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Análise | DOOM

Escrito por Luan Oliveira

Após 13 anos e muita espera, a id Software junto com a Bethesda trouxeram Doom para os vídeo games da nova geração.

O jogo retorna, e traz aquilo que pretende ser o reboot completo da icônica série iniciada no longínquo ano de 1993, e, melhor ainda, pela mão da mesma produtora. Os jogadores mais antigos com certeza se lembram do jogo pela suas visitas aos confins de Marte, pela presença dos demônios malditos e a sua violência e doses generosas de sangue.

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Assim como uma história envolvente, o desenvolvimento de personagens nunca foi uma preocupação em Doom, e nisso a id Software, acertou. Você jamais encontrará um protagonista tão simples e genérico quanto esse, e isso para os fãs é algo para glorificar. A trama principal não dura muito e é contada por meio de diálogos e cenas bem construídas, em nenhum momento o gameplay é interrompido por cutscenes desnecessárias. O jogo simplesmente começa, não há nada que explique porque estamos ali, ou como fomos parar nesse lugar. Tudo o que sabemos é o de sempre, temos que matar todos os demônios que cruzarem o nosso caminho.

Os detalhes da história não estão jogados de forma aleatória no game, para descobrir um pouco mais sobre o que está acontecendo, você deve vasculhar os ambientes em busca de itens e informações, assim deixando o foco no enredo para segundo plano.  O foco aqui continua sendo o frenético ritmo do gameplay, carregado de sangue alien, suor e demônios grotescos.

E uma novidade que foi muito bem vinda, pela primeira vez na franquia, Doom chegou totalmente localizado, com vozes e legendas em português. Um trabalho de dublagem impecável, que contou com dubladores profissionais, conduzindo o jogo a um patamar cinematográfico.

O novo Doom mantém a insana jogabilidade que o consagrou como um dos melhores jogos shooter da década de 90. O sistema de combate é, definitivamente, um dos pontos mais altos de Doom, visto que há uma grande variedade de armas e as possibilidades de ação são praticamente infinitas.

Neste tipo de jogo, o gunplay é essencial. E nesse, Doom não foge às regras nem às suas raízes. As armas têm um peso e impacto crível, mas claro, mantendo a dose de fantasia. Por se tratar definitivamente de um shooter old-school, os armamentos não possuem assistência de zoom, ou botão de recarregar o pente. No entanto, você tem à sua disposição uma gama de finalizações, que podem ser realizadas para estripar, dilacerar e decapitar as crias do Inferno. Além de poder jogar com a clássica moto-serra, mesmo que ela possua um tempo de uso limitado, a nostalgia toma conta.

Esta diversidade de armas permite ao jogador escolher o equipamento que melhor se adapta ao seu estilo de jogo, entretanto nenhuma delas possuem verdadeiramente um diferencial significativo ou um nível específico.

Mesmo que não se tenha um leque variado de ambientes, e por muitas vezes tenhamos uma estranha sensação de déjà vu, Doom consegue capturar a essência do shooters horror, caprichando nas texturas, nas sombras e principalmente, na iluminação. Para melhorar um pouco a situação Doom oferece uma ferramenta que funciona basicamente como um criador de mapas, fazendo modificações robustas e criando fases cooperativas, o usuário compartilha com a comunidade seu mapa, e pode baixar projetos, feitos por outros jogadores.

Os efeitos visuais estão incríveis, tanto dentro quanto fora da base, como nas cavernas e nos corredores claustrofóbicos do Inferno. E para melhorar, a parte sonora de Doom é uma linha do tempo que nos leva ao passado, com seus efeitos de tiros rítmicos e impactantes, sendo conduzidos pela trilha sonora que se tornou uma das marcas registradas da franquia.

 

Em termos de criaturas, a diversidade é relativamente aceitável. À medida em que avançamos no jogo, vão aparecendo inimigos maiores, e mais feios. Rapidamente devemos nos adaptar e perceber qual a melhor forma de matar cada um dos diferentes tipos de demônios, caindo na questão da adaptação de armas, onde podemos realizar massacres com mais facilidade.

Durante a gameplay foi adotado uma novo sistema chamado Glory Kills, nele além de realizarmos massacres brutais, somos recompensados com health packs, que são de grande ajuda aqui, já que em Doom, não há lugar para descanso e recuperação de vida, ou seja desde o início do jogo somos condicionados a não fazer a travessia do mapa do ponto A ao ponto B da forma mais rápida possível, o ideal é mesmo abordar todos os inimigos cara-a-cara e sem receio.

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Em relação ao modo multi-player, não temos o que comemorar, pouco mudou desde a versão beta.

De longe vemos a diferença de potencial do modo single-player para este. O jogo é rápido, mas não frenético, acima de tudo é desequilibrado e nenhum pouco satisfatório. Neste quesito, Doom não se mantém fiel às origens, procurando beber muito daquilo que são os shooters modernos, o que torna este modo algo confuso e sem sentido diante de toda estrutura montada para o roots.

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VEREDITO:

Doom entrega tudo o que promete, mas pode decepcionar os fãs que esperavam os sustos de Doom 3, sendo uma bela homenagem aos 2 primeiros jogos da franquia. Como jogo singleplayer, faz jus ao título, além de nos transportar para uma era onde os shooters eram apenas sobre violência. Brutal e visceral, Doom é melhor representante old-school da nova geração. Sem perder a estética ou fugir da origem noventista que consagrou a franquia. O jogo traz uma campanha parruda e conteúdo de sobra para manter o usuário entretido, empenhado em destruir o Inferno.

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Doom está disponível nas plataformas; PlayStation 4, Xbox One, Microsoft Windows

 

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Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore