Japonês é um povo estranho. Vocês devem saber disso. E por isso mesmo que, pessoas que se envolvem demais nesse meio, acabam ficando tão estranhas quanto (veja eu, por exemplo!).
Mas, sendo o mais clichê que consigo pensar, é errado julgar um livro pela capa. Por causa desse ditado mais batido que argamassa na betoneira que estamos aqui hoje reunidos. Eu reuni dados de vários (uns… sete?) de vocês, usuários das partes menos obscuras da Torre, buscando informações relevantes sobre os motivos que os fazem não querer e/ou não terem vontade de assistir animes.
Essa série de posts servirá para quebrar alguns mitos que vocês têm, assim como dar dicas, recomendações ou simplesmente alguns toques, para quem sabe, fazer vocês lerem mais as minhas postagens que faço com tanto carinho.
- O CHOQUE CULTURAL
Entenderam? Botei em fonte Impact, pois “choque” é um “impacto”… Hahaha.

A primeira coisa que você precisa entender com bastante clareza é: Você VAI estranhar o que está vendo. E isso é absolutamente normal. Muita gente encara essa “estranheza” como uma indicação de que isso não é algo feito pra ela… E embora isso possa ser verdade para alguns, não deve ser a regra.
Deixe-me explicar melhor: Por mais que existam milhões de fãs pelo mundo todo, “Anime” sempre foi (e sempre será) uma coisa feita por Japoneses, para Japoneses. E por conta disso, os ambientes; as situações; os personagens e suas atitudes; tudo isso será feito se baseando na convivência e na cultura de lá.
Sei que com a globalização, a internet e tudo mais, isso pode soar como mentira, mas acredite em mim: O Japão fica DO OUTRO LADO DO MUNDO! Sim, é verdade! Com um raio de 6.371 quilômetros, se traçarmos uma circunferência que passa por São Paulo e por Tóquio, fazemos vários arredondamentos (haha, arredondamentos. Estamos fazendo círculos, haha) e com uma continha que aprendemos na sexta série chegamos a uma distância de estrondosos 18.532,97 quilômetros daqui lá (Que, segundo meus cálculos, dá bem mais que 20.000 Léguas Submarinas. Ou não, nunca li esse livro).
Com essa distância toda, é normal de se imaginar que as pessoas que vivem por lá possuem hábitos e costumes diferentes dos nossos. Se dentro do nosso próprio país já existem diferenças culturais marcantes (como aqueles cariocas que chamam erroneamente “bolacha” de “biscoito”), como não haveria com o outro lado do mundo? Se acostumar com o modus operandi dos japonesinhos é o primeiro passo para começar a, de fato, gostar do que você está assistindo.

E se parar pra pensar, isso não é tão difícil assim. Você, caro leitor das partes menos obscuras da Torre, o que lia antes de vir pra cá? Alguma notícia sobre The Flash? Quem sabe um comentário sobre o trailer de Batman vs Superman? Pra ser sincero, não importa. Sabemos que, indiferente do que você estava fazendo antes de vir pra cá, essa coisa era, de alguma forma, relacionada com uma cultura estadunidense ou oriunda dela (e se não estava, bem… Só finja que estava e siga o exemplo). Lá, eles fazem coisas completamente diferentes do que nós fazemos aqui no Brasil. E você acha isso normal, você julga isso como algo comum. Tu não sai por ai falando “Nossa, eu não gostei daquele filme lá. Achei muito estranho! Magina que eles foram fazer um churrasco, e só tinha hambúrguer! Quem diabos faz hambúrguer num churrasco?“.
A cultura estadunidense (que faço questão de chamar assim, já que também sou americano e não faço metade das coisas que eles fazem) é tão impregnada no nosso dia-a-dia, que acaba sendo aceita subconscientemente. Nós nem nos questionamos mais quando vemos pessoas comendo bacon no café da manhã, ou correndo pela rua com copos do Starbucks, ou comemorando um feriado em Julho, o mês mais deprimente e sem feriados que existe. Você já se acostumou a lidar com essa diferença. O choque cultural já não é tão grande.
Entenderam onde eu quero chegar? No começo pode ser estranho ver os personagens comendo arroz no café da manhã, ou chamando os conhecidos pelo sobrenome. Pode ser engraçado lidar com todas as garotas usando saia o tempo inteiro, ou casais de namorados morrendo de vergonha de dar as mãos… Mas é uma questão de tempo até você começar a entender que é assim que funciona por lá, e simplesmente passar a aceitar sem levantar questionamentos. Se agora você evita, por se achar a diferentona ali no meio, dê mais uma chance, que você pode acabar gostando.

Como dito acima, esse é apenas o primeiro ponto. Ainda há vários outros para serem levantados, mas que não o faremos nesse post pois depois daquele último sobre a temporada de outono, eu não vou escrever coisas gigantes nunca mais.
Em breve™ teremos mais.