sequência abaixo. Outros materiais foram lançados, por outras editoras, porém não são facilmente encontráveis, então foram limados desta lista. Sem mais delongas:

Juiz Dredd: Guerra Total

Outros selos

Dredd já teve histórias publicadas por editoras americanas como IDW, Dark Horse e DC Comics. A IDW licenciou o personagem (e outros da 2000 AD, como o Renegado) em 2013 e vem produzindo material para os americanos desde então, sendo que um deles chegou às bancas brasileiras em 2015 e outro em 2020. Pela Dark Horse, os crossovers com o Predador e com Aliens foram os dois lançamentos, que também receberam duas edições de luxo brasileiras lançadas pela Mythos. E na DC Comics, o personagem já se encontrou com o Batman (em quatro histórias) e com o Lobo. No Reino Unido, o Juiz já teve histórias lançadas em revistas de música, compiladas no encadernado Heavy Metal onde boa parte são ilustradas por Simon Bisley, e também não fazem parte da cronologia oficial da 2000 AD.

Curiosidades

O Juiz Dredd inspirou alguns personagens da cultura pop, como o RoboCop. Um dos concept arts do RoboCop, feito em 1987, possuía uma enorme semelhança com o Juiz, especialmente por conta do capacete;

O personagem teve dois filmes live-action, um em 1995 protagonizado por Sylvester Stallone, e outro (mais fiel) em 2012, onde Karl Urban deu vida ao Dredd. Entre as produções feitas por fãs estão o curta Judge Minty e a série Cursed Edge. Nas animações, foi produzida uma série fan film animada chamada Judge Dredd Superfiend. A Rebellion/2000 AD anunciou há alguns anos que uma série de TV de Mega-City Um está em desenvolvimento.

Com relação aos quadrinhos, diversos gigantes da indústria escreveram ou ilustraram histórias do Dredd. Garth Ennis, Grant Morrison, Mark Millar, Frank QuitelyAlan Grant, Brian Bolland, Simon Bisley, Liam Sharp, Frazer Irving e muitos outros já passaram pelas páginas do Juiz.

A banda de heavy metal Anthrax possui uma música dedicada ao Juiz, chamada “I Am The Law“.

Nos games, existem pelo menos três jogos famosos: Judge Dredd vs Death (PS2), Dredd vs. Zombies (mobile) e Judge Dredd: Countdown Sec 106 (mobile). Nos board games, o Juiz tem alguns jogos de cartas e outros de miniaturas (com tabuleiro).

E aí? Ficou interessado em acompanhar as histórias do Juiz mais durão de Mega-City Um? Compre os encadernados através da Amazon e Loja Mythos, e fique ligado pois os lançamentos não param por aí e, conforme as novidades chegarem, este Guia irá acompanhá-las. Boa leitura, vagal.

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Juiz Dredd | A introdução de Origens

O Juiz Dredd vem sendo publicado no Brasil através de uma série de encadernados. É uma prática comum a presença de textos introdutórios ou extras, feitos para melhorar a experiência do leitor, nos quadrinhos em capa dura lançados por aqui e no exterior. Os compilados da Mythos Editora, casa nacional do personagem, não fogem desta prática.

Porém, muitas vezes a falta de espaço (ou páginas) impede que alguns materiais extras componham os quadrinhos, como é o caso do texto de introdução que não esteve presente no encadernado Juiz Dredd: Origens, de 2013. Apesar desse empecilho, você pode conferir este texto – que também serve como uma introdução ao universo do Dredd – com exclusividade abaixo! As imagens não ilustravam o texto original, cedido pelo tradutor e editor-assistente Pedro Bouça.

“Quando foi criado, em 1977, ninguém imaginava que o Juiz Dredd duraria muito tempo. Naquela época, os quadrinhos tradicionais britânicos enfrentavam uma profunda crise, que praticamente os destruiria. Dredd, porém, era um sobrevivente e tanto a série quanto a revista em que é publicada, a famosa 2000 AD, existem até hoje.

No entanto, isto significa que nos seus primeiros anos a série não se deu ao trabalho de estabelecer detalhadamente o personagem e o seu universo. O Juiz Dredd era um superpolicial com autoridade de juiz, júri e executor, impondo a lei em uma gigantesca metrópole futurista que era por sua vez cercada por um meio ambiente desolado, a Terra Maldita, consequência de um confronto nuclear que muitos viam como inevitável naqueles tempos de Guerra Fria. Mas pouco mais foi estabelecido e quando os autores (tanto o criador do personagem John Wagner quanto o editor – e principal escritor da série nos seus primórdios – Pat Mills) se referiam ao passado era geralmente de forma vaga e inconsistente. Um quebra-cabeça em que muitas peças faltavam e as poucas que existiam não se encaixavam muito bem.

Trinta anos depois, John Wagner decidiu botar ordem na história do seu personagem e finalmente detalhar o passado de Dredd e seu mundo, juntando os elementos apresentados anteriormente para criar uma história consistente. Ao seu lado estava o outro criador da série, o desenhista Carlos Ezquerra, para quem o passar dos anos apenas refinou o talento e a disciplina de trabalho. Nesse ponto, pode se dizer que foi um mérito que esta história tenha levado 30 anos para ser contada, já que a dupla Wagner/Ezquerra de 2007 é bem mais talentosa do que era em 1977.

Outro fator importante diz respeito à situação política em 2007. Ao criar o “último presidente americano” Robert L. Booth em 1978 e responsabilizá-lo pela guerra atômica que devastou o mundo de Dredd, Pat Mills parecia apenas demonstrar o seu lado iconoclasta. O presidente americano na altura, Jimmy Carter, era (e é) um conhecido pacifista e os seus equivalentes soviéticos pareciam muito mais propensos a iniciar um conflito nuclear. Em 2007, porém, o então presidente americano George W. Bush era um modelo muito melhor para a mistura de corrupção, beligerância e incompetência que caracteriza Booth nesta história. Claramente Mills estava à frente do seu tempo…

Mas Origens não se limita apenas a contar o passado do personagem. Nela Wagner lança também as bases de boa parte das tramas futuras da série, cujas ramificações são visíveis nas histórias publicadas até hoje em dia no Reino Unido. Por isso ela foi escolhida para iniciar o que esperamos que seja uma duradoura história de publicação do Juiz Dredd no Brasil.

E é essa a história que a Mythos Editora tem a honra de apresentar ao público brasileiro. Esperamos que vocês gostem e não deixem de acompanhar a revista mensal do personagem, que estará em breve em uma banca perto de vocês. Boa leitura!

E aí? Se você não estava certo de que este material é excelente, foi convencido agora? Juiz Dredd: Origens chegou às livrarias em 2013, contendo 196 páginas em capa dura, e foi o primeiro encadernado do Bom Juiz lançado pela Mythos, marcando o início de uma duradoura série de publicações que continuam a proporcionar experiências de leitura fascinantes aos seus fãs. E que siga dessa forma até o fim dos tempos, trazendo a Lei para os Sem-Lei.

Caso você tenha se interessado, acompanhe os encadernados do Juiz Dredd, com histórias clássicas e modernas, comprando através da Amazon:

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Juiz Dredd Apresenta | Missionário: Lua de Sangue

O Missionário habita a Terra Maldita, uma vastidão radioativa que engloba a maior parte do que já foram os Estados Unidos. Série spin-off do Juiz Dredd, Lua de Sangue é o primeiro lançamento da Mythos Editora que está correlacionado com o universo do Bom Juiz, entregando muita ação e histórias curtas, porém extremamente divertidas.

Missionário (Missionary Man, no original) surgiu em 1993 na revista inglesa Judge Dredd Megazine. Criada por Gordon Rennie e Frank Quitely, a série narra as aventuras do Pastor Cain, um homem enigmático e durão que traz a ordem e a palavra de Deus para a terra sem lei dominada pelos mutantes e criaturas perversas. Vagueando por estes territórios sem crença, como uma personificação física do anjo da morte, Cain pune os ímpios e perdoa-lhes, pois não sabem o que fazem, proporcionando o descanso eterno para suas almas.

Com uma premissa simples, as aventuras do Missionário são tão simples quanto aparentam, e a simplicidade as torna extremamente proveitosas. Ao unir elementos de western com ficção-científica, o quadrinho cria um apego instantâneo para os leitores ávidos de Dredd, e funciona bem como stand alone, podendo ser consumido por leitores casuais.

As histórias são curtas, formato típico das publicações britânicas da 2000 AD, onde em poucas páginas os autores demonstram um poder de síntese absurdo. Gordon Rennie teve em Missionary Man a sua estreia escrevendo uma série longeva, e apesar do pouco reconhecimento entre os leitores brasileiros, Rennie veio a se tornar um dos nomes mais respeitáveis e sinônimo de boas histórias dentro da revista. Este início da série do Pastor Cain (que durou quase dez anos de publicação, e foi escrita por Rennie até o fim) já demonstra o bom nível do texto do autor, que entrega sequências de ação com versículos bíblicos extremamente divertidas, casando sempre com o contexto em que as cenas estão inseridas.

Não bastasse o carisma de “personagem durão” do Pastor Cain, alguns dos coadjuvantes também recebem destaque. É o caso de Joe, parceiro mutante do Missionário, condenado à forca por ser feio, e salvo pelo enigmático protagonista. Joe (coincidentemente, o mesmo nome do Juiz Dredd) funciona como uma ponte mais humana para o leitor, sendo o personagem que faz as perguntas ao quase divino (que ironia) e inflexível guerreiro que o auxiliou. E desde as primeiras páginas, o passado de Cain é um mistério que cria uma aura de incerteza ao redor dele, tornando a leitura ainda mais prazerosa.

O time de artistas reunidos nesta compilação encadernada também é de ponta. Frank Quitely, o grande destaque, estava em início de carreira na época em que a série começou a ser publicada, e seu belíssimo traço já era reconhecível como uma marca, sinônimo de qualidade artística em todos os trabalhos posteriores feitos por ele. Para a época em que este quadrinho saiu, a perspectiva de Quitely foi um sopro de ar fresco aos britânicos, visto que todos possuíam um estilo parecido. Todas as aventuras ilustradas por ele estão neste encadernado, e outros dois ilustradores, Garry Marshall e Sean Longcroft, completam o time e entregam belos desenhos em alguns dos sermões do Missionário.

Os problemas com os quais o herói desta série deve lidar são tão bizarros quanto quaisquer outros deste universo. Alienígenas, criaturas selvagens, mutantes, humanos perversos e até mesmo aparições fantasmagóricas são alguns dos que se opõem à palavra do Senhor. Entre estes inimigos, encaixam-se referências diretas ao (mais uma vez) universo dos Juízes, com citações a Texas City, aos acontecimentos de sagas anteriores e a participação ativa dos Gila-Munja, criaturas assassinas e mutantes que se assemelham a animais selvagens, mortais e extremamente violentos.

O encadernado compila seis arcos de Missionary Man, que ao todo possui vinte e quatro aventuras, tendo sido publicado até o ano de 2002. Entre os artistas que assumiram a série após a saída de Quitely estão grandes nomes dos quadrinhos, tais como Simon Davis, Henry Flint e Jesus Redondo.

A pregação do Missionário entrega o que há de melhor nos gibis da 2000 AD: ação, cenas memoráveis, boa ficção-científica, personagens carismáticos e artistas de primeiro escalão. Apesar do lançamento inesperado por parte da Mythos Editora, é importante lembrar que não existem outras compilações da série publicadas no exterior, e caso lancem uma sequência (que com certeza depende do sucesso deste volume), serão materiais exclusivos do mercado brasileiro. E esperamos que estas sequências apareçam por aqui, para que haja alguma chance de redenção para nós pecadores.

Juiz Dredd Apresenta: Missionário – Lua de Sangue é um encadernado de 108 páginas coloridas em formato 18,7 cm x 25,9 cm, contendo lombada quadrada, capa dura e preço de capa sugerido de R$ 59,90.

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Mythos Editora republicará Zenith, de Grant Morrison

Série de Grant Morrison em início de carreira, publicada na revista semanal britânica 2000 AD, Zenith retornará ao Brasil em edições de luxo publicadas pela Mythos Editora. Confira os detalhes abaixo.

