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Editora Draco procura colaboradores para coletânea de HQs sobre a Segunda Guerra Mundial

Gostaria de participar de uma coletânea sobre quadrinhos de guerra? Ainda mais se tratando da mais famosa de todos os tempos? É exatamente o que a Editora Draco está buscando para um novo projeto sobre esse assunto: colaboradores!

Segundo a própria editora, as especificações são as seguintes:

“Estamos procurando HQs que tenham como tema central a Segunda Guerra Mundial, seja em suas causas, efeitos ou resultados. As histórias em quadrinhos devem ser baseadas em fatos históricos, mas podem conter elementos de gêneros como ficção científica, terror, fantasia e todos os subgêneros e misturas. Nos interessamos por roteiristas, desenhistas, equipes criativas e autores completos!”

Os interessados podem ter mais informações no blog da editora.

A Editora Draco publica quadrinhos desde 2011 dando uma boa ênfase aos quadrinhos nacionais. Entre outros trabalhos lançados, destacam-se as também coletâneas O Rei Amarelo em Quadrinhos e Space Opera em Quadrinhos.

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A loucura tem cor | O Rei Amarelo em Quadrinhos

“A loucura é amarela!

Os quadrinhos de terror sempre tiveram um público fiel, e algumas editoras conseguem trazer materiais de qualidade para os leitores. Uma dessas editoras é a Draco. Em 2015, ela lançou O Rei Amarelo em Quadrinhos uma coletânea de histórias baseado na obra de Robert W. Chambers (1865/1933). O Rei Amarelo é um livro de 1895 que consiste em uma série de contos baseados em uma fictícia peça de teatro que enlouquece todos que a leem até o fim. A obra ganhou um grande destaque durante a primeira temporada de True Detective.

Capitaneada por Raphael Fernandes, editor da Draco, O Rei Amarelo em Quadrinhos não explora apenas a peça criada por Chambers, as oito histórias remetem para tempos modernos e aumenta o leque do universo do autor. E como na obra original tem o foco na loucura, é esse segmento que dita as histórias desse volume. É a primeira coletânea das cores de terror. Como o título ela é focada no amarelo, a segunda coletânea, O Despertar do Cthulhu em Quadrinhos, baseada nos contos de H.P. Lovercraft tem o verde como cor predominante.

Confira as histórias:

Fantasmas na Máquina

Com roteiro e desenhos de Pedro Pedrada, a primeira história narra os problemas de uma modelo que sofre com a falta de autoestima e a bulimia. Mas se fingia de feliz nas redes sociais para as pessoas, até quando ela conhece Carcosa In. uma nova rede social que mostra que a vida dela é feliz, mesmo realidade sendo outra. Uma bela critica as diversas máscaras que existem em perfis na internet. A arte angustiante e o roteiro perturbador contribuem muito com o clima do conto.


A Boneca

Tiago P. Zanetic narra sobre o dia do nascimento da filha um líder de uma pequena comunidade Amish, recebe uma boneca de presente das pessoas que moram lá. É quando as coisas começam a dar errado no local e o preço para a salvação é bem caro. Os desenhos de LuCas Chewie é bem detalhado com pequenos elementos que podem nos fazer questionar alguns dos fatos. O destaque fica no uso do amarelo, com um pontilhado que dá a ideia de como a praga se espalha pelo ar ou como a loucura contamina o protagonista.


A Rainha de Amarelo

A história de Mauricio R. B. Campos têm como protagonista ninguém mais, ninguém menos do que o ícone Edgar Alan Poe. Durante a narrativa, paralelos entre as origens da peça com os últimos dias de Poe vão se misturando. É um passeio dentro da mitologia do Rei Amarelo sob olhar de Edgar Alan Poe. Os desenhos são de Péricles Ianuch.


Maldita Rotina

Com uma carreira bem-sucedida, um advogado é designado para cuidar da falência de uma empresa. Seria mais um dia normal, só que uma recomendação de livro-caixa tem de ser entregue nas mãos de seu cliente e não deve ser lido por mais ninguém. Mas a curiosidade nessa história é o estopim para toda trama e o advogado fica obcecado pela leitura. Aos poucos, o livro, vai minando a sanidade do protagonista. O escritor Airton Marinho narra com maestria a destruição da mente do protagonista e os traços de Marcos Caldas é uma atração incrível.


Caninos

O escritor Erik Avilez apresenta um texto com pitadas de conto de fadas sobre duas irmãs que moram em uma cabana na floresta que precisam levar comida para a avó que vive na outra extremidade da mata. Coisas como a relação conturbada das duas, o passado com o padrasto e um culto obscuro compõem a narrativa. A arte de André Freitas surfa por altos e baixos durante a história, mas mesmo assim é convincente e não diminui em nada a qualidade dela.


O Rei dos Ratos

Depois de se dado como desaparecido, um navio atraca no porto. Muito danificado e sem nenhum sinal de vida, um funcionário é obrigado a subir a bordo para explorar a embarcação, é quando encontra além de muitos ratos e um misterioso diário de um artista. É uma das mais perturbadoras do volume, com os desenhos sendo um dos pontos fortes. Com roteiro de Tiago Rech e arte de Victor Freundt.


Taxidermia Anímica

O conto de Rafael Levi apresenta um jovem ajudante de taxidermia que sonha em ser ator, e uma ele ganha uma oportunidade de participar de uma peça chamada O Rei Amarelo (credo)! Os resultados da sua investida não são os que ele esperava. Com desenhos de Samuel Bono, é a história é um terror clássico e a obra de Chambers marca mais presença no volume.


Medíocre

Não levando fé na fama da peça de teatro O Rei Amarelo, um crítico literário começa a ler a obra que está enlouquecendo todo mundo. A história brinca com o universo dos críticos com o uso de metalinguagem, com roteiro e excelente artes de Raphael Salimena, a loucura amarela é bem representada no conto que fecha o volume magistralmente.

O Rei Amarelo em Quadrinhos é mais uma prova de que os quadrinhos nacionais são sim de excelente qualidade e que temos artistas e estilos, por mais variados que sejam não devem nada para os gringos. As histórias são no geral muito boas e apesar de uma poder se destacar mais que a outra, elas ficam em no mesmo patamar. Bem alto por sinal. Por isso que a obra foi ganhadora do Troféu HQ Mix de 2016 na categoria “Melhor Publicação Mix”.

Com uma fantástica capa de João Pirolla e introdução de Carlos Orsi, O Rei Amarelo em Quadrinhos, é um produto perfeito com uma qualidade editorial impecável, que deixa feliz os fãs do gênero de terror como leitores de bons quadrinhos. O detalhe é que os trabalhos publicados nela foram escolhidas por meio de uma espécie de concurso. Méritos de Raphael Fernandes ao liderar a obra.

O Rei Amarelo em Quadrinhos têm formato 17 cm X 24 cm, papel couché, 164 páginas em preto, branco e amarelo e capa dura com verniz localizado em alguns pontos. Você pode conseguir seu exemplar clicando no banner abaixo.

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A Editora Draco anuncia Os Demônios da Goétia em Quadrinhos

A Editora Draco anunciou as equipes criativas de Os Demônios da Goétia em Quadrinhos. A ultima parte da trilogia de horror cósmico iniciada em O Rei Amarelo em Quadrinhos e O Despertar de Cthulhu em Quadrinhos. Depois do amarelo e do verde, a cor que será predominante será o vermelho. A Draco promete ser o quadrinho mais violento, agressivo, aterrorizante e doentio que a editora já publicou.

Goetia, também conhecida como Ars Goetia, ou simplesmente feitiçaria, se diz a uma prática de invocação e evocação de demônios ou/e anjos caídos. Segundo a tradição judaico-cristã, o Rei Salomão recebeu dos anos uma forma de controlar lhe dava poder sobre os principais demônios da Terra e dos espíritos menores governados por eles. Então ele escreveu o livro A Chave Menor de Salomão, onde contém descrições detalhadas dos espíritos, como evocá-los e obriga-los a fazer a vontade de quem os trouxe para a terra. O livro foi traduzido em 1904 por Samuel Mathers e Aleister Crowley com o título The Goetia: The Lesser Key of Solomon the King. É um manual para a convocação de 72 demônios diferentes.

Confira abaixo as equipes criativas e os títulos das histórias:

  • YHVH – Roteiro: Alexey Dodsworth e desenhos: LuCaS Chewie
  • Diabolus ex machina – roteiro: Raphael Fernandes e desenhos: Daniel Canedo
  • Teranoma – roteiro e desenhos: Juscelino Neco
  • Semente – roteiro: Erick Sana e desenhos: Kaji Pato
  • El Cartel de Las Hermanas – roteiro: Airton Marinho e desenhos: Victor Freundt
  • Colônia – roteiro: Tiago P. Zanetic e desenhos: Samuel Bono
  • O Jogo – roteiro: Antonio Tadeu e desenhos: Ioannis Fiore
  • O Mestre da Arte – roteiro: Caio Henrique Amaro e desenhos: Flávia Lima

 

Alguns roteiristas e artistas já são figurinhas carimbadas nos dois últimos projetos. E como no aconteceu antes, os editores da Draco, liderados por escolheram os autores das oito histórias. Mais uma promessa de produto de boa qualidade no mercado de quadrinhos nacional.

Fique ligado na Torre de Vigilância para mais detalhes de  Os Demônios da Goétia em Quadrinhos.

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O horror tem cor | O Despertar do Cthulhu em Quadrinhos

“O Desespero é verde

Aqui na Torre de Vigilância você já sabe que será publicada pela Editora Panini a HQ Providence de Alan Moore, baseada no universo de terror de H.P. Lovecraft. Bem, se ainda não sabe, veja a matéria AQUI. O que muitas pessoas ainda não sabem que os quadrinhos de terror já estão sendo publicados no Brasil há algum tempo.

A Editora Draco vem fazendo um excelente trabalho nessa área. Ela publicou as coletâneas O Rei Amarelo em Quadrinhos (veja mais detalhes AQUI) e o Despertar do Cthulhu em Quadrinhos (2016), duas antologias de terror que se diferenciam principalmente pelo tom de cores, respectivamente, amarelo e verde. O Rei Amarelo vem da obra de Robert W. Chambers, e o Cthulhu é do rico e vasto universo de Lovecraft,.

Criado por H.P. Lovecraft em 1926, Cthulhu fez a sua primeira aparição no conto O Chamado de Cthulhu (The Call of Cthulhu) e é considerado como o grande mito do autor. O monstro esverdeado cheio de tentáculos é um deus que possui um culto multimilenar dedicado a trazê-lo de volta, o que pode provocar o fim da humanidade.

O álbum publicado pela Draco contém oito histórias produzidas por autores e desenhistas brasileiros, todas elas interpretam à sua maneira algum assunto relacionado ao Mito de Cthulhu. O mais bacana é a produção, muito bem feita da edição,  com uma qualidade incrível. Obviamente, um conto se destaca mais do que o outro, mas todos estão em um nível muito acima de outras coletâneas de terror.

Conheça um pouco sobre as histórias do volume (em ordem de leitura):

O Salmo do Sangue Antigo

Produzida por Dudu Torres, a história fala de um rapaz que visita a mãe de um antigo amigo, que acabara de cometer suicídio. A velha senhora acaba levando o rapaz para uma outra realidade, onde acontece toda a ação.


Os Tambores de Azathoth

A segunda história se passa durante a Segunda Guerra Mundial e contém figuras históricas como Oppenheimer (um dos criadores da bomba atômica) e o mago ocultista Aleister Crowley, que é citado nas músicas de Raul Seixas. Existe uma lenda que conta que Lovecraft e Crowley tinham uma certa conexão. O roteiro é de Antonio Tadeu e a arte é Lucas Chewie.


Macio

O conto escrito por Airton Marinho se ambienta em uma pequena cidade no sertão do Brasil. Uma epidemia toma conta do local, e as pessoas sem saber o que fazer vão enlouquecendo. Os desenhos de Fabrício Bohrer são traços bem grossos, onde se destaca a flexibilidade dos quadros graças às onomatopeias fora do comum. O Bode Pai-de-Chiqueiro é um dos personagens principais, que tem o papel de por onde passar disseminar o caos. Pessoas explodindo, corpos em decomposição, moscas e vermes dão um toque de gore à brasileira na história.


Sob a Insana Luz

É uma das que mais se aproximam ao estilo de H.P. Lovecraft. Com roteiro de Caiuã Araújo e desenho de Marcio de Castro, a história fala sobre dois detetives que chegam a uma tranquila cidade para investigarem o desaparecimento de uma equipe investigativa. Mas acontece que a cidade não aparenta o que é de verdade. Um dos grandes destaques é a arte do Marcio, algo meio que cartunesco e rabiscado, seus personagens parecem que saltaram de uma animação de argila e os efeitos de sombra e luz dão à história um clima incrível. E tem uma referência ao Batman no nome do hotel da cidade.


Clhithmaek’ Tyivh

Bem, para começar, não me perguntem como se pronuncia esse título. Escrito e desenhado por Lucas Pereira, a história mostra uma dupla de arqueólogos que acabam encontrando uma tribo desconhecida. As coisas começam a ficar complicadas quando os nativos fazem um ritual sinistro para invocar uma criatura antiga. É o conto que tem o estilo mais americanizado de todo o volume. O clima é tenso durante as páginas e cenas de pessoas empaladas e canibalismo se encontram nos quadros com poucas cores. Os tons de verde e cinza predominam.


A Língua da Fé

Tendo sua vida como um fracasso total, um alcoólatra procura em uma religião, dessas que são presentes na TV e manipulam seus fiéis, um porto seguro para estancar a sua agonia e tristeza. O problema é que nada é o que parece ser quando ele começa a descobrir mais sobre o culto. O roteiro é de Raphael Fernandes, organizador da coletânea e editor da Draco e a arte é de Samuel Bono. Com um climão de suspense, a história coloca para o leitor diversos questionamentos sobre essas religiões. O verde em muitas texturas diferentes é o grande destaque dos desenhos.


O Caso da Truta Salmonada

Cansado de sua rotina de trabalho, um sushiman se prepara para começar mais um dia, quando alguns esquisitos clientes com o rosto de peixe entram em seu restaurante. Enquanto ele prepara os pratos, cortando os filés, eles começam a gritar de dor como se fossem eles sendo mutilados. Estranho é pouco. Jun Sugiyama nos apresenta um conto aterrorizante, grotesco e perturbador. Os quadros de agonia e dor dos “humanos-com-cara-de-peixe” são bizarros. É um dos melhores contos da edição. E o final tem uma surpresa.


O Que Dorme

A história de Bárbara Garcia fecha a edição levando o leitor para uma cidade que passa por uma estranha epidemia onde nenhum cidadão não consegue mais dormir. O que deixa as pessoas cansadas sem conseguirem fazer nada. Então à medida de que as pessoas vão morrendo, os corpos vão ficando em decomposição nas ruas e casas onde ocorrem o mortes. Quando ninguém tem força nem para enterrar os mortos,  a loucura e o que há de ruim dentro das pessoas começa a aflorar. A linda arte de Elias Aquino demonstra bem essa loucura e ao mesmo tempo o clima pacato e cotidiano dessa população.


A Editora Draco caprichou em O Despertar de Cthulhu com um álbum muito bem produzido e bonito, essencial aos fãs do gênero de terror quanto para quem curte ler quadrinhos de qualidade. E o mais legal é ver artistas brasileiros fazendo histórias de qualidade incrível, não devendo nada para muitas produções de terror lá de fora. A capa é de autoria de João Pirolla e traz a retratação mais clássica de Cthulhu. Vale muito a pena o investimento em uma obra tão bacana.

O Despertar do Cthulhu em Quadrinhos tem formato 17 cm X 24 cm, papel couché, 168 páginas em preto, branco e verde, o acabamento em capa cartonada, com orelhas e reserva em verniz. Dentro ainda tem uma pequena biografia de todos que participaram da edição. Edição indispensável para qualquer colecionador de quadrinhos.