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Hobbs & Shaw é o cinema pipoca em sua melhor forma

Conforme os anos se passaram, a franquia Velozes e Furiosos ganhou novos rumos. Antes, eram corridas ilegais, depois assaltos e mais tarde, espionagem. Mesmo com as mudanças em termos de escala, a franquia ainda consegue entreter de maneira decente. Assim como os anteriores, o primeiro spin-off, Hobbs & Shaw oferece ao espectador um cinema pipoca extremamente honesto. Mas com um acréscimo: Uma dupla extremamente carismática de protagonistas (e bota carismática nisso)

A trama começa quando Luke Hobbs e seu arqui-inimigo Deckard Shaw são convocados para uma missão. Unidos contra sua própria vontade, a dupla precisa impedir Brixton, um super-humano, de obter um vírus capaz de aprimorar humanos e matar bilhões. Entretanto, eles não são os únicos nessa procura, pois a irmã de Shaw, Hattie, também quer um pôr um fim a isso. Logo, os dois carecas precisarão aprender a trabalhar em equipe antes que o mundo acabe.

Que homens!

Dirigido por David Leitch, o filme apresenta cenas de ação grandiosas e constantes. Hobbs & Shaw é uma dose de adrenalina pura. Vale destacar também o excelente uso das diversas locações, especialmente o ato final no Havaí. Ainda em relação à condução da câmera, Leitch utiliza alguns movimentos rápidos com os golpes super-humanos do vilão e também apresenta uma grande coordenação cômica.

Aliás, grande parte da projeção é injetada com um humor extremamente funcional. Mesmo que beire ao infantil, The Rock e Jason Statham executam essa rivalidade, essa briguinha de criança, com maestria. Com seu humor de quinta série, Hobbs & Shaw arranca do espectador as risadas mais histéricas e sinceras possíveis. Além disso, o roteiro de Chris Morgan e Drew Pearce é simples e auto-referencial ao absurdo adotado pela franquia. Os personagens são, em sua maioria, bem desenvolvidos.

This is peak filmaking right here, baby!

Tematicamente o filme também é bastante clichê e familiar. Digo, familiar, no sentido literal. A família sempre foi um assunto recorrente na franquia. Provavelmente, o espectador já deve estar cansado do Toretto falar sobre isso o tempo inteiro. Porém, Hobbs & Shaw é costurado tematicamente do início ao fim, tornando-se impressionantemente conciso. Inclusive, o início ao som de “Time in a Bottle” parece ditar o aprendizado que está por vir: Não perca tempo brigando com os seus familiares, pois é precioso. Talvez seja exagero, mas a escolha musical de um filme nunca é coincidência.

Além de Johnson e Statham estarem perfeitos, Vanessa Kirby encanta, dispensando comentários, construindo a força de sua personagem, não apenas através da beleza (E ela é linda). Idris Elba parece ter se divertido bastante fazendo o vilão mais genérico possível e isso visível, por isso, Brixton possui um certo charme. Surpreendendo a todos, o filme traz dois personagens novos extremamente engraçados. Não contarei aqui, pois a surpresa é impagável.

Se Jack Kirby é Rei, Vanessa Kirby é rainha? Por mim, sim.

Concluí-se que Hobbs & Shaw cria um vínculo com seu público através de sua mensagem, carisma e sinceridade. É facilmente um dos filmes mais divertidos do ano. Concluí-se que The Rock e Jason Statham são como arroz e feijão e fica difícil não querer implorar por uma sequência depois de uma película tão explosiva que revigora a alma. É o cinema pipoca em sua melhor forma.

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Sobre o Autor

João Guilherme Fidelis

"Mas sabe de uma coisa ? Sentir raiva é fácil. Sentir ódio é fácil. Querer vingança e guardar rancor é fácil. Sorte sua, e minha que eu não gosto deste caminho. Eu simplesmente acredito que esse não é um caminho" - Superman (Action Comics #775)