Além de Zenith a editora também lançará outra edição da série Vampirella: Grandes Mestres. Este é o segundo volume da coleção.

Esta série, que teve início na prog 536 da 2000 AD (em agosto de 1987), com arte de Steve Yeowell e designs originais de Brendan McCarthy, já era uma amostra dos roteiros megalomaníacos de Morrison que iriam se estender para suas outras histórias no futuro. Nela, Zenith é o personagem principal, e o único descendente de uma geração de superseres desenvolvidos pelo governo britânico após/durante a 2ª Guerra Mundial.

Ao invés de utilizar seus poderes (voar, resistência, força) para o bem da sociedade, o protagonista usa o título de único super-herói em atividade para seguir carreira como pop star, até que se encontra envolvido em um confronto contra um ser de outra dimensão, que toma posse do corpo de um meta-humano nazista revivido por cientistas loucos para servir como receptáculo.

Capa da edição 536 da 2000 AD, onde Zenith fez sua estreia.
Capa da edição 536 da 2000 AD, onde Zenith fez sua estreia.

Muitos consideram esta obra como a “Crise nas Infinitas Terras” dos quadrinhos ingleses. A série já foi publicada no Brasil no início dos anos 2000 pela extinta Pandora Books. Agora, pela Mythos Editora, serão lançados dois volumes compilando as quatro fases originais. No exterior foram quatro volumes com cerca de 100 páginas cada, enquanto aqui o número foi reduzido para dois volumes, com cerca de 200 páginas cada e tradução de Érico Assis, responsável pela adaptação de outras obras de Morrison como Os Invisíveis, Patrulha do Destino e Superdeuses.

Zenith: Fase Um e Fase Dois. Capas dos encadernados britânicos.
Zenith: Fase Um e Fase Dois. Capas dos encadernados britânicos.

Os próximos lançamentos da editora serão Juiz Dredd: Heavy Metal, que conta com arte de Simon Bisley e outros grandes ilustradores, e Monstro, de Alan Moore e John Wagner. Ainda não há previsão de lançamento para as edições de luxo de Zenith, porém a obra deve chegar às livrarias ainda em 2017. Fique ligado na Torre de Vigilância para acompanhar as novidades!

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Tex Graphic Novel: conheça a linha autoral de Tex

Tex Willer é o personagem mais famoso dos quadrinhos italianos, e um dos personagens mais famosos e longevos do mundo. Publicado ininterruptamente pela Sergio Bonelli Editore desde 1948, o ranger sempre foi sucesso de vendas por onde passa, tendo sido superado por algum tempo na Itália apenas pela série Dylan Dog. Nos seus mais de 60 anos de história, o herói western já teve muitas revistas e séries diferentes, porém nenhuma tão inventiva e desatada de amarras cronológicas como a série Tex Graphic Novel.

Criado por Gian Luigi Bonelli e Aurelio Gallepini, Tex é um marco dos quadrinhos europeus. Por muito tempo o personagem ficou atado às amarras cronológicas e dos mesmos moldes de publicação, até que em 2015 foi lançada na Itália a história “O Herói e A Lenda” (L’eroe e La Leggenda), dando início a uma série de graphic novels apelidadas de “Tex D’autore“, onde os autores estão livres para reinventar o personagem da forma que bem entenderem, e sem precisarem necessariamente se ater à cronologia, podendo voltar ou avançar no tempo conforme sua vontade.

Capa nacional da primeira Tex Graphic Novel.
Capa nacional da primeira Tex Graphic Novel.

Esta primeira edição especial era um projeto há muito tempo idealizado por Sergio Bonelli e Paolo Eleuteri Serpieri, criador da personagem Druuna, porém nunca colocado em prática até poucos anos atrás. Serpieri é um grande ilustrador italiano dotado de uma arte extremamente realística, bem detalhada e sombreada, feita através de seus traços suaves. Sua graphic novel de Tex (que, é importante dizer, deu início a uma série de álbuns em formato maior que as típicas revistas em quadrinhos italianas, além de serem histórias feitas em cores) é tomada como uma “edição zero“, onde o formato foi apresentado e a premissa foi lançada.

