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Análise | No Man’s Sky

Escrito por Luan Oliveira

No Man’s Sky é um jogo de ficção científica com elementos de aventura e sobrevivência, desenvolvido e publicado pelo estúdio independente Hello Games.

No Man’s Sky teve muito hype e expectativa em torno do seu desenvolvimento. Durante anos, os fãs têm especulado sobre o que o jogo é, o que poderia ser e como ele mudaria todas as nossas vidas, tudo isso pelo fato que sua desenvolvedora, a Hello Games, ser uma equipe pequena e como, de maneira incrível, criou um universo com escalas, descobertas e liberdade de exploração fora do comum.

Agora, é claro, além da própria desenvolvedora ser responsável pelo Frankenstein Hype, a Sony também tem um pé nessa expectativa; entretanto quem mais deu auxílio a todo esse hype fomos nós. A cada novo trailer que era lançado, nossas expectativas eram levadas ao extremo, mas foi alguns meses antes do lançamento, que chegamos a uma ideia do que o jogo realmente é, e agora sabemos exatamente o que temos em mão.

No Man’s Sky é um jogo de sobrevivência. Aqui temos a oportunidade de explorar cerca de 18 quintilhões de planetas, lutando para conseguir recursos; lutando contra caçadores de recompensa e piratas no espaço, enquanto vamos descobrindo e nomeando toda a flora e fauna de aparência engraçada.

Em seus primeiros passos, o jogo é tudo o que você esperava e muito mais. Começando no seu primeiro planeta, é preciso procurar minerais e materiais para reparar a sua espaço-nave danificada. Tudo é novo e emocionante, começando pela paisagem vermelha e roxa exuberante, repleta de novas experiências. Depois de ter sua espaço-nave reparada, é hora de explorar a galáxia, o que é de fato incrível, um verdadeiro deslumbre: a primeira vez que você quebra as nuvens e alcança as estrelas, os planetas ao redor esperando para serem visitados, explorados, saqueados… Sua mente se encanta com todas as possibilidades que estão à frente.

Passando algumas horas, você já está adaptando seu traje para lidar com climas mais ásperos de planetas ainda não explorados, descobrindo que Sentinelas não são as melhores coisas do jogo; que quanto mais recursos você adquirir, mais os piratas espaciais vão atacar a sua espaço-nave e que os padrões de jogabilidade começam a aparecer.

Tudo que o jogo tinha construído ate então é deixado de lado quando notamos que a mecânica do núcleo é incrivelmente básico. Entretanto, No Man’s Sky é um jogo de sobrevivência, e o que realmente importa aqui são os inesperados fatores externos que servem para acabar com você.

Dependendo do planeta, o clima pode ser extremamente duro, Sentinelas extremamente agressivos e as criaturas nativas igualmente feroz. Quando você se depara com uma situação como essa, o primeiro passo é pensar em maneiras de desafiar as probabilidades e obter os materiais vitais que você precisa até a ficha cair e você perceber que, com 18 quintilhões de planetas com uma infinidade de buracos a serem explorados, é muito mais fácil dar um “tchau” e ir em busca de um ambiente mais hospitaleiro.

É difícil considerar No Man’s Sky um jogo de sobrevivência extrema, quando não há razão para ‘ficar’ em um planeta nada acolhedor; sempre haverão dezenas de locais em outras galáxias que podem recebê-lo de braços abertos.

Sobre os gráficos, seria difícil analisá-los pela imensidão de possibilidades dentro do jogo, porém isso não acontece. De maneira geral os planetas encantam, mas não podemos deixar de perceber, com o passar do gameplay, a esmagadora familiaridade que muitos deles compartilham, sejam texturas ou padrão terrestres, como formações rochosas. A consequência da geração processual dentro do game é, ironicamente, seu herói e vilão. Enquanto no início é fantástico, com o passar do tempo acabamos caindo na estranha sensação de similaridade. Claro que você terá que explorar muitos planetas antes de obter essa sensação de déjà vu.

Lógico que em um jogo com uma escala tão fenomenal como No Man’s Sky é impossível ter todos os planetas verdadeiramente originais, mas para mim o encanto infelizmente acabou cedo demais.

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No Man´s Sky dificilmente decepciona, e se você for um entusiasta da exploração espacial o jogo será tudo o que você sempre quis. Mas ele também funciona para quem quer apenas aproveitar horas e horas de exploração.

Longe de ter uma narrativa profunda e mecânicas bem elaboradas, esta é uma jornada para o apreciamento e contemplação da solidão.

VEREDITO:

O jogo não se encaixa em parâmetros de comparação pois nunca tivemos jogos nessas condições para comparar. No Man’s Sky é sim um jogo maravilhoso, e você tem a obrigação de jogá-lo.

O jogo é único em seu todo, o seu vasto universo em uma escala sem paralelos para jogos de vídeo-game é uma grande conquista da Hello Games. O sistema de geração procedural é o que torna este jogo diferente, a variedade de planetas oferecida pelo sistema procedural do game atende as necessidades e é ele que vai te dar motivação para continuar a explorar as galáxias.

No Man’s Sky é um belo quadro pintado à mão; para os apreciadores essa será uma experiência marcante, porém, tudo isso serve para esconder um game com conteúdo não tão gratificante, mas que fará você gastar um bom tempo aproveitando tudo que tem direito dentro do jogo.

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No Man’s Sky foi lançado no dia 09 de Agosto de 2016 para PlayStation 4 e dia 12 de agosto para Microsoft Windows, através do serviço Steam.

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Sobre o Autor

Luan Oliveira

"Quando eu era jovem, eu tinha liberdade, mas não via isso. Eu tinha tempo, mas não sabia disso. E eu tinha amor, mas eu não sentia isso. Muitas décadas passaram antes que eu entendesse o significado destes três. E agora, no crepúsculo de minha vida, este entendimento passou a contentamento"

- Ezio Auditore