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Análise | Until Dawn, primeiras impressões

Escrito por Luan Oliveira

Inicialmente anunciado para o PS3, Until Dawn, utilizaria recursos do PlayStation Move. Um trailer foi exibido durante a Gamescom de 2012, porém o projeto não foi para frente. Felizmente, em 2015, foi desenvolvido pela Supermassive Games e publicado pela Sony Computer Entertainment, Until Dawn entra no mercado entre os grandes títulos da marca, apostando em novas tecnologias que permitem um aproveitamento maior do novo hardware. O game promete colocar os jogadores diante de situações complexas, onde as escolhas determinam o rumo da narrativa e dos personagens controlados.

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Você já se encontrou assistindo à algum filme de terror/suspense pensando em várias perguntas ou exclamações como, por exemplo, “Por que diabos, eles estão indo por esse caminho?”, “Pare, por ai não!” ou até “Esse vai ser o primeiro a morrer!”? Você é fã de filmes como Halloween, Pânico e Eu sei o que vocês fizeram no verão passado?

Bom, se as respostas para as duas perguntas anteriores foram “Sim” ou apenas pra uma delas, ou se você é fã de videogame e adora explorar novas narrativas e jogabilidade, então Until Dawn é o jogo perfeito para você, te colocando em situações típicas de personagens de filmes de terror, e mostrando que, mesmo que o seu instinto de sobrevivência, sua vontade de viver sejam significantes, nem sempre são o suficiente para lhe manter vivo. Para interpretar os personagens do game, foram escalados para os papéis principais um cartel de atores conhecidos dos seriados, filmes e produções cinematográficas, Hayden Panettiere (Heroes e Nashville), Brett Dalton (Blue Bloods e Agents of S.H.I.E.L.D.), Galadriel Stineman (Ben 10: Alien Swarm), Rami Malek (Uma Noite no Museu 1, 2 e 3), , Noah Fleiss (A Ponta de um Crime), Nichole Bloom (Projeto X- Uma Festa Fora de Controle e Teen Wolf), Meaghan Jette Martin (Camp Rock 1 e 2 e 10 Coisas que Eu Odeio em Você), e a participação de Peter Stormare (Anjos da Lei 2) no papel do psicólogo Dr. Hill, que conversa com uma figura misteriosa durante o jogo.

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Sem entregar muito sobre o jogo, e acabar dando spoilers desnecessários, a premissa principal de Until Dawn é a reunião de 8 jovens em um chalé na montanha, onde eles estão juntos para tentar superar um acidente que aconteceu no mesmo local cerca de um ano antes. “Mas, o que poderia dar errado?”, deve ser o que muitos estão se perguntando agora. Bem, o desenrolar dessa história quem decide é você, suas escolhas irão decidir o destino de cada um dos jovens personagens (sim, dos 8 protagonistas), que tanto podem acabar o jogo vivos, como mortos, ou apenas alguns deles.

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Mesmo controlando durante o gameplayos 8 personagens, quem acaba roubando a cena no decorrer do jogo é o incrível “efeito borboleta” que adapta a famosa teoria de um meteorologista, matemático e filósofo estadunidense, Edward Lorenz como principal elemento da trama, onde nossas escolhas farão com que seguimos caminhos diferentes na continuidade da narrativa, ou seja, cada opção poderá abrir caminhos diferenciados e influenciar em futuras ações. Algo parecido como o que acontece em Heavy Rain ou The Walking Dead, uma decisão tomada no instante terá consequências imediatas ou influenciará o que acontecerá no futuro, muitas vezes em proporções inesperadas que podem se mostrar devastadoras.

Mas, claro, não é toda e qualquer decisão que causará um efeito devastador e complexo como esse. Algumas delas, como os Quick Time Events (QTEs) acontecem em vários momentos durante a jornada, principalmente se você optar por escolhas mais fáceis onde os QTEs aparecem como forma de aumentar o nível de dificuldade de progressão na história. Mas o jogo não deixa claro o que muda ou o que não muda, então, você tenta seguir o que acha que é correto para evitar desastres maiores, pois funciona como um save progress pois o jogo não permite que você salve em um ponto de decisão, para depois “ver o que dá” e acabar voltando e mudando sua escolha anterior.

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O jogo tem um gameplay humilde em relação as outras grandes franquias, cerca de 10horas de jogo e escolhas, porém esse tempo pode se estender caso você queira descobrir todas as possíveis ramificações que o jogo lhe propõe. Por acabar assimilando as pequenas decisões, que parecem ser insignificantes de início, o jogo resulta em uma experiência divertida e ao mesmo tempo realista, fazendo sentir o real peso das nossas ações e decisões.

O jogo peca um pouco em questões de gráfico, não que sejam ruins, mas não conseguem acompanhar o bom nível que o jogo nos entrega, ou está disposto a tal. Em certos momentos percebemos alguns movimentos limitados por parte dos personagens, assim como a tentativa falha de recriar expressões faciais. Entretanto se Until Dawn não possui os níveis gráficos que prometeu, ele entrega um jogo de câmeras que deixa muitos filmes de grande orçamento na sola do sapato. Durante o jogo você tem a constante sensação de ser vigiado e perseguido o que causa certo “desconforto”, mas isso não vem gratuitamente, muito pelo contrário, destaques de um excelente estudo de narrativa. E tudo isso seguido de uma trilha sonora excepcional. Além de possuir excelentes dublagens (áudio original), Until Dawn possui localização total para nosso idioma, inclusive dublado em PT-BR, ou seja, você pode mesclar. Sendo possível jogar tanto dublado em inglês e com legendas em português do Brasil, ou com legendas em inglês e dublagem brasileira, agradando geral.
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Until Dawn não possui modo multiplayer, seja online ou off-line, se resumindo apenas à campanha. No entanto, ele possui uma série de colecionáveis que você pode adquirir enquanto realiza a campanha, que proporcionam o esclarecimento dos mistérios do jogo, entre eles totens que revelam o futuro com uma cena rápida. Deixando que o próprio jogador interprete-a e faça por conta própria sua escolha seguinte.

VEREDITO:

Melhor do que era esperado, o jogo possui uma história interessante que merece ser conferida, mas a expectativa pelo final acaba estragando a experiência, e não espere por sustos bem elaborados, mas espere por momentos de desconforto. O gameplay é simples, e a mecânica de jogabilidade é bem fluída e fácil. Intercalando momentos excepcionais e outros nem tanto, o efeito borboleta brilha muito durante as 10 horas de gameplay. É o tipo de game que pede para ser jogado mais de uma vez, para que você volte e faça escolhas diferentes, até mesmo as mais insignificantes. Until Dawn então é um jogo bom, mas pouco aproveitado em seu máximo, sendo que se fosse um jogo de mídia digital, seria muito melhor.

Pontos fortes:

  • Ambientação
  • Trilha sonora
  • Ângulos de câmeras
  • “Efeito Borboleta”
  • Exploração
  • Finais Alternativos
  • Dublagem
  • Jogabilidade

Pontos fracos:

  • Variações bruscas de gráfico
  • Expectativas altas para o final
  • Gameplay curto
  • Sustos mal elaborados

NOTA FINAL: 7,0

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Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore