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Cinema

Keanu Reeves dará voz ao Shadow em Sonic 3: O Filme

Foi divulgado pelo The Hollywood Reporter, que o ator Keanu Reeves será a voz de Shadow em Sonic 3: O Filme. 

Shadow, rival do Ouriço Azul, será o principal antagonista da obra, que chega ainda em 2024 nos cinemas. 

O astro que daria voz ao antagonista, estava sendo mantido sob sigilo. 

Sonic, o porco-espinho azul mais famoso do mundo, se junta com os seus amigos para derrotar o terrível Doutor Eggman, um cientista louco que planeja dominar o mundo, ao mesmo tempo que transforma animais inocentes em robôs.

Produtos de Sonic com preços especiais você só encontra na amazon.com.br, confira agora mesmo!

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Cinema

Loucura redobrada! Assista ao primeiro trailer de Coringa: Delírio a Dois

A Warner Bros. Pictures divulgou o primeiro trailer oficial de Coringa: Delírio a Dois, filme que estreia em Outubro de 2024 e que será uma sequência de Coringa, na qual terá Lady Gaga no papel da Arlequina

Após ser internado no Hospital Arkham, Arthur Fleck desenvolve uma estranha obsessão pela Doutora Harley Quinzel, que também se apaixona pelo paciente. Juntos, eles desenvolvem um laço doentio, no qual resulta na fuga de Arthur do Arkham. 

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Séries

Explore o mundo Imperial com o trailer de Star Wars: Histórias do Império

O Disney+ divulgou o trailer de sua próxima série animada situada no universo Star Wars. Confira abaixo:

Uma jornada de seis episódios pelo temível Império Galáctico através dos olhos de duas guerreiras em caminhos divergentes, ambientada em eras diferentes. Após perder tudo, a jovem Morgan Elsbeth navega pelo mundo Imperial em expansão em direção a um caminho de vingança, enquanto a ex-Jedi Barriss Offee faz o que precisa para sobreviver em uma galáxia em rápida transformação. As escolhas tomadas por elas definirão seus destinos.

Dave Filoni é o criador, diretor supervisor e produtor executivo.

Star Wars: Histórias do Império será lançado em 4 de maio.

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Cinema

Muita tensão no primeiro trailer de Silvio, a cinebiografia de Silvio Santos

A Imagem Filmes revelou nesta terça-feira (9) o que poderemos esperar da cinebiografia do icônico Silvio Santos.

Um baú também guarda muitos segredos. Prepare-se para conhecer a verdadeira história de um dos maiores apresentadores do país. 

Silvio Santos é apresentador e empresário, fundador do SBT e proprietário do conglomerado Grupo Silvio Santos, que inclui as marcas Tele Sena e Jequiti. Começou a trabalhar como vendedor e foi para a TV em 1960 apresentar seu primeiro programa, o ‘Vamos Brincar de Forca‘. Em 1975, recebeu concessão para estrear a TVS, que mais tarde viraria o SBT, onde até hoje apresenta o ‘Programa Silvio Santos‘.

Silvio será lançado em 5 de setembro.

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Séries

Enfim, Jon Snow sabe de algo! ”Atualmente, está fora de cogitação”, diz Kit Harington sobre Snow

Demorou, mas finalmente tivemos uma atualização sobre o spin-off que seria focado em Jon Snow.

Kit Harington durante uma entrevista para a Screen Rant confirmou que o derivado não está mais em desenvolvimento.

”Eu realmente nunca tinha falado sobre isso, porque estava em desenvolvimento. Eu não queria que vazasse que estava sendo desenvolvido, e não queria que acontecesse algo onde as pessoas começassem a teorizar, ficando entusiasmadas com isso ou odiando a ideia, quando isso pode nunca acontecer. Porque no desenvolvimento você olha todos os ângulos e vê se vale a pena.”

Kit continuou.

”Atualmente, está fora de questão, porque todos nós não conseguimos encontrar a história certa para contar e que estávamos todos entusiasmados o suficiente. Então, decidimos estabelecer ferramentas por enquanto. Pode haver um momento no futuro em que voltaremos a isso, mas no momento não. Está firmemente na prateleira.”

Snow tinha sido anunciada em 2022 como a sequência de Game of Thrones (2011-2019).

Não teremos Snow, porém a HBO segue com a segunda temporada de A Casa do Dragão com retorno em junho e o segundo spin-off desse universo, O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Cavaleiro Andante, com previsão de estreia em 2025.

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Séries

Ziraldo, o criador do ‘Menino Maluquinho’ e da ‘Turma do Pererê’, morre aos 91 anos

O criador dos icônicos personagens como O Menino Maluquinho e Turma do Pererê, o desenhista e escritor Ziraldo, faleceu aos 91 anos. A família do renomado artista confirmou a notícia na tarde deste sábado (6). Ziraldo partiu tranquilamente durante o sono em sua residência, situada em um apartamento no bairro da Lagoa, Zona Sul do Rio de Janeiro, por volta das 15h.

Ziraldo Alves Pinto veio ao mundo em 24 de outubro de 1932, na cidade de Caratinga, localizada no Vale do Rio Doce, onde desfrutou de sua infância. Seu nome é uma homenagem dupla, combinando o nome de sua mãe, Zizinha, e o de seu pai, Geraldo.

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Séries

Peter Claffey e Dexter Sol Ansell escalados como Sor Duncan, o Alto e Egg em O Cavaleiro dos Sete Reinos

”Sempre que julga que fracassou em algo, ele se lembra de como Sor Arlan de Centarbor, seu falecido mestre, dizia que ele tinha a cabeça tão dura quanto a muralha de um castelo.”

  • O Cavaleiro dos Sete Reinos

Deadline informa que o segundo spin-off de Game of Thrones está tomando mais corpo no que diz respeito ao seu elenco.

O Cavaleiro dos Sete Reinos: O Cavaleiro Andante contará com Peter Claffey e Dexter Sol Ansell nos papéis de Sor Duncan e Egg, respectivamente.

Ambientado cerca de 90 anos antes dos eventos de As Crônicas de Gelo e Fogo, O Cavaleiro Andante acompanha as aventuras de Duncan (“Dunk”), escudeiro de Sor Arlan de Centarbor. Quando o velho cavaleiro morre em seu sono, Duncan o enterra e presta seus respeitos. Cavaleiro e escudeiro se dirigiam a Vaufreixo para um torneio, e Duncan continua seu caminho, planejando competir. No caminho, ele encontra um menino careca chamado Egg, que Duncan toma como seu próprio escudeiro por seu ímpeto. Gelo & Fogo 

 

Egg cuida do cavalo de Dunk. Arte: The Hedge Knight, por Ted Nasmith.

Os contos de Dunk e Egg são o primeiro material complementar do universo de As Crônicas de Gelo e Fogo publicado por George R. R. Martin. Atualmente, três contos existem: O Cavaleiro Andante (The Hedge Knight, de 1998), A Espada Juramentada (The Sworn Sword, 2003) e O Cavaleiro Misterioso (The Mystery Knight, 2010). Gelo & Fogo 

Cronologicamente, é ambientado cerca de 72 anos depois de A Casa do Dragão e cerca de 100 anos antes de Game of Thrones.

Capa: Observatório do Cinema.

A estreia da primeira temporada de O Cavaleiro Andante, adaptando o primeiro conto, será no final de 2025.

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Cinema

Anotem na agenda! Disney lançará Toy Story 5 e The Mandalorian & Grogu em 2026

A Disney resolveu atualizar sua lista de vindouros projetos nos próximos anos.

O The Hollywood Reporter informa as novas datas anunciadas pelo estúdio nesta sexta-feira (5).

 

The Amateur (11/04/2025)

O filme estrelado por Rami Malek e Rachel Brosnahan tinha lançamento previsto em 8 de novembro deste ano.

 

Tron: Ares (10/10/2025)

O filme segue o clássico cult de 1982 (Tron) e Tron: O Legado (2010). Embora os filmes anteriores tenham se centrado em um personagem entrando em um computador, diz-se que o novo filme se passa principalmente no mundo real, enquanto uma inteligência artificial escapa de seus limites digitais.

 

Toy Story 5 (19/06/2026)

A data de lançamento nos cinema esteve entre uma série de mudanças e acréscimos feitos ao calendário de lançamentos da Disney.

 

Moana (10/07/2026)

A versão em live-action foi adiado em um ano (anteriormente previsto para lançamento em 27/06/2025). A mudança acabou dando espaço para o lançamento de Moana 2 em novembro.

 

The Mandalorian & Grogu (22/05/2026)

O criador da série, Jon Favreau, assumiu a função de diretor e contará com o retorno de Pedro Pascal para a primeira produção cinematográfica da franquia desde o lançamento de A Ascensão Skywalker (2019).

Bob Iger disse em 2023 que estavam apostando nas marcas incomparáveis ao anunciar Toy Story 5 como uma série de sequências em andamento, incluindo mais de Zootopia e Frozen.

