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Crítica | Logan

Escrito por Thiago Pinto

Sintetizando tudo o que Hugh Jackman tem falado do filme: “Não é sobre o herói Wolverine, mas sobre o homem Logan.” Isso define muito bem a despedida do ator como Wolverine, um desfecho violento e espetacular.

James Mangold parecia estar se preparando para fazer um filme como este. A violência que a selvageria das histórias do Wolverine requisitavam finalmente estão na tela. Braços decepados, cabeças caindo e garras sangrando dão vida própria à Logan. Parecia ser o que faltava para deixar os próprios atores, roteiristas e diretor confortáveis para tomarem decisões e fazerem um ótimo trabalho.

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Wolverine, Laura (X-23) e Charles Xavier são os personagens centrais da trama. Começando por Hugh Jackman… finalmente. Para se dizer a verdade, Hugh Jackman nunca foi o verdadeiro problema em seus filmes anteriores, mas algo faltava. Enfim, depois de 17 anos no papel, ele consegue aprofundar ainda mais seu personagem e entregar o Logan/Wolverine definitivo das telonas, mais agressivo e humano.

Dafne Keen é a carinha mais promissora do futuro universo X-Men. Além de se encaixar perfeitamente no papel, Keen tem uma ótima química com os outros atores, principalmente Patrick Stewart. Se Jackman entregou o Wolverine definitivo, Stewart constrói o Professor Xavier definitivo com muita dramaticidade e competência.

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Em relação aos outros personagens, Caliban (Stephen Merchant) andou meio apagado nos trailers e, apesar de sua importância na história, não impressiona muito. Porém, algo que que se destaca é o grupo dos Carniceiros, liderados por Donald Pierce (Boyd Holbrook). No momento em que todos os blockbuster’s e filmes de heróis colocam vilões grandiosos capazes de destruírem o país e o planeta, os Carniceiros só têm o objetivo de finalizarem sua missão e irem para casa. Talvez a simplicidade seja o segredo de uma boa história.

As músicas Hurt (Johnny Cash) e Way Down We Go (Kaleo) escolhidas para os trailers foram essenciais para Logan receber uma alta receptividade do público. Entretanto, no filme, as trilhas são apagadas, sem nenhum ápice. Já nas partes técnicas de fotografia e maquiagem, o filme é brilhante em tratar seus personagens e cenários como uma obra-prima.

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Desde X-Men: O Filme (2000), Logan foi construído como um personagem solitário, violento e sem sentimentos. Mangold traz todo o discurso de volta e coloca o personagem em debates sobre o que é fazer parte de um grupo de pessoas que se amam? E tudo orquestrado por diálogos inteligentíssimos do Professor Xavier e de Logan. Não é sobre ser um bom herói e salvar o mundo, mas ser um bom homem e proteger o que é seu.

Mangold e Jackman se reúnem pela última vez para trazer Logan ao público. Este que além de ser a obra definitiva do Wolverine, é um dos melhores filmes de super-heróis já feitos. Sangue, suor, coragem e lágrimas compõem Logan. Uma excelente despedida do ator Hugh Jackman, que há 17 anos honra seu personagem.

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Sobre o Autor

Thiago Pinto

‘’E quando acabar de ler a matéria, terá minha permissão para sair’’

-Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge (2012)