A história feita pelo italiano “pai da Druuna” é uma narrativa-prequel que se adequa ao famoso conceito dos quadrinhos Elseworld (mundo diferente), visto que o autor nos apresenta um Águia da Noite (nome navajo de Tex) mais jovem, violento e implacável, algo típico dos quadrinhos de faroeste criados pelo artista, ao mesmo tempo que um Kit Carson envelhecido narra toda a história sentado na poltrona de um asilo. Serpieri quebra o conservadorismo típico dos quadrinhos Tex, e sua reinvenção do personagem pode chocar os fãs do personagem tradicional. De quebra, o ilustrador e roteirista também reserva uma reviravolta surpreendente para o final da narrativa, prestando uma bela homenagem imprevisível.

Página de "O Herói e a Lenda". Tex entra em ação pela primeira vez dentro da história.
Página de “O Herói e a Lenda”. Tex entra em ação pela primeira vez dentro da história.

Movidos pelo sucesso da história de Serpieri, a Sergio Bonelli Editore continuou a lançar histórias no mesmo formato, sendo a sucessora, “Frontera!“, escrita por Mauro Boselli e com arte de Mario Alberti.

Boselli já é figurinha carimbada nos quadrinhos Tex, escrevendo diversas histórias para a editora italiana e também supervisionando tudo que é feito com o ranger. A arte de Mario Alberti, que já passou por outras séries da Bonelli como Nathan Never e Legs Weaver, além de ser capista de quadrinhos da Marvel e DC Comics, nos entrega um Tex com um visual que remete ao tradicional, porém mais jovem, visto que esta história é a primeira desta coleção a se livrar das amarras cronológicas do personagem. Enquanto “O Herói e A Lenda” era uma reinvenção, “Frontera!” é um retorno ao passado.

Capa nacional de "Frontera!".
Capa nacional de “Frontera!”.

Boselli situa o leitor novamente no período em que Tex era um fora-da-lei, e cria uma narrativa envolvendo a vingança da personagem Blanche Denoel e a decisão do fugitivo de sanar a podridão dos rangers que são apresentados ao longo da aventura. Enquanto o volume anterior criado por Serpieri se afastava do tradicional das aventuras de Tex, esta edição insere o leitor novamente na sua zona de conforto, e por isso é tida como o “volume um” desta coleção, apresentando uma história que se assemelha mais aos padrões da série recorrente do ranger, se livrando apenas do tempo atual em que o personagem se encontra.

Os autores então trazem de volta o Tex autêntico, através de um texto bem refinado e uma belíssima arte, com uma boa narrativa e bela colorização. Os fãs mais antigos podem voltar a ver um Kit Carson mais jovem, ainda com seus cabelos (quase totalmente) negros, porém tão bem humorado e rabugento como sempre.

Primeira página de "Frontera!".
Primeira página de “Frontera!”

Existem outros dois volumes publicados na Itália até o momento, sendo eles “Painted Desert” de Mauro Boselli e Angelo Stano, artista de Dylan Dog, e a história “Sfida Nel Montana“, com roteiro de Gianfranco Manfredi, famoso roteirista de quadrinhos Bonelli, como Face Oculta, e arte de Giulio De Vita, artista de Lazarus Ledd, Wisher, Kylion e outros.

Capas dos próximos volumes, ambos publicados na Itália.

A série “Tex Graphic Novel” é uma bela adição às diversas coleções do Águia da Noite, o ranger mais querido dos quadrinhos. Livre de quaisquer amarras editoriais e oferecendo total liberdade para os mais variados e talentosos artistas e roteiristas criarem as histórias que bem quiserem, os volumes publicados até o momento entregam um show de narrativa gráfica, além de servirem como uma boa porta de entrada para novos leitores, ao mesmo tempo que prestam diversas homenagens aos leitores mais antigos. A série é mais uma prova da longevidade infinita e da boa qualidade de histórias destes personagens tão queridos dos quadrinhos italianos.

No Brasil, as duas primeiras Tex Graphic Novel foram publicadas em 2016 pela Mythos Editora, casa do personagem desde 1999. A editora manteve o formato magazine (20,5 x 27,5 cm), com 52 páginas e capa cartão ao valor de R$ 29,90.