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Cinema

Drew Barrymore confirma sequência de Um Maluco no Golfe

Deadline informa que a sequência de Um Maluco no Golfe (Happy Gilmore) é realidade.

A revelação foi feita por Drew Barrymore na prévia do episódio de The Drew Barrymore Show.

”Quero isso. Eu preciso disso. E ontem à noite fiquei acordado com minha filha assistindo Billy Madison”, diz Drew no vídeo. ”Enviei a Sandler um vídeo disso, e então ele me enviou outro vídeo, e estou esperando para ver se ele está confirmando o roteiro de Um Maluco no Golfe 2.”

Mais tarde, Barrymore olhou para seu telefone para aparentemente confirmar que a sequência vai acontecer. ”Acabou de chegar, tenho notícias de última hora”, diz ela. ”Direi apenas isto, da minha fonte, que está em andamento.”

Ela reafirma: ”Há um processo, e esse processo está em andamento”.

A atriz se inspirou para perguntar sobre o projeto depois que Christopher McDonald, que interpretou o vilão Shooter McGavin na comédia de golfe de 1996, disse a ela que Sandler lhe mostrou um roteiro para a sequência.

”Eu vi Adam há cerca de duas semanas e ele me disse: McDonald, você vai adorar isso”, disse ele ao Ken Carman Show da rádio Cleveland. “Eu disse o que?’ Ele diz: Que tal isso? e me mostra o primeiro rascunho de Um Maluco no Golfe 2. Talvez você devesse cortar isso, porque não quero ser um mentiroso, mas ele me mostrou isso e pensei: Bem, isso seria incrível. Então está em andamento. Os fãs exigem isso, droga!”.

Happy Gilmore quer ser um jogador profissional de hóquei, mas acaba descobrindo que tem um talento muito especial para jogar golfe. O satírico e desbocado atleta acaba ganhando dinheiro suficiente para poder ajudar a sua avó, que está prestes a perder a casa por falta de pagamento de impostos. O problema é que esse maluco se torna um herói improvável para o esporte, o que desagrada bastante os golfistas, tão educados e elegantes.

Um Maluco no Golfe 2 não possui mais detalhes.

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Quadrinhos Torre Entrevista

Torre Entrevista | Paul Kirchner

Existem artistas que focam em apenas uma forma de exprimir sua arte; outros, preferem experimentar vários mercados. Por isso, acabam tendo uma carreira de certa forma peculiar no mundo das Histórias em Quadrinhos. Um deles é Paul Kirchner que, em sua recente passagem pelo Brasil, veio principalmente divulgar Ônibus, seu mais recente trabalho editado no mercado nacional, pela Risco Editora. Em entrevista exclusiva à Torre de Vigilância, conversamos não só a respeito de Ônibus, mas também uma retrospectiva de sua carreira em mais diversas formas de arte e planos para o futuro. Confira!

 

Ônibus é uma obra surreal sobre um veículo que, no cotidiano, transporta diferentes histórias pessoais dentro dele. De onde veio a ideia de tornar cenário de uma História em Quadrinhos um componente do nosso dia-a-dia?

Bem, o que acho que faz o surrealismo funcionar é colocar como palco algo que as pessoas podem facilmente identificar e fazer algo bem incomum com isso. Por isso, quando inicialmente alguém vê a premissa de uma HQ que mostra um cidadão comum pegando um ônibus, muitos podem pensar que algo entediante e previsível vem aí. A possibilidade de mexer com a normalidade da cena acaba sendo o mecanismo principal.

Ônibus, de Paul Kirchner. IMAGEM: Riscoeditora.com

Surrealismo sempre esteve entre os temas abordados da revista Heavy Metal, como em A Mão Verde, de Nicole Claveloux e Édith Zha. Como você vê o surrealismo especificamente nos quadrinhos? Em filmes, quadros e etc. é muito comum tirar várias interpretações deste movimento artístico, você pensa da mesma forma?

Também, mas o que gosto em adição ao surrealismo é sobre colocar mais uma camada de entendimento no campo psicológico que vai além da interpretação literal. Fazendo da forma surrealista, a mesma interpretação pode tornar-se mais atraente. Por exemplo: em uma das primeiras histórias que fiz de Dope Rider o personagem entra em um saloon e é confrontado por cowboys durões, mas o protagonista é basicamente um esqueleto e os antagonistas são lagartos do deserto. Se eu fizesse a história com humanos, em qualquer faroeste poderia ser encontrado um produto similar, mas eu quis brincar com todas as possibilidades. Especialmente neste meu período na revista High Times fazendo Dope Rider as histórias com frequência tinham temáticas que à priori pareciam ser simples no mundo do faroeste, como ser um forasteiro num lugar novo, se envolver em um problema enfrentado pelos habitantes da região e quererem te enforcar… assim é fácil. Mas quando se adicionam outros elementos, embora não autoexplicativos, faz com que o leitor pense mais a respeito do que está lendo. Apesar disso, muitas pessoas não entendem bem o que se é transmitido. Tenho um amigo que não tem muita imaginação e me diz: “Poxa, estas histórias não fazem sentido algum!” e eu respondo: “Você não faz ideia de quanto eu trabalho para dar vida à essas HQs. Se eu quisesse que o entendimento fosse instantâneo seria muito mais fácil para eu desenhá-las!” mas há muito esforço depositado.

