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Host: Um Terror Moderno em Tempos de Pandemia

Terror original do serviço de streaming Shudder, Host chegou como uma grande surpresa em 2020. Gravado durante o confinamento causado pela atual pandemia e dirigido totalmente a distância por Rob Savage, o longa se passa durante uma chamada no aplicativo Zoom e conta com uma trama simples, porém bem trabalhada.

Movie Review - Host (2020)

A trama de Host gira em torno do momento em que estamos vivendo, onde seis amigos decidem se reunir no Zoom para realizar uma sessão espírita com uma médium. Porém, durante a sessão, algo dá errado e com isso eventos paranormais começam a acontecer na casa de cada um. O roteiro e a trama são bem simples, entretanto, são bem desenvolvidos durante o curto tempo de tela que o filme possui.

Com inspirações em Amizade Desfeita (2014) e até mesmo em Bruxa de Blair (1999), o diretor Rob Savage trabalha o terror exibindo-o através de manifestações paranormais vistas através da câmera dos envolvidos e em suas reações. Contudo, como o filme se passa no Zoom – aplicativo que se tornou essencial em tempos de pandemia tanto para o trabalho como para os estudos – e provavelmente será assistido através do computador ou de outro dispositivo móvel, o longa trás uma imersão ao telespectador.

No início, somos apresentados ao grupo de amigos e ao ritual enquanto no fim acompanhamos todas as consequências do evento, com alguns sustos previsíveis e outros jump scares inevitáveis. O diretor também utiliza ferramentas do próprio aplicativo para transmitir o terror, através do uso de fundos e de efeitos presentes nele. Foi um trabalho muito bem feito e como foi dirigido a distância, digno de parabéns. As comparações são inevitáveis, portanto, Host consegue trabalhar melhor a ideia que foi apresentada em 2014 com Amizade Desfeita.

Host: The History Of Seances Explained (& What The Movie Gets Right)A exibição de Host dura em média 56 minutos, que acaba sendo o tempo de uma reunião gratuita do aplicativo. É difícil afirmar que o diretor fez isso propositalmente para maior imersão ou não, mas acaba que o tempo é aliado ao longa ao mesmo tempo que prejudica o seu desenvolvimento.

Se, por um lado, o tempo de duração auxilia na imersão ao mostrar o aviso da plataforma de que faltam 10 minutos para acabar a reunião e a contagem regressiva no topo da tela durante os últimos segundos de filme, do outro lado torna o começo do filme bastante corrido para que o terror paranormal se inicie logo.

Além disso, depois de um tempo os incidentes paranormais se tornam um pouco previsíveis e até mesmo exagerados, algo típico do gênero, enquanto outros pegam o telespectador de surpresa.

Host | República do MedoEntão, é bom?

Por mais que Host apresente um roteiro e efeitos visuais simples, o longa consegue trazer uma imersão que os filmes atuais do gênero não trouxeram durante os seus 56 minutos de exibição – o fato de que utilizaram a pandemia do novo coronavírus como background para a trama acontecer via Zoom ajuda na imersão. Além disso, o título também se prova ser não apenas um terror paranormal, mas também um terror psicológico (por parte do telespectador) durante sua execução. Host é um excelente filme para ser visto, de preferência no seu computador e com fones de ouvido no último volume para uma melhor experiência.

Nota: 4.5/5

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Unfriended: Dark Web mostra que não se deve subestimar o poder da internet

A Era da Tecnologia veio para transformar as nossas vidas para sempre e com ela, conseguimos uma maior facilidade e melhor comodidade. Só uma conexão via wifi se torna o suficiente para navegarmos em nossas redes sociais, procurar aquela música que só conhecemos por trechos e claro, adentrar-se na camada sombria da internet. Caminho este perigoso que segue um lema conhecido: O que acontece na Dark Web, fica na Dark Web! Porém, os protagonistas resolveram ignorá-lo.

A trama de Unfriended: Dark Web (Amizade Desfeita 2) inicia quando um atendente de Cyber Café pega emprestado um notebook no Achados e Perdidos. Tudo segue tranquilamente até o dono começar a reivindicar o aparelho ao mesmo tempo que Matias descobre uma rede ilegal de vídeos compartilhados por usuários denominados Charon e resolve contar para seus amigos. A partir disso, a tensão aumenta consideravelmente com os jovens tentando lidar com a ameaça. Em vão.

Se você não está familiarizado com o termo, dark web é então classificada como uma pequena parte da Deep Web que foi intencionalmente ocultada e inacessível através de navegadores padrões. Como uma lenda urbana, esta terceira camada é rodeada de temor e mistério entre os curiosos. Muitos querem conhecer, porém temem o risco de serem pegos por organizações que vigiam muitas atividades suspeitas que acontecem na hora mais sombria do dia.

Apesar de não terem explorado mais do conteúdo encontrado no notebook, o que foi visto consegue deixar uma leve perturbação. São pessoas em seus momentos de lazer e pior, mulheres sequestradas para a diversão de seus usuários. Somos vigiados a todo instante por inúmeras câmeras pela cidade e somos violados quando informações de Facebook são vazadas devido a um ataque cibernético. Como se tivéssemos num reality show macabro. Esse é o tal do Big Brother. Tema este já muito bem apresentado também em Black Mirror.

A expressão A curiosidade matou o gato! foi bem usada no filme e o preço da exposição veio com um gosto nada agradável para todos os envolvidos no Skype. Sobrando até para a Amaya (interesse romântico de Matias), que não estava envolvida diretamente na descoberta dos vídeos e mesmo sem saber, acabou entrando na Noite de Jogos. Esse pequeno detalhe não é nenhuma novidade em nossos tempos, onde uma simples mentira pode desencadear  situações perigosas para a vítima e para qualquer pessoa que esteja em seu círculo de amizade.

A imersão para toda a ambientação é boa, uma vez que estamos lidando com todo o tipo de tecnologia e aqui é feito de forma satisfatória. Tem-se um plot twist que demonstra como as armadilhas da Internet também possuem suas devidas armadilhas. Apesar de não ser um filme perfeito ou revolucionário, ele instiga como o ser humano se comporta quando não está sendo vigiado.

Unfriended: Dark Web foi lançado em 2018 e segue como sequência de Unfriended (2014).