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CRÍTICA | Esquadrão Suicida

A DC Films começou a caminhar em 2013 com uma nova introdução ao Superman nas mãos de Zack Snyder (300 e Watchmen) e três anos depois, levou a história em outro nível com Batman vs Superman: A Origem da Justiça, onde introduziu os membros já conhecidos pelos fãs da Liga da Justiça, além de abrir inúmeras possibilidades para os próximos filmes.

Esquadrão Suicida é o terceiro projeto da Warner Bros. realizado por David Ayer (Marcados para Morrer e Corações de Ferro) e desde o segundo trailer, já era notável uma diferença no tom em relação aos longas anteriores. O marketing foi, digamos, bastante colorido e apostou em seus materiais promocionais uma boa dosagem de humor. Ao transportar para o filme, será que deu certo? SIM.

Tudo bem fofinho. Awn!
Tudo bem fofinho. Awn!

Para quem tinha dúvidas, a trama se passa após os eventos de BvS e mostra Amanda Waller querendo proteger o seu país de um próximo Superman. Com isso, apresenta a ideia de juntar uma equipe intitulada Força-Tarefa X e composta principalmente de pessoas com caráter duvidoso que fariam o bem graças ao grande poder de persuasão de sua chefe. Para quem conhece How to Get Away with Murder, sabe que Viola Davis interpreta maravilhosamente a advogada Annalise Keating.  Aqui, ela também não deixa a desejar. Você sente todo o poder que a atriz passa para sua personagem e que também não mede esforços para mostrar sua forma de comando.

Viola Davis como Amanda Waller.
Viola Davis como Amanda Waller.

O início do filme vai direto ao ponto com a proposta de Waller e o ceticismo de seus colegas de trabalho em relação a isso. Em paralelo, conhecemos o passado dos integrantes e dois deles fizeram os fãs irem à loucura. Sem revelar muita coisa, após um incidente, o governo dos EUA se viu obrigado a aceitar os termos dela e assim, começa tudo aquilo que valeu meu ingresso.

O nome do grupo é Esquadrão Suicida, mas dá para resumir em três nomes: Jared Leto, Will Smith e Margot Robbie. Muitos torceram o nariz na escolha de Jared para o icônico vilão, até porque como superar Heath Ledger? Não entrarei no mérito de comparação. Para mim, Leto convenceu na versão que o diretor trouxe para as telonas. A loucura e as risadas ainda estão ali, porém sua personalidade nos faz imaginar como seria o Coringa caso existisse nos tempos modernos. Seu tempo de tela é pequeno em relação aos outros, mas isso todos já esperavam. Como não foi explorado totalmente, pode render para o filme-solo do Cruzado Encapuzado.

O Pistoleiro de Will está impecável e sua interação com a equipe é bastante notável. Seu passado com a filha junto com sua vida criminosa são explorados e você consegue se identificar com o personagem. Parte do humor vem dele e não fica nada forçado. Aposto que não será a última vez que o veremos no Universo Estendido da DC.

Arlequina garantiu a maior parte das risadas e Margot tem todo esse mérito. Seu passado no Asilo Arkham e o primeiro contato com o Pudinzinho fazem parte da trama, o que vai moldando o comportamento dela ao longo do filme. Com a carisma e química mostradas, não vai demorar para que o projeto com as heroínas e vilãs da DC Comics saia do papel.

Os outros membros também tiveram seus momentos, como Crocodilo e El Diablo. O primeiro serviu como alívio cômico em determinadas cenas, porém foi útil na missão pela sua ferocidade. Já El Diablo, começou bastante retraído devido os seus poderes, só que depois foi ganhando mais espaço no decorrer do filme e surpreendeu no terceiro ato. A participação de Katana foi pequena, o que permite um possível aproveitamento da personagem no vindouro projeto da Warner. Assim como os citados acima, seu passado foi mostrado brevemente e sua presença em Midway City (local da missão) serviu para garantir que a equipe não saísse da linha.

Outro membro dessa peculiar equipe não pode passar despercebido: Capitão Bumerangue. Sua introdução foi bem legal, já que garantiu uma excelente surpresa por parte dos que estavam presentes na sessão e além de tudo, serviu como alívio cômico no longa. Mais um que não foi explorado devidamente durante a missão, porém garantiu nas cenas de luta. Como um dos principais vilões do Velocista Escarlate, sua chance de ser mais aprofundado ficará para o primeiro-solo do herói.

Através de Waller, Rick Flag ficou encarregado pela equipe e também por cuidar da arqueóloga June Moone, pelo qual acabou se apaixonando. Por decorrência disso, seu plano é deter Magia e salvar June da possessão. Sua presença é constante, como reuni-los e ditar as regras. Sua personalidade mal-humorada acaba te fazendo não simpatizar com ele, só que logo é esquecido devido a última tentativa do Esquadrão em detê-la. O interessante é que a vilã trouxe o elemento mágico para este universo e só que veremos mais dele apenas em Shazam (com previsão de lançamento em 2019). Só que infelizmente, após sair da sessão, você percebe como a antagonista é logo esquecida. Não tem uma presença marcante como do General Zod ou Lex Luthor.

A participação do Batman foi direta e sem enrolação, onde foi responsável pela prisão de alguns integrantes. Essa relação dele com os personagens pode ter um melhor desenvolvimento em 2018, quando for lançado seu solo.

A trilha sonora é bastante distinta e mistura rap com os clássicos do rock. As que mais se destacaram foram You Don’t Own Me (música-tema da Arlequina), o tema da Arlequina e Coringa, e Bohemian Rhapsody. Duas faixas, Heathens e Sucker For Pain, ficaram para os créditos finais. Injusto, porque merecia lugar durante as cenas.

Esquadrão Suicida é um filme simples com boa dose de ação e humor, que vale a pena assistir em 3D por conta de algumas cenas. Permaneçam sentados, porque tem cena entre os créditos. O próximo filme da DC Films será Mulher-Maravilha, com previsão de lançamento em 2 de junho de 2017. No final do mesmo ano, teremos Liga da Justiça em novembro.

Por Tassio Luan

Biólogo. Explorador do horror cósmico e de universos desconhecidos.