A Devolver Digital há muito tempo vem publicando jogos indies de uma incrível qualidade e com Katana ZERO não foi diferente.
O título desenvolvido pela askiisoft leva o jogador a um incrível mundo neo-noir pixelado na pele de um samurai chamado O Dragão, em uma excelente e surpreendente história, regado de importantes diálogos e uma jogabilidade ágil e sangrenta.

Já admito que fui pego de surpresa logo de cara quando vi que Katana ZERO, não só possuía um enredo profundo, mas também que continha escolhas que alteravam diálogos e acontecimentos do jogo. Uma resposta errada, pode acabar em morte.
A narrativa construída em Katana ZERO foi com certeza o que mais me agradou ao longo do jogo, eu queria saber o que estava rolando naquele universo, e não só sair retalhando inimigos por ai. Acompanhar as revelações do enredo junto ao Dragão foram bem interessantes. Pois, tanto eu, quanto ele, estávamos perdidos naquele mundo.

O roteiro mistura traumas de guerra, abuso de drogas e sangue, bastante sangue, além de humor e REFERÊNCIAS NERDS, WOW. Sem brincadeiras, o roteiro sabe usar bem essas referências, em vez de só ficar jogando na cara sem menor preocupação.
As sessões de terapias são bem interessantes, e dá um ar mais sério para o jogo, além de ser o gatilho para o plot twist. Só queria que tivesse mais sessões ao longo do jogo, a dinâmica era muito boa. Os diálogos com uma certa personagem, são bem legais, e repito a mesma coisa que disse com o psicólogo, poderiam ter sido mais explorados.
“Sim, isso deve funcionar”
Agora sobre a jogabilidade, o maior destaque do jogo. Ela é tudo aquilo que prometeu: gameplay ágil, difícil e sanguinária. É o famoso morra e tente novamente.
Tanto o Dragão quanto os inimigos morrem com um golpe só. Quando o jogador morre, o tempo rebobina para o começo do level e pra então refazê-lo sem morrer. Prepare-se para dar rages.
Sobre as mecânicas. Podemos desacelerar o tempo para ambientes com bastante inimigos, o Dragão em si fica devagar, mas os golpes são mais rápidos. Também podemos refletir os tiros, e matando o inimigo mais próximo. O rolamento deixa o jogador invencível, de certa forma. Combinar isso com com a redução do tempo, trará mais segurança para terminar as fases.
Os chefes são difíceis, mas basta aprender os padrões deles para derrotá-los, mas tome cuidado, eles mudam entre uma morte e outra. O jogo exige bastante reflexo e coordenação motora do jogador.
Ao passarmos de cada cenário, o jogo mostra um “replay” de todo o caminho feito, com um filtro e funções de um VHS. Replay esse, que é atrelado a narrativa. Pois estamos vendo o futuro. Quando passamos de fase, na verdade, é só um dos caminhos de sucesso que o protagonista conseguiu enxergar.
Alguns dos levels design possuem bastante inspirações, outros, acabam sendo bem genéricos em alguns aspectos. Os inimigos são bem colocados (em termos de dificuldade) nos cenários, e então cada ação tem que ser minuciosamente calculada. Há vários tipos de inimigos, entre brutamontes, usuários de armas e espadachins, além de robôs.
A trilha-sonora é um dos grandes destaques de Katana ZERO. Remete aos clássicos retrôs com músicas compostas através de um sintetizador. Brilhante trabalho de LudoWic, o compositor do jogo. Cada fase possui uma música específica e ela que determina o tempo de cada cenário.
O game é curto. Dependendo da habilidade do jogador. Eu levei umas 7 horas para finalizar o jogo e ainda assim, sofri bastante na reta final. Alguém com uma coordenação motora melhor, deve encerrar o game em menos tempo. Não posso confirmar no momento se haverá alguma DLC ou continuação no futuro, é esperar para ver.
Aliás, o jogo está totalmente em português, e as adaptações ficaram excelentes.
Katana ZERO não é só um jogo bonito e estiloso. Ele tem uma história a ser contada, através de uma ótima narrativa.
Agradecimentos à Devolver Digital pelo envio do código para a review.
Selo Ouro – Recomendável
Katana ZERO chega hoje, 18 de abril, para Nintendo Switch e PC.