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Saiba como Thor se tornou [SPOILER] em sua nova fase nos quadrinhos

Contém spoilers de Thor #1 (2020).

Em fevereiro de 2006 chegava às lojas norte-americanas um curioso “What If” (O que aconteceria se… em português) protagonizado por Thor, o Deus do Trovão. Com roteiro de Robert Kirkman (sim, o criador de The Walking Dead) e arte de Michael Avon Oeming, What If: Thor apresentou aos leitores uma história fechada em pouco mais de 20 páginas onde o Filho de Odin tornou-se… Arauto de Galactus.

O que aconteceria se Thor fosse o Arauto de Galactus?

A premissa é simples. A fome do Devorador de Mundos atingiu Asgard. Lady Sif, Volstagg, Hogun, Fandral, Valquíria e todos os bravos guerreiros do Reino dos Deuses iniciaram suas batalhas contra o gigante e seu arauto, uma mulher criada para esta aventura (e que nunca foi nomeada).

A destruição resulta na morte de Sif e Thor, possuído pela ira, vingou-se derrotando a assassina. Asgard está em frangalhos e seus guerreiros não aguentam mais, então Galactus propõe para Thor que ele se torne seu novo arauto em troca da salvação de seu reino.

Thor é transformado em Arauto.

A trama descrita acima resume os acontecimentos iniciais da história criada por Kirkman e Oeming. Thor, ao tornar-se arauto de Galactus, deve lidar com a já conhecida sina de “condenar mundos habitados ou não” para que o Devorador sacie sua fome, sob o perigo de, caso falhe, Asgard seja condenada.

A ideia (por mais maluca que pareça) rende uma boa aventura, com reviravoltas a respeito de Loki e o destino de Asgard, soando muitas vezes como uma aventura padrão do Deus do Trovão. E cerca de 13 anos depois, o exercício de imaginação tornou-se realidade… Nas mãos do roteirista Donny Cates.

O Thor de Donny Cates.

Thor #1, lançada nos EUA no dia 01 de janeiro de 2020, marcou a estreia de Cates como roteirista do deus nórdico, acompanhado do ótimo artista Nic Klein. Cates assume as rédeas deixadas por Jason Aaron após um longo run de quase sete anos onde o personagem foi revolucionado algumas vezes, de indigno a Rei de Asgard passando obviamente por um meio onde a Poderosa Thor foi criada.

Cates estabelece Thor como rei e aos poucos demonstra o status dos coadjuvantes de seu núcleo de personagens. Até que o inesperado acontece: um Galactus moribundo desaba em Asgard durante um pronunciamento do Rei, e Cates traz os personagens cósmicos em que trabalhou ao longo dos últimos anos para esta aventura, como o Motoqueiro Fantasma Cósmico e o Surfista Prateado Sombrio, e recupera outros como Nova (Frankie Raye) e Raio Alfa.

O Rei Thor confronta seu irmão Loki.

Não é a primeira vez que Galactus é usado nas histórias modernas de Thor. Durante o run de Jason Aaron, Galactus desempenhou um forte papel como antagonista do Rei Thor no futuro apocalíptico, unindo-se à Necroespada até finalmente ser morto por Ego, o Planeta Vivo. Donny Cates dá a entender que Galactus viu o momento de sua morte e este está associado ao Thor. Por conta disso, condena que ele e o Deus do Trovão devam enfrentar o vindouro Inverno Sombrio juntos. Este evento é previsto pelo Surfista durante a reunião após a queda de Galactus.

A edição termina com um gancho matador onde Galactus transforma Thor em seu arauto, apelidado de Aurato do Trovão. Esta fase do Thor parece ser a junção de tudo que Cates estabeleceu previamente em outros títulos,  de Thanos ao Motoqueiro Cósmico passando por sua minissérie do Surfista, realizando agora seu sonho de escrever um de seus personagens favoritos. Cates recupera os membros perdidos do herói (um braço e um olho) ao se utilizar desta tunada em seus poderes – e responsabilidades.

A capa de Thor #2 traz o herói sendo controlado por Galactus.

A segunda edição de Thor chegará às lojas americanas em fevereiro. Clique aqui para acessar o site da Marvel Comics. No Brasil, a Guerra dos Reinos de Jason Aaron está para começar, e paralelamente a editora Panini vem publicando encadernados de capa dura com toda a fase de Aaron no personagem, além da série Loki: Agente de Asgard e do título Asgardianos da Galáxia.

Thanos, Motoqueiro Fantasma Cósmico e A Morte dos Inumanos de Donny Cates foram publicados por aqui em formato encadernado, e seu Surfista Prateado permanece inédito, bem como sua fase dos Guardiões da Galáxia. Além das aventuras cósmicas, a elogiada passagem de Cates no Venom possui uma revista mensal, e seu Doutor Estranho também foi publicado em encadernados.

Clique aqui para acessar a Loja Panini e completar sua coleção!

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Thor por Donny Cates e Nic Klein é anunciado na NYCC 2019

Durante a NYCC 2019, Marvel anunciou uma nova equipe criativa para Thor. Donny Cates, um dos maiores nomes na editora hoje, escreverá as aventuras de Odinson. Ao mesmo tempo em que Nic Klein será responsável pelas ilustrações. Além disso, o colorista Matt Wilson retorna para dar vida ao universo fantástico do personagem.

Capa de Thor #1 por Olivier Coipel

“Nem mesmo em meus sonhos eu imaginaria ser digno de escrever Thor. Desde Lee e Kirby, até o run do grande Jason Aaron, o qual estou estupidamente dando continuidade, é uma honra adentrar os portões dourados de Asgard e pavimentar um caminho (muito além do que conhecemos) do próprio Deus do Trovão. Por todos vocês. Por Asgard.” – disse Cates. 

Thor
Por Nic Klein

Além do novo design idealizado por Klein, a dupla introduzirá uma nova ameaça: O Inverno Negro. Também será a primeira vez em que um roteirista novo assume a revista, desde Jason Aaron, em 2013. Thor #1 será publicado em 2020, logo, mais detalhes devem ser divulgados em breve.

A fim de que se saiba sobre tudo o que ocorre na New York Comic-Con, mantenha-se ligado na Torre de Vigilância.

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Venom por Donny Cates é um verdadeiro épico de ação e horror

“A parte mais surreal em escrever Venom é que todas as perguntas que eu tinha quando era criança, seriam eventualmente respondidas. E o estranho é que todas seriam respondidas por mim.”Donny Cates sobre seu run pelo simbionte. Em maio deste ano, Marvel começou um novo relaunch chamado Fresh Start. Semelhante ao Rebirth da DC Comics, a iniciativa prometia trazer os personagens de volta ao básico. Entretanto, alguns títulos fugiram dessa linha, tais como Venom. Um quadrinho o qual vem chamando a atenção de muitos leitores lá fora. Por quê?

Desde sua criação, na década de 90, o personagem sempre esteve ligado ao Homem-Aranha, de alguma forma. Não importava se ele tivesse transformado em Protetor Letal, Agente ou Guardião da Galáxia. O Amigão da Vizinhança sempre está lá. Entretanto, Venom é um personagem muito popular e muito interessante. Talvez fosse a hora dele ser algo a mais do que um derivado da franquia do Teioso. Ele tem sua própria revista mensal há anos, era uma questão de tempo até alguém começar a criar uma mitologia própria para o simbionte. Pois é, era uma questão de tempo até Donny Cates falar com os editores da Marvel: “Que tal contarmos a origem dos simbiontes?” Graças a Odin – e outros deuses – eles disseram sim.

Quem é Eddie Brock?

No primeiro arco da revista, chamado Rex, acompanhamos Venom (Eddie Brock) tendo pesadelos sobre outros simbiontes na Terra, durante a Idade Medieval. O que os leva a um militar chamado Rex, revelando ao leitor a existência de hospedeiros militares, antes de Flash Thompson, o Agente Venom. Para finalizar, o Deus dos Simbiontes está vindo para a Terra por motivos desconhecidos. Sim, esta é a premissa da primeira história do título.

O roteiro de Cates condensa perfeitamente todos esses elementos, trazendo um verdadeiro épico de ação e horror. É notável as influências do roteirista em Lovecraft, Stephen King e até mesmo, George Miller. Eddie Brock aqui, é em suma, o Max de Mad Max. Um homem incompleto, impossível de ser definido, sobrevivendo a todo tempo, servindo como uma espécie de espectador em um show de loucuras.

“Meu nome é Eddie. Meu mundo é sangue e fúria.”

Percebe-se como o autor tem certo apreço pelas obras noventistas, não economizando nos absurdos (o simbionte tem novos poderes) ocorridos nos momentos de ação, mas ao mesmo tempo, encontrando um equilíbrio entre o escapismo e o autoral. Algo bem raro no mercado de quadrinhos mainstream atual.

Os desenhos de Ryan Stegman, a arte-final de JP Mayer e as cores de Frank Martin são uma combinação tão perfeita quanto simbiontes e humanos. Enquanto os traços evocam grandes desenhistas como Todd Mcfarlane, as cores se destacam pelo contraste entre os fracos feixes de luz e a plena escuridão contínua. Há uma presença forte de psicodelia, dando sentido literal ao nome do personagem. Há diversas viagens a serem feitas nesse quadrinho, desde as mais lúcidas até as mais alucinógenas.

Por fim, Cates inventa uma nova e incrível origem para os simbiontes, revelando que o planeta Klyntar, nada mais é do que uma prisão. Não apenas isso, ele cria um deus para eles, chamado Knull, o qual provavelmente, será um antagonista recorrente nas próximas edições.

Através de um ritmo frenético e aterrorizante composto pelos elementos mais diversos e improváveis de serem condensados de forma tão coesa, Venom é, surpreendentemente, o melhor título publicado pela Marvel Comics, no momento o qual eu vos escrevo.

Knull: Deus dos Simbiontes

Estamos diante de um run o qual pode vir a se tornar tão importante quanto Jason Aaron em Thor, ou Brian Bendis em Vingadores.