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#Alive: Isolamento Social e o Apocalipse Zumbi

Alguns anos atrás, o cinema sofreu com uma saturação de filmes com a temática de apocalipse zumbi. Todo ano havia em média de três a quatro filmes do gênero, em conjunto com as adaptações da franquia de jogos Resident Evil, onde todos apresentavam a mesma fórmula e os mesmos clichês. Junto a isso, a série The Walking Dead contribuiu para o processo. Claro que mesmo com esse excesso, havia alguns bons filmes sendo lançados. Quando a temática deu uma esfriada, tivemos bons lançamentos como Guerra Mundial Z (2013) e o longa sul-coreano Invasão Zumbi (2016) – que, em breve, receberá uma continuação aqui no Brasil.

#Alive também é um longa sul-coreano que apresenta uma premissa bem interessante e diferente, mas que infelizmente cai no clichê durante a exibição.

Alive tem um problema que fãs da Netflix não conseguem ignorarEm #Alive um misterioso vírus começa a se espalhar por Seul e este é responsável por transformar as pessoas em zumbis. Enquanto isso um jovem que, de certa forma, vive recluso jogando videogames em seu quarto precisa sobreviver dentro de seu apartamento. De início, o jovem utiliza toda a tecnologia disponível em seu quarto para investigar a situação e se manter em isolamento na espera de que tudo passe – sendo esta, inclusive, uma situação parecida com a que o mundo vive desde março com o surto da covid-19.

A forma como o roteiro retrata o vírus é bem interessante pois o telespectador não tem conhecimento sobre ele de forma direta, e sim através de noticiários, fazendo com que haja uma certa identificação com o protagonista. Afinal, da mesma forma que ele, nós que estamos assistindo também não sabemos o que está acontecendo fora do apartamento. Além disso, o longa trabalha com o uso da tecnologia para mostrar como seria um apocalipse zumbi nos dias atuais e mostra as consequências do isolamento social provocadas no decorrer do longa.

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No segundo ato, ainda, há a introdução de uma segunda personagem que lida com o apocalipse zumbi utilizando instrumentos clássicos como binóculos e outras ferramentas para sobreviver. De certa forma, ver esse paralelo e a forma na qual ambos os personagens interagem e lidam com a situação de maneiras diferentes são bem interessantes e bem trabalhadas pelo diretor.

Infelizmente, a partir do terceiro ato, o longa cai no clichê e se torna, em uma sequência, um filme de ação com uma conclusão previsível. Entretanto isso não tira o mérito do filme e nem estraga a experiência, apenas reduz o seu potencial de ir além em seu final.

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Então, é bom?

#Alive é um filme do gênero que inicialmente quebra um pouco do clichê que todo longa apresenta ao retratar a sobrevivência em um apocalipse zumbi. Entretanto, durante o seu terceiro ato, muda totalmente de gênero e recebe uma conclusão previsível e já vista em diversos filmes anteriores. A premissa do longa é muito interessante e bem trabalhada nos seus dois primeiros atos, mas no fim cai no que já vimos sempre – que é bem triste, pois havia bastante potencial para progredir a história se baseando nessa ideia inicial. Por fim, é um excelente filme do gênero para assistir e se divertir na Netflix, observando inclusive que ultimamente os melhores longas sobre zumbis são sul-coreanos.

Nota: 3.5/5

Por José Victor

Estudante de Odontologia durante o dia, produtor de conteúdo durante a noite e redator por aqui nas horas vagas.