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Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis Homenageia a Mitologia Chinesa em uma Trama de Origem Genérica

Os Dez Anéis já apareceram brevemente no universo cinematográfico da Marvel em 2008, sendo a organização terrorista responsável pelo sequestro de Tony Stark e sua ascensão como Homem de Ferro – e o resto da história, já sabemos. Logo depois, retornou no terceiro filme do herói através do falso Mandarim, este responsável pela grande insatisfação dos fãs com o título.

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Após todas as críticas feitas ao Homem de Ferro 3, o estúdio decidiu se redimir e apresentar corretamente a organização, além de introduzir o tão querido Mestre do Kung Fu pela primeira vez no audiovisual e no MCU, marcando o primeiro filme do gênero cujo o herói protagonista e grande parte do elenco são asiáticos – além, é claro, de representar a mitologia chinesa em sua exibição.

Um breve resumo sobre quem é o personagem e sua história: Shang Chi, também conhecido como Mestre do Kung Fu apareceu pela primeira vez em 1973 na Special Marvel Edition #15, quando as histórias em quadrinhos ainda estavam em sua era de bronze e quando o audiovisual era marcado pelos famosos filmes de lutas marciais. O herói tem origem em Honã, na China, e é filho do criminoso chinês Fu Manchu. Treinado desde pequeno nas artes marciais, Shang Chi se opõe a tudo que seu pai acredita e segue o caminho da justiça, conhecendo ao longo de diversas histórias os heróis mais famosos da editora, e se unindo a eles em outros arcos.

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Pois bem, a história de Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis mostra a origem da organização e como ela se tornou famosa com o passar dos anos. Junto a isso acompanhamos também Shang Chi, filho do chefe dos Dez Anéis que foge e procura viver sua própria vida. Entretanto, tudo muda quando seu pai o encontra e quer que o mesmo assuma seu lugar na organização. De certa forma, a trama procura se redimir com o público após a versão patética do Mandarim exibida em Homem de Ferro 3 e explorar toda a história da organização através da origem do herói.

O roteiro é bem simples e apresenta uma história de origem genérica e sem grandes surpresas, entretanto acaba funcionando graças a direção de Destin Daniel Cretton e ao carisma dos protagonistas Simu Liu (Shang Chi) e Awkwafina (Katy). A direção de Cretton torna a narrativa leve e fluída mesmo diante de um roteiro genérico, executando bem o que é proposto dentro da argumentação. Além disso, o longa apresenta também um ritmo inconstante graças aos flashbacks presentes ao longo da história – mesmo que estes sejam úteis na narrativa e no conhecimento da origem de Shang, mudam o tom do filme e parece que estão apenas soltos dentro dele.

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Outro problema do longa também é a inconsistência dos atos: enquanto o primeiro ato consegue estabelecer bem o protagonista e o rumo que a trama tomará, o segundo se torna arrastado e lento demais para que sua transição ao terceiro seja abrupta e resulte na batalha final. Essa quebra de tom provocada pelo segundo ato prejudica um pouco a experiência com o longa, mas nada que agrave o contexto geral.

Infelizmente todas as surpresas presentes no longa já foram divulgadas previamente nos trailers e nos spots do título, sendo a principal delas a aparição do vilão Abominável – esta que, diga-se de passagem, não acrescenta em nada na trama. De modo geral, o filme tem uma história simples e genérica que funciona graças a narrativa bem estabelecida e ao carisma dos personagens que é responsável por cativar o público.

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O grande ponto positivo do filme são as cenas de luta, excelentes e bem coreografadas. Neste filme as lutas não são editadas e cortadas em todos os pontos, o que faz com que o telespectador sinta cada golpe em sequências de lutas bem executadas e dinâmicas. Junto a isso, os efeitos visuais do título estão ótimos e fazem com que o longa se consolide como uma bela homenagem da Marvel aos filmes de artes marciais presentes ao longo da história do cinema.

Junto a isso, o elenco entrega o carisma ideal para que o telespectador se preocupe com seu desenvolvimento. A comediante Awkwafina rouba a cena diversas vezes como alívio cômico e apresenta uma química incrível com o protagonista, sendo a relação de ambos o equilíbrio perfeito do longa. Um único problema no elenco em si é a presença de Ben Kingsley como o ator que foi responsável por interpretar o Mandarim em Homem de Ferro 3.

A aparição do personagem que era pra ser breve apenas para justificar que fim o mesmo teve após o curta All Hail the King se torna forçada ao tentar se encaixar como mais um elemento de alívio cômico desde o segundo ato até o término do longa. De certa forma não souberam trabalhar o número de vezes que o personagem deveria aparecer na tela e o tornaram repetitivo e enjoativo até o fim.

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Então, é bom?

Por mais que apresente uma trama de origem genérica e com poucas surpresas, Shang Chi e a Lenda dos Dez Anéis consegue cativar o público através dos seus protagonistas e entrega uma homenagem ao cinema de artes marciais com cenas de luta bem coreografadas e com excelentes efeitos visuais, sendo um prato cheio aos fãs dos longas de ação. Além disso, cumpre seu papel introduzindo o herói ao universo cinematográfico e diverte o público do início ao fim.

Nota: 3/5

Por José Victor

Estudante de Odontologia durante o dia, produtor de conteúdo durante a noite e redator por aqui nas horas vagas.

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