Dope Rider, de Paul Kirchner. IMAGE: Lesea.fr

Além de quadrinista você já fez ilustração publicitária, design de bonecos… você não tem uma “arte dominante”. Como realizar vários tipos de arte influenciam você em outras mídias? Por exemplo: como fazer design te traz ideias para os quadrinhos?

Na verdade, é mais uma sequência de eventos do que tudo ao mesmo tempo. Quando comecei nos quadrinhos e conhecia um executivo de uma fabricante de brinquedos que me perguntou se eu gostaria de trabalhar na área. Na época, eu tinha prazos muito apertados para fazer meus quadrinhos e ainda por cima não estava sendo bem recompensado financeiramente, o que me fez procrastinar. Quando fui para o design, recebi novas atribuições que me ajudaram a otimizar o meu trabalho e desenvolver minha criatividade. Não era como, por exemplo, trabalhar em um banco. Nos brinquedos, queriam ouvir as minhas ideias e queriam que eu colocasse em prática a minha criatividade. Da indústria de brinquedos, fui para a publicidade porque queriam alguém que tivesse a capacidade de ilustrar campanhas, e aí que eu entrei: fazendo storyboards, o que considero bem parecido com fazer tirinhas de quadrinhos. Portanto, em determinados momentos todas essas mídias têm algo em comum. Mas também há diferenças: na publicidade eu tinha um trabalho fixo, não freelance como nas HQs. Mas as coisas mudaram na publicidade e decidi voltar a fazer mais quadrinhos.

Curiosamente, a próxima questão é justamente sobre isso: do meio dos anos 90 até por volta de 2010 você teve um grande hiato nos quadrinhos. O motivo foi justamente esse?

As coisas na publicidade se alteraram com o tempo e quando parei de ter um trabalho fixo na área comecei a desenvolver depressão. Além disso, na época em que eu fazia storyboards para publicidade, eu não tinha a mesma disposição para ao mesmo tempo desenhar HQs. Então, nessa época preferi escrever livros. Entretanto, na última década preferi voltar aos quadrinhos, fazendo HQs mais longas e tirinhas, como uma nova chamada Hieronymus & Bosch além de voltar com Dope Rider e contribuir novamente com a High Times. Não há como dirigir 100% nossas vidas. Às vezes as coisas acontecem; já outras vezes, não.

Neal Adams, por exemplo, foi um artista mais voltado ao mainstream, tanto em sua forma de contar histórias quanto de desenhar. Mesmo iniciando sua carreira junto a ele e Wally Wood, por que resolveu seguir um caminho diferente, uma vez que as suas HQs são de um gênero mais alternativo?

Eu não gosto tanto de super-heróis, é um universo que não me atrai com a mesma força que outros segmentos. Outro elemento é que eu sempre gostei de desenhar páginas em formato maior, no mínimo o dobro do tamanho o qual o material é escolhido para ser impresso, e nos quadrinhos estadunidenses quase sempre temos que desenhar a arte em A3, que é somente 50% maior que a versão impressa. Me sinto muito engessado desenhando dessa forma e isso acaba não me fazendo sentir confortável para extrair o melhor que posso da história. Então, esses foram alguns dos motivos.

Exemplo de arte original de Paul Kirchner, em formato A2 (42 x 58 cm). IMAGEM: zicbul.fr

Pelo seguimento mais padronizado mesmo? Mais algo a acrescentar?

Também há, por exemplo, artistas incríveis como Alex Toth em que várias histórias, apesar da arte deslumbrante, possuem narrativas mais insípidas, com narrativas que são mais do mesmo. Para mim, é uma pena ver casos de artistas como ele cujo conteúdo do roteiro de determinadas histórias não condiz com a qualidade de sua arte. Então, sempre preferi evitar isso e fazer minhas histórias por conta própria. Além disso, na grande indústria de quadrinhos, muitas vezes o personagem acaba pertencendo à editora, não importa o quanto você se dedicou a cria-lo. Por esses fatores, preferi ser o meu próprio patrão.

Fico feliz que anteriormente você tenha citado sua criação mais recente, Hieronymus & Bosch, pois é o tema da nossa última pergunta: é uma tira de página inteira cujo título é baseado no pintor homônimo, certo?

Sim. Há muitos anos sou fascinado pela arte de Hieronymus Bosch, minha favorita é O Jardim das Delícias Terrenas, uma pintura de grande paisagem dividida em três partes. Mais precisamente, a parte que mais gosto é a terceira, que retrata o inferno…

O Jardim das Delícias Terrenas, de Hieronymus Bosch. IMAGEM: Wikipedia.org

 

Conhece a banda Fleet Foxes? O primeiro álbum é justamente uma ilustração de Bosch!

Sim! Realmente muita gente se inspira nas pinturas dele. Ao criar Hieronymus & Bosch pensei em criar algo ambientado justamente naquele mundo. Começou de forma despretensiosa, porque percebi que era melhor eu fazer as coisas do meu jeito, usando minhas próprias fantasias. Por isso, o que eu trouxe de mais forte foi o nome dos personagens, que consistem em Hieronymus, um condenado à passar a eternidade nas profundezas do inferno, e Bosch, um pato de madeira que ele carrega a onde quer que vá. O período em que considerei apropriado em ambientar a história seria no Século XVI. Curiosamente, eu pesquisei o tipo de roupas que as pessoas usavam nesta época, mas muitas pinturas que retratavam o inferno no mesmo período as pessoas sempre apareciam nuas [risos]! Então pensei “Não, não funcionaria fazer uma tira tão miserável assim…” ainda mais porque a ideia que temos de inferno hoje em dia é bem diferente do período medieval. Naquela época, qualquer pisada fora da linha era sinônimo de sofrer por toda a eternidade, o que acho que não funcionaria em uma tirinha mais humorística. O Inferno que criei é mais baseado em frustração, irritação e humilhação, experiências que podemos viver em nosso cotidiano.

Curiosamente, o próprio pintor Hieronymus Bosch foi uma grande influência para expoentes da arte surrealista, como Max Ernst e Salvador Dalí! É só uma coincidência ou tem alguma relação com o seu próprio surrealismo?

Eu gosto muito do [René] Magritte e [Salvador] Dalí. Também fui influenciado por M. C. Escher. Adoro suas formas de perspectiva além de suas indiscutíveis qualidades referente à técnica. De Dalí eu me influencio mais pela admiração da arte, uma vez que o conteúdo das suas pinturas é mais levado ao campo dos sonhos, um tanto diferente dos meus.

Para finalizar, Hieronymus & Bosch possui um estilo de arte mais clássico, diferente dos seus trabalhos anteriores. Esse é o novo estilo que pretende trilhar ou no futuro pode adotar ou até retornar a um estilo diferente?

Me interesso em produzir histórias que o público pode acompanhar. Quando comecei essa tirinha foi muito estranho pois eu não tinha a mínima ideia de qual seria o público-alvo, quem gostaria de ler ou pagar para ter o material. Mas depois que eu já tinha uma quantidade expressiva de tiras eu fui contatado pelo site do Adult Swim, que tem um espaço destinado a quadrinhos. Com isso, passei a publicar as tiras por lá e fui muto bem remunerado. Ironicamente, isso foi uma “bênção” para uma tirinha ambientada no inferno. Mas agora voltei a fazer novas histórias para a High Times do já citado Dope Rider, o mesmo personagem que criei nos anos 70. Portanto, acho que não volto mais a fazer tirinhas de Hieronymus & Bosch, acho que já fiz tudo o que queria fazer com eles.

Mas o futuro do seu traço continua em aberto?

Creio que é necessário de certa forma disciplinar o seu subconsciente em um determinado caminho que é propício a te dar ideias. O que estou produzindo agora é o que tenho a possibilidade de obter novos planos. Na época em que dei  fim a Hieronymus & Bosch eu nunca mais tive ideias que se encaixavam nessa tira porque pensei “Ok, é um ponto final”. Já agora, voltei para Dope Rider e toda vez que deito em minha cama penso “Qual é o próximo passo para Dope Rider? O que ele pode fazer?” e daí florescem novas ideias. Eu não sei exatamente como essa coisa [de brotar novas ideias] funciona, mas ao menos sigo algumas dicas que funcionam [risos].


Fiquem ligados para mais matérias, artigos e entrevistas aqui mesmo na Torre de Vigilância! Até a